Tchau, tchau, BlackBerry.

Obrigado por trazer mobilidade para as massas, mas o futuro pertence ao iPhone. E há muitas razões para isso, mas talvez a mais importante seja que, no coração da cultura da companhia canadense Research in Motion (RIM – responsável pelo BlackBerry) reside uma tecnologia móvel antiquada: o paging.

Não importa quantos Bolds, Curves, Pearls e Storms, a RIM produza (por que tantos?). O smartphone "parecido-com-iPhone" simplesmente não está no DNA da empresa do Canadá. Vamos falar a verdade, os telefones da RIM são desnecessariamente complexos para os usuários finais, e a sua loja de apicativos parace uma quitandinha em comparação à App Store da Apple, que possui cerca de 200 mil aplicativos.

O outro prego no caixão do BlackBerry é cortesia dos consumidores. Apesar dos departamentos de TI amarem o BlackBerry por suas medidas de segurança e pelos recursos de uso, Macs e iPhones estão claramente indo mais a fundo nas empresas.

Olhe para os primeiros donos de iPhone na empresa. Os executivos trocaram seu vício por iPhones lustrosos e fáceis de usar com aplicativos de consumo como Facebook e até softwares de golfe, como o Golfshot GPS.

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O BlackBerry tem perdido espaço para o iPhone no mercado corporativo.

Mas não acredite apenas em minha palavra nisso, verifique os números. É o conto de duas companhias. Atualmente, o preço das ações da RIM é de cerca de 70 dólares, quase o mesmo de anos atrás. Durante esse mesmo período, as ações da Apple subiram firmemente de 120 para atuais 260 dólares. A empresa do Vale do Silício continua a ser a queridinha de Wall Street. No mundo de tecnologia e inovação, se você não está voando, está caindo.

Muito do sucesso da Apple se deve ao célebre iPhone, lançado há três anos. No último trimestre, a companhia vendeu 8,75 milhões de unidades do telefone, um aumento de 131% em comparação ao mesmo período do ano passado. O chefe de operações da Apple, Tim Cook, considera "surpreendente" a taxa de crescimento do aparelho. E os novos iPhone e iPhone OS (sistema operacional do aparelho) 4.0 devem chegar às lojas a partir de junho, nos Estados Unidos.

BlackBerry: um enigma cultural
O primeiro BlackBerry, lançado em 1999, era, na verdade, apenas um "pager glorificado". As grandes inovações de uso eram um teclado e um trackball (dispositivo similar ao mouse). Pouca coisa mudou, apesar das novas ofertas da RIM para rivalizar com o iPhone. A RIM continua tentando alavancar o recurso de texto e mensagens de e-mail seguros como algo fenomenal.

Mas isso é como dizer que ligação de voz é de longe a função mais usada em um smartphone. A Apple estima que o usuário comum passe cerca de 30 minutos por dia em um iPhone – e isso não é apenas tempo gasto em ligações ou mensagens de texto. O aparelho também se tornou uma importante plataforma social móvel para jogos.

A Apple trouxe alguns incríveis novos desenvolvimentos para o smartphone, como navegação móvel para web (estou assumindo que você não considere WAP uma conexão com a web verdadeira), serviços de localização baseados em GPS, rede social móvel,  touchscreen (tela sensível a toque) amigável ao usuário, e uma loja cheia de ótimos apps.

É esse tipo de inovação forte e visão móvel da Apple que significa a morte para o respeitável BlackBerry, preso em uma era móvel passada. 

iPhone OS 4.0: ganhando espaço nas empresas

O ás na manga do BlackBerry, obviamente, é sua enorme base de clientes instalada em empresas. Por causa disso, a companhia não vai desaparecer da noite para o dia.

Na área de segurança corporativa, porém, o pesquisador sênior do Veracode Research Lab, Tyler Shields, argumenta que a BlackBerry é suscetível a spyware (programa espião) que pode roubar dados corporativos delicados, segundo uma reportagem da CSO.com (publicação "irmã" da CIO), intitulada "Your BlackBerry´s Dirty Little Security Secret"  (algo como "Os segredinhos de segurança do BlackBerry").

A maior ameaça para essa plataforma, no entanto, vem do próprio iPhone. No início deste mês, a Apple tirou a embalagem do iPhone OS 4.0. Muito se falou sobre o novo sistema operacional trazer recursos cruciais para os usuários como multi-tasking (multitarefa), pastas, suporte para teclado de hardware, e a plataforma móvel de publicidade da companhia chamada iAd. No entanto, pouco se falou sobre o suporte do OS 4.0 para empresas.  

O iPhone OS 4.0 vai suportar um novo serviço de administração do aparelho que permite que os departamentos de TI gerenciem perfis de configuração em iPhones no mesmo nível que o BlackBerry – ou seja, de maneira wireless (sem fios) e automática. O sistema operacional da próxima geração também fornece seus próprios aplicativos para iPhones a partir de servidores corporativos de Web por meio de uma URL, e-mail ou app.

O BlackBerry ainda possui muitas vantagens para uma empresa, mas o iPhone está apertando o cerco rapidamente. "Eu me deparei com um número crescente de CIOs (diretores de informática) que descobriram que atualmente o iPhone atende suas necessidades e é muito mais capaz do que um BlackBerry", afirma o editor-executivo da InfoWorld, Galen Gruman, em sua matéria "Apple Stages Corporate Mobile Takeover with iPhone OS 4.0" (algo como "Apple prepara a tomada do mercado corporativo móvel com iPhone OS 4.0").

Dada a força da Apple no mercado móvel de consumidores, se as companhias deixarem de comprar o BlackBerry em favor do iPhone, isso soará como a marcha fúnebre do BlackBerry.

Simplicidade é a palavra do dia
A razão pela qual o iPhone se tornou tão popular tão rapidamente é porque ele é muito fácil de usar. Enquanto isso, o BlackBerry exige conhecimento profundo de recursos avançados.

Facilidade para o usuário é um fator crucial na escolha de um smartphone – e a Apple trouxe simplicidade para o futuro da mobilidade. A verdade é que a companhia de Steve Jobs sabe o que as pessoas querem antes mesmo delas, como as telas sensíveis a toque (touchscreen) móveis, o que não é um bom sinal para o BlackBerry.

Claro, a RIM vai continuar a perseguir a liderança da Apple com uma tela sensível a toque e uma loja de aplicativos.

Duas palavras: App Store
O design singular do iPhone engana. Afinal, não há dois iPhones iguais. Explico: existem cerca de 200 mil aplicativos nas prateleiras virtuais da App Store. Os donos dos aparelhos da Apple personalizam seus telefones pelos aplicativos que escolhem.

A loja online da Apple é o carro-chefe que vai impulsionar o iPhone para o futuro. "A experiência do usuário é definida pela sua interface, e os serviços e softwares que são entregues no aparelho é o que realmetne interessa", afirma a analista da Gartner, Van Baker, ao falar sobre o iPad e outros aparelhos móveis. "Os fabricantes que se focam apenas em recursos de hardware simplesmente não entendem a tendência."

O iPhone é o grande favorito das plataformas para smartphone para os desenvolvedores, de acordo com uma pesquisa recente com 217 criadores de aplicativos móveis realizada pela Ovum. Oito de cada dez entrevistados estão desenvolvendo ou planejam desenvolver apps para o telefone da Apple.

Para ser justo, o BlackBerry se saiu bem no estudo, com 74% dos entrevistados afirmando estar desenvolvendo ou planejando desenvolver para a plataforma. Mas aqui temos um problema da RIM, que está seguindo a Apple em um mercado móvel que se mexe muito rápido. Inovação das fabricantes é a chave para o futuro do wireless, não brincar de perseguição.

Estou começando a refletir sobre como o iPhone mudou o "jogo" móvel em menos de três anos. A Apple continua a inovar e a realizar melhorias, como o iPhone OS 4.0, que repercute com os consumidores. Enquanto isso, os usuários estão ganhando mais controle sobre a tecnologia em uma empresa. 

Desde o lançamento do iPhone, não vi nada da RIM que mostre algo no sentido de reverter esse quadro.

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