O futuro incerto do BlackBerry

Está na hora de mudar as coisas na Research In Motion.

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Infelizmente para os investidores, o fim do reinado dos codiretores-presidentes Mike Lazaridis e Jim Balsillie não gerou uma mudança óbvia na estratégia da fabricante do BlackBerry. No fim das contas, o novo diretor-presidente Thorsten Heins pode ser obrigado a radicalizar e abandonar completamente os celulares para conseguir salvar a empresa.

Com a mudança no comando da RIM, os investidores se empolgaram com a possibilidade de se abrir uma porta para a venda da empresa. Mas a ação caiu 8,5% no pregão de segunda-feira, para US$ 15,56, depois que Heins disse que não planeja mudar muito a estratégia antiga. Seu foco, disse ele, será em melhorar tanto o desenvolvimento de produto como o marketing para consumidores finais.

Mas qual é o benefício de um slogan inspirado se a RIM não tem smartphones que valem a pena comprar? Como teimou em manter o teclado físico no BlackBerry, a RIM não pode concorrer com os aparelhos mais estéticos com tela de toque de empresas como Apple e Samsung. Como elas estão muito à frente da concorrência, a guerra dos smartphones se tornou uma disputa entre as duas, diz o analista Neil Mawston, da Strategy Analytics. É possível que o declínio da participação de mercado da RIM tenha se tornado uma queda livre no quarto trimestre por causa das enormes vendas do novo aparelho da Apple, o iPhone 4S.

Como seus antecessores, Heins está apostando o futuro da empresa num sistema operacional novo. No início, esperava-se que chegasse aos smartphones da empresa no início do ano, mas a RIM afirma agora que ele só deve ficar pronto no fim de 2012. Se a RIM conseguir cumprir essa meta de lançamento, serão quase seis anos desde o surgimento do primeiro iPhone.

Não é difícil enxergar o futuro da RIM como o de outra fabricante fracassada de celulares como a Palm, se ela continuar no curso atual. A RIM espera que seu sistema operacional revigore os produtos e talvez atraia outros fabricantes de aparelhos interessados em licenciar o software. Mas o iOS, da Apple, e o Android, da Google, já dominam o mercado. E o Windows Phone, da Microsoft, que vem instalado nos aparelhos da Nokia, provavelmente conquistará o terceiro lugar. Aparentemente há pouco espaço para um quarto sistema operacional.

Mesmo se a RIM não se vender, os acionistas ainda têm uma esperança. Tirando episódios isolados de quedas na rede, a empresa tende a enviar e-mails de modo mais rápido, eficiente e seguro que os concorrentes, por meio de sua rede de servidores próprios. As assinaturas pagas pelos usuários do BlackBerry para acessar essa rede geram pouco mais de US$ 3 por ação em lucro anual, calcula o analista Peter Misek, da Jefferies Research, enquanto os aparelhos praticamente não dão lucro.

Claro que se o BlackBerry desaparecer, essa fonte de receita também acabará. A solução, argumenta Misek, seria cobrar uma assinatura do serviço de e-mail do BlackBerry para os usuários do iPhone e do Android.

Nesse cenário, o BlackBerry perderia um incentivo importante para a venda de seus aparelhos, o que significaria que a RIM teria de encolher seus negócios na área caso as vendas encolham demais.

Seria um caminho arriscado. Mas seu apelo pode aumentar se a situação na RIM continuar piorando.



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