Aperto na fiscalização força um novo cenário na telefonia móvel do país

Ao invés de buscar novos clientes, operadoras terão de preservar os que têm, afirma analista
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O aperto da fiscalização da Anatel e o avanço da maturação do mercado estão forçando um novo cenário de negócios na telefonia móvel, voltado mais para a qualidade dos serviços do que à adição de novos clientes à base. Segundo a agência de notícias Reuters, isso deve ajudar a mudar a maneira como as operadoras direcionam seus esforços e investimentos em um mercado de mais de 250 milhões celulares.

"O que se viu foi que o esforço comercial foi muito além do que a engenharia estava preparada", afirmou Vinicius Vargas, sócio do escritório de advocacia Barros Pimentel, responsável pela área de telecomunicações e tecnologia. "Agora, o jogo muda e ao invés de buscar novos clientes você tem que preservar os que têm", afirmou Jacqueline Lison, analista do Banco Fator. "Com isso, fica muito mais importante fidelizar e qualificar sua base de clientes", completa a analista.

Outro ponto importante para as empresas será a recuperação ou fortalecimento da marca própria, para estabelecer um vínculo com a melhora de qualidade decorrente de novos investimentos. Nesta semana, por exemplo, em audiência pública no Senado, o diretor de assuntos regulatórios da TIM, Mario Girasole, afirmou que a operadora levará "muito tempo" para recuperar sua imagem após as recentes notícias negativas sobre a subsidiária da Telecom Italia.

Além de ter tido suas vendas suspensas pela Anatel em 19 unidades federativas, nesta semana vazou um relatório da agência de que a TIM supostamente estaria derrubando chamadas telefônicas de propósito para forçar novas chamadas. A Claro, do grupo América Móvil, e a Oi também tiveram as vendas suspensas em alguns Estados, embora em escala bastante menor, enquanto a Vivo, que não sofreu bloqueios, também foi requisitada a apresentar um plano de qualidade.

"A Anatel fiscalizava antes questões mais burocráticas, e agora aumentou fiscalização com qualidade", disse Vargas. "O mercado estava mal acostumado" acrescentou. O advogado alerta para a possível falta de recursos humanos da agência reguladora que, segundo ele, tem uma postura muito passiva na regulamentação, por se basear demais em informações repassadas pelas próprias operadoras em vez de aferições feitas em campo. "Não precisava ter deixado chegar à situação que chegou; a gente sabe que as empresas são fiscalizadas um tanto ativamente, mas são elas que provêem os dados para a Anatel, que não tem condições de fazer uma fiscalização eficiente em campo", finalizou.

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