Conhecendo o Chrome OS: entenda o sistema operacional do Google

chrome os
Nos últimos meses de 2013 a Amazon registrou um enorme número de vendas de notebooks equipados com o Chrome OS (algo em torno de 20% do total), sendo uma das primeiras vezes que o então monopólio do Windows ficou tão ameaçado. O sistema da Microsoft ainda possui uma parcela generosa de vendas em máquinas OEM, mas não são poucas as previsões de que o jogo está ficando cada vez mais difícil, em especial pela baixa popularidade do Window 8 e 8.1
Chrome OS
O Chrome OS é resultado dessa rejeição, e está com uma excelente adoção no mercado americano, vindo instalado em modelos na casa dos US$ 200 e comprindo boa parte das necessidades do usuário comum. Considerando que ele ainda é um ilustre desconhecido, neste artigo vamos conhecê-lo um pouco melhor, já que uma das poucas opções disponíveis no Brasil é um modelo já antigo da Acer, sendo um dos primeiros da série dedicada ao Chrome OS.

O que é o Chrome OS?

É um comportamento padrão de muitos usuários ligar a máquina, fazer o login e abrir um navegador, e o Chrome OS é basicamente uma personificação desse fato. Imagine que você tem um netbook (ou Chromebook, como é chamados o notebook com Chrome OS) cujo sistema operacional é o próprio Google Chrome e os "programas" são as extensões disponíveis na Chrome Web Store. Adicione um player de música (sincronizado com o Google Music, naturalmente) e uma aba de configurações (a mesma do navegador) que inclui algumas funções adicionais, além de um gerenciador bastante simples de arquivos. Esse é o Chrome OS.
Screenshot 05 - Chrome OS
Limitado? É claro que sim! Porém, independentemente de sistema operacional e configuração de hardware, boa parte das funções que a grande maioria dos usuários realiza no computador é feita dentro de um navegador. E não estamos nos referindo apenas ao Facebook e ao Twitter, mas também a ler notícias, escutar músicas (em sites como Deezer, Grooveshark e Stereomood), assistir a filmes (Youtube, Netflix) e a mais uma infinidade de funções. É aí que o Chrome OS entra em cena.
Screenshot 01 - Chrome OS
Há versões com processadores Intel x86 e ARM, e destacamos o suporte nativo ao segundo tipo de arquitetura. O motivo? Esse chips precisam de muito pouca energia para trabalhar, o que, em um futuro talvez não tão distante, seja capaz de fazer com que os Chromebooks sejam cada vez mais finos, leves (afinal, o sistema de refrigeração tem uma porcentagem significativa no peso) e possam trazer uma autonomia bem maior. Já se imaginou, daqui a alguns anos, comprando laptops que funcionam o dia inteiro fora da tomada por padrão?

Por que é legal?

Novamente, independentemente do sistema operacional, utilizar um computador requer um mínimo de conhecimento do sistema (algo observado em pequenos momentos, como quando sua avó pergunta como procurar uma receita de bolo), e, mais do que isso, exige uma certa dedicação a manter o sistema sempre rápido, seja rodando um CCleaner para remover os arquivos temporários e desfragmentando o disco até manter o sistema atualizado.
O Chrome OS se destaca nesse ponto exigindo tanta manutenção como o seu smartphone necessitaria (nenhuma, na maioria das vezes). O usuário não precisa se preocupar com atualizações, otimizar o sistema ou qualquer tipo de gerência. Basta ligá-lo e ser feliz, o que o torna ideal para pessoas que querem uma máquina para viajar e não querem ficar lidando com as mudanças de humor de seu sistema. Basta apenas ligá-lo e utilizá-lo sem maiores complicações.
Screenshot 03 - Chrome OS .
Outro ponto é que, por ser basicamente um navegador com algumas funções extras e construído em cima de um kernel Linux, qualquer Intel Celeron está apto a rodá-lo sem enfrentar lentidões. Como dissemos acima, o Chrome OS roda em processadores ARM também, os mesmos que equipam o seu smartphone ou tablet, caso do Samsung Chromebook que traz um Exynos 5 dual-core. A performance relativa em relação aos processadores Intel (não encontramos opções equipadas com CPUs AMD) é consideravelmente menor, mas eles possuem algumas vantagens interessantes.
Em primeiro lugar, eles não precisam de um sistema de refrigeração ativo com cooler, o que, com o armazenamento SSD, faz deles os primeiros representantes de uma geração de laptops sem partes móveis. Não emitem ruído, nem esquentam demais e são menos propensos a defeitos mecânicos (com exceção da dobradiça da tela, claro). Além disso, chips ARM são perfeitamente capazes de decodificar músicas de alta qualidade e vídeos em HD com processamento via hardware, isso quase sem consumir energia.

