energia elétrica sem fio

Brasileiro se destaca no comando de pesquisa do MIT sobre energia elétrica sem fio

Jovem de 25 anos foi responsável pela maior parte dos trabalhos de laboratório e por escrever artigo sobre o projeto na revista Science.

Por Taís Fuoco, do COMPUTERWORLD
14 de junho de 2007 - 07h25

A rotina do jovem brasileiro André Kurs, de 25 anos, mudou bastante desde a quinta-feira passada, quando a revista Science divulgou estudo em que Kurs e seus colegas da Física no Massachusetts Institute of Technology (MIT) comprovam a viabilidade da transferência de energia elétrica sem fio.

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A experiência, coordenada pelo professor Marin Soljacic, conseguiu transportar 60 Watts de eletricidade sem nenhuma fiação por uma distância de 2 metros, registrando 40% de eficiência. Eles usaram a chamada WiTricity, nome com que apelidaram a fonte de energia sem fio.

Assim, o cabo e fios da rede elétrica podem estar com os dias contados e até as baterias, que hoje contaminam o meio ambiente com lixo químico, deixarão de ser necessárias.

Kurs nasceu no Rio de Janeiro, mas desde pequeno mudou-se para São Paulo onde completou os estudos até o segundo grau no Colégio Liceu Pasteur. Em seguida, ele mudou para os Estados Unidos, onde cursou Física na Universidade de Princeton, em New Jersey.

Como já estudava nos Estados Unidos, ele conta que o processo de seleção para ingressar no MIT não foi muito diferente do que era exigido dos demais americanos. Hoje, ele está no segundo ano para se graduar PhD em Física no instituto.

Kurs ainda tem cursos de especialização na área de engenharia elétrica e engenharia de computação. Ele conta que, nos primeiros meses no MIT, quando ainda avaliava em quais projetos iria trabalhar, soube do grupo que iria estudar a engenharia elétrica sem fio sob coordenação do professor Soljacic.

Apesar de informado que o grupo tinha um número suficiente de pesquisadores, ele manteve a decisão de participar e acabou fazendo a maior parte dos trabalhos de laboratório e redigindo o artigo, o que fez com que seu nome apareça como primeiro autor do paper divulgado na Science.

Desde a publicação, ele reconhece que "não é rotina de forma alguma o que tenho vivido" e que a movimentação em torno do seu nome abre milhares de possibilidades para sua carreira. "Estou em um daqueles momentos em que é melhor esperar e ver o que vai acontecer. Minha carreira está em aberto".

Ele afirma que tem dado diversas entrevistas sobre o estudo desde a publicação na Science, mas considera que "ainda é cedo" para pensar que outras universidades comecem a "assediá-lo".

Quanto à pesquisa em si, Kurs afirma que o grupo "vai continuar trabalhando e em alguns anos espera tornar possível" a aplicação em larga escala.

Questionado se a volta ao Brasil faz parte dos seus planos, ele afirmou: "sinceramente, não sei, é mais difícil" e acrescentou que "não se faz esse tipo de pesquisa no Brasil, pelo menos não nessa escala".

Kurs diz que existem hoje cerca de 40 brasileiros nos laboratórios do MIT, mas, em Física, "que eu saiba, sou o único", afirma.

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