Venda da Palm, um negócio improvável
Custo alto e alternativas tecnológicas mais econômicas desafiam rumor de compra pela Nokia.
Rumores de que a Nokia poderia comprar a Palm não apenas fez com que as ações da empresa se valorizassem na sexta-feira (13/11), como também reiniciou o debate: que destino terá a Palm?
No momento, nenhum. Com valor de mercado estimado em 1,7 bilhão, a Palm parece um tanto cara. É difícil imaginar alguém fazendo tal investimento por uma companhia cujo brilho vem se perdendo tão rápido.
Nesse ritmo, enquanto seu valor de mercado não diminuir, a Palm permanecerá independente.
Se seu valor cair, a Palm terá mostrado que seus problemas são tão grandes que a compra não valerá a pena.
Isso é especialmente verdadeiro se os compradores em potencial melhorarem seus smartphones com o passar do tempo.
Outra solução
Sob esse aspecto, a Nokia precisa de algo para se tornar uma competidora real no mercado de smartphones. Mas, rumores à parte, a Palm não é a resposta.
A Nokia já tem seu próprio sistema de smartphone, uma variante do Linux chamada Mameo, e sempre poderá seguir rumo ao Android caso desista de ter seu próprio sistema.
O novo N900 da Nokia, equipado com o Mameo, pode também ser melhor que o Palm Pre - outra razão pela qual a Nokia pode querer continuar com sua própria solução.
A principal razão pela qual a Nokia não compraria a Palm, além do preço, é o custo de integração das duas companhias. A Nokia fará melhor se optar pelo Android para modelos topo-de-linha, em vez de tentar fazer um smartphone de sucesso por conta própria.
A Nokia sobreviverá para se arrepender de sua falta de habilidade em dominar o setor de smartphones antes da Apple e do Google.
No entanto, ao não comprar a Palm, ela estará economizando um bocado de dinheiro.
RIM e Palm
Uma compra da Palm pela Research In Motion é outra possibilidade.
A RIM tem enfrentado problemas ao transformar seus BlackBerry em uma verdadeira família de smartphones. Mas seus clientes corporativos têm sido bastante compreensivos, dando à companhia fôlego para respirar.
Os smartphones têm sido lentos em capturar o interesse das empresas, onde a integração com o Microsoft Exchange frequentemente determina a decisão de compra. E o BlackBerry permanece como a decisão mais segura de compra.
Isso também joga a favor da RIM, e contra novidades como o Droid.
A Apple, por sua vez, parece ter apenas um leve interesse em usuários corporativos.
Poderiamos listar muitos potenciais interessados na Palm: Samsung, Microsoft, Dell, e outros. Nenhum deles, no entanto, tem fortes razões para investir.
Também é possível imaginar que uma empresa bem sucedida em outros eletrônicos de consumo ou produtos corporativos queira comprar a Palm, como um pedágio para entrar no negócio de smartphones.
É, no entanto, muito mais difícil imaginar uma empresa disposta a tomar decisões malucas.
Se a Nokia ou qualquer outra estiver realmente interessada em comprar a Palm, ela deveria pensar duas vezes.
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