E quais são os problemas dele?

Como nem tudo são flores, é natural esperar certas limitações do Chrome OS, especialmente considerando que ele é um sistema bem mais novo do que o Windows, o Linux e o OS X. A principal crítica que vem à mente da maioria das pessoas é a sua forte dependência de uma conexão de internet, que de fato é justificada, mas merece uma análise mais completa.
Afinal, o que você costuma fazer com seu computador quando está sem conexão? Qualquer máquina vira um enorme (e caro) peso de papel sem internet, umas mais do que outras. O Chrome OS inclui alguns apps que funcionam sim de forma offline, algo que vale a pena deixar claro. Você não precisa de uma conexão com a internet para escutar músicas e ver filmes armazenados no disco, como em qualquer outro sistema.
Screenshot 02 - Chrome OS
Apps como Pixlr TouchUp, calculadora, entre outros, não requerem conexão, mas os próprios apps do Google, como Gmail, Drive e Office (Docs, Planilhas e Apresentações) estranhamente precisam. Isso é no mínimo estranho, já que faria muito mais sentido disponibilizar as suas funções de forma offline e sincronizar os dados salvos quando a máquina ficasse online, concordam? Certamente faria com que eles fossem muito mais utilizados.
Outro ponto: o Chrome OS não é uma máquina de produção. Não é uma máquina para qualquer usuário que precise fazer alguma tarefa mais avançada. Por exemplo, ele inclui alguns apps bacanas, como o Pixlr TouchUp mencionado acima, capaz de fazer algumas edições básicas, mas está longe de ser uma máquina em que você ficaria confortável ao utilizar no escritório. Como segundo computador, por outro lado, ele começa a ser uma boa opção.

O que poderia melhorar?

A Chrome Web Store conta com uma infinidade de apps, mas ainda está longe de atender aos usuários que precisam de um pouco mais de suas máquinas. Uma adição útil ao Chrome OS seria o suporte nativo aos apps do Android, afinal, além do fato de estes rodarem em chips ARM, ambos os sistemas pertecem à mesma empresa, então por que não? Um primeiro passo, porém, seria adicionar versões offline dos apps do próprio Google, o que já ajudaria significativamente a sua adoção.
Outro ponto: a  versão mais "top" que roda o Chrome OS é o Chromebook Pixel, um modelo com processador Intel Core i5, 4 GB de memória RAM, tela de 12,85 polegadas com densidade de pixels maior do que os Macbooks Retina e que ainda por cima é touchscreen. É uma máquina excelente, de construção impecável, mas preço alto até mesmo para os padrões americanos (cerca de US$ 1.300) e que também só funciona bem online. E é a única.
Screenshot 04 - Chrome OS
A verdade é que boa parte dos usuários considera a máquina em si, não só o SO, um requisito essencial na hora da compra. Com exceção do Pixel, só há mesmo modelos de baixo custo, caso do Acer equipado com um processador Haswell... só que é um Celeron. O argumento aqui não é se é necessário mais potênca ou não, mas sim que alguns usuários gostam de máquina de ponta. Faltam modelos intermediários e avançados para atender a esse público.
Isso seria facilmente resolvido se o Google disponibilizasse o Chrome OS para download. Ele não é um sistema como o Windows ou o Linux, que pode ser encontrado na internet, baixado e instalado pelo próprio usuário, e o motivo de o Google manter um controle tão forte sobre o sistema, disponibilizando-o apenas para OEM, ainda é um mistério. Certamente muitos usuários ficariam contentes em dar uma vida nova àqueles netbooks com Atom de primeira geração, dando-o vida e oportunidade de ser útil em seu dia a dia como uma máquina portável.

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