TV DIGITAL GERA CONFUSÃO NA EUROPA E AQUI?
Analistas ainda não estão convencidos sobre benefícios da TV móvel
estocolmo - Para as operadoras, que querem obter receita, existem razões críticas como falta de modelo de negócios.
Esta semana, a Comissão Européia mais uma vez defendeu o suporte da tecnologia de televisão móvel DVB-H, acrescentando-o à lista de padrões de países do continente devem encorajar e prestar suporte.
Mas os especialistas ainda não estão convencidos dos benefícios da tecnologia e da televisão móvel em geral. "O único setor que pode obter dinheiro com televisão móvel hoje são os fabricantes dos equipamentos, como a Nokia. Porque eles podem vender equipamentos de rede e telefones", defende John Strand, analista de mobilidade da Strand Consulting.
Para as operadoras, que querem obter receita, existem razões críticas, de acordo com a empresa. A falta de modelos de negócios de trabalho é uma delas, entre outras mais sérias. O executivo está convencido de que os consumidores não vão querer pagar o suficiente para suprir os custos da produção de conteúdo. "Eu falei com a Nokia em diversas ocasiões, mas eles não me convenceram", afirma Strand.
Martin Gutberlet, vice-presidente de pesquisa do Gartner, também não vê o negócio dando certo. "O que eles estão tentando fazer é reempacotar a TV para telefones celulares, usando os mesmos canais. Isso não é o que eu quero. Necessidades de conteúdo para serem adaptáveis para caber em telefones móveis, mais personalizados", diz.
Ao mesmo tempo, a TV móvel terá de competir por atenção dos usuários com outras opções, como mensagem, telefonia e serviços baseados na web, como por exemplo, o Facebook.
O fato de que o DVB-H é um sistema de radiodifusão, não uma demanda de tecnologia sob demanda, é outra razão de possível estrangulamento. "Pergunte para qualquer diretor do mundo da televisão e eles vão dizer que a televisão por radiodifusão está morta e que o futuro é a televisão sob demanda. Por que você quereria investir em uma tecnologia que está morta?", questiona Strand.
As operadoras deveriam olhar para o YouTube como inspiração, segundo Gutberlet. "Trechos curtos de imagem que em poucos minutos podem ser vistas em celulares", diz.
A freqüência encena outra vertente de desafio. A EU vai ter que lançar um espectro comum para uso das televisões móveis. Optar por um padrão único é inútil se não existir espectro disponível para desenvolver isso, de acordo com os analistas da Ovum. Falta de espectro comum pode liderar uma interferência nas beiras do espaço.
Existe ainda a questão de o que fazer com o espectro disponível, como por exemplo as freqüências que se tornam disponíveis quando a TV analógica for desligada. Isso não foi determinado e a televisão móvel vai ter que competir com a televisão digital e radiodifusoras móveis por esse espectro.
Governo estuda alteração em lei que obriga TV digital em celular
Representantes dos principais fabricantes de celular do País discutem a obrigatoriedade do sinal digital, que entra em vigor em 2010.
O governo vai analisar a possibilidade de flexibilizar a obrigatoriedade de que os fabricantes de telefones celulares produzam aparelhos capazes de receber sinal de TV digital no Brasil a partir de janeiro de 2010. O assunto será avaliado ainda em agosto.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), na semana passada, representantes da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica e dos fabricantes LG, Samsung, Sony Ericsson, Nokia, Motorola, Flextronics, Governo do Amazonas e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) se reuniram com o MDIC para discutir o assunto.
Os representantes da indústria informaram ao governo que não há condições de cumprir a meta de 5%, porque estimativas de mercado apontam que a demanda por aparelhos capazes de receber sinal de TV digital é de 0,5%. "Se houver demanda, vai haver produto, a briga entre as empresas pela liderança é monstruosa. A obrigação não vai incentivar este mercado", afirma uma fonte ouvida pela Computerworld que esteve na reunião em Brasília.
Atualmente, Semp Toshiba, LG e Samsung oferecem produtos no mercado capazes de receber o sinal de TV digital. Mas nem essas empresas já estariam cumprindo a exigência do governo, porque, segundo a fonte, a produção não atinge 5% do total fabricado por elas, já que não há demanda no mercado por um produto com esses recursos.
O caminho alternativo seria oferecer novos benefícios fiscais para as empresas que optassem por fabricar aparelhos do tipo. Na visão do entrevistado, obrigar os fabricantes a produzir esses celulares provoca instabilidade, já que as empresas podem perder os incentivos fiscais se não cumprirem a meta em determinado mês, por exemplo. "Se mantiverem a obrigação duas empresas estão fora. Fabricar sem o PPB (Processo Produtivo Básico) é praticamente inviável", diz a fonte.
A determinação foi publicada no Diário Oficial da União em 30/12/2008, por meio das portarias interministeriais nº 236 e nº 237, dos Ministérios do Desenvolvimento Indústria e Comércio, Comunicações e Ciência e Tecnologia. O texto determina que 5% da produção total das empresas que fabricam celular no Brasil deverão contar com essa funcionalidade. As companhias que descumprirem a exigência perderão incentivos fiscais como suspensão da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e da redução do Imposto sobre Importação (II).
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