Q5 o irmão caçula da família BlackBerry
O primeiro representante da nova linha de aparelhos da Blackberry foi o Z10, seguido pouco tempo depois pelo Q10, que é nada mais do que um Z10 com teclado físico, já que as especificações são basicamente as mesmas. Este ano tivemos o lançamento oficial do Z30, um "super-Z10", por assim dizer, