Nova oferta da Telefônica eleva ações da PT

A oferta da Telefónica de 6,5 bilhões de euros pela participação na Vivo detida pela Portugal Telecom foi bem recebida pelo mercado e as ações da operadora portuguesa avançavam hoje com a expectativa de que um acordo seja mais provável após a melhora na proposta.

Depois de ter rejeitado a oferta anterior de 5,7 bilhões de euros, o conselho da Portugal Telecom informou ontem que vai permitir aos acionistas decidirem sobre o aumento de 14% no valor pela participação da empresa na Vivo.


Adicionando o que a Telefónica terá de pagar aos acionistas minoritários da Vivo, a operação deve custar 7,2 bilhões de euros.

Às 7h58 (horário de Brasília), as ações da Portugal Telecom exibiam alta de 2,15% depois de terem disparado mais de 6% mais cedo, enquanto as ações da Telefónica perdiam 1,6%, em linha com o declínio do setor de telecomunicações europeu.

Apesar de analistas afirmarem que um acordo é mais provável assim que o assunto for colocado em votação pelos acionistas da Portugal Telecom, alguns sustentam que a Telefónica pode ter mais trabalho para conseguir o controle da Vivo, atualmente controlada pelas rivais ibéricas.

"As chances de uma transação melhoraram, mas o preço pode melhorar até a reunião dos acionistas da Portugal Telecom. Não excluímos que a Telefónica se movimente para mais próximo daquilo que estimamos ser o valor da participação na Vivo para a Telefónica, que é de 7,5 bilhões de euros", disse Georgios Ierodiaconou, analista do ING.

Analistas disseram que a decisão do conselho da Portugal Telecom de não fazer recomendação sobre a última oferta é uma tática de negociação para conseguir um pouco mais. A Portugal Telecom informou que vai continuar a negociar com a Telefónica até a realização da assembleia geral, que ainda não tem data marcada.

O objetivo da Telefónica é unir a Vivo às suas operações de telefonia fixa no Brasil, Telesp, mantendo seu poder competitivo no país em um momento em que o mercado brasileiro de telecomunicações ainda cresce, enquanto o europeu atingiu a maturação.

Enquanto a maior parte dos analistas calcula entre 2 e 3 bilhões de euros as sinergias de uma fusão das operações brasileiras da Telefónica, um analista de Madri chegou a definir o valor como sendo de 4 bilhões de euros em termos de receitas operacionais, custos e investimentos.


A oferta da Telefónica deixou para a Portugal Telecom decidir se vende imediatamente ou nos próximos três anos a participação de 50% que a empresa detém na Brasilcel, que controla a Vivo com uma fatia de 60%.

"Esta oferta deixa a Portugal Telecom em uma posição de caixa líquido (em um momento em que o rating da empresa recentemente foi colocado sob observação negativa pela S&P), liberando a empresa para buscar novos alvos de aquisições, notadamente na África e no Brasil, para revitalizar seu crescimento e diversificar fontes de receitas", disse a Oddo Securities, em nota.

A oferta também permite à Portugal Telecom ou a um terceiro autorizado pela empresa comprar a participação de 10% que a Telefónica mantém na companhia portuguesa. Isso encerraria o que frequentemente tem gerado disputas entre as empresas e deixa a porta aberta para a entrada de outro sócio estratégico na Portugal Telecom.

Alguns analistas afirmam que a Portugal Telecom vai provavelmente tentar manter presença no Brasil, apontando para a possibilidade da Portugal Telecom comprar participação na Oi, quarto maior grupo de telefonia celular do país.

A Telefónica promove hoje um encontro com acionistas em Madri.


 

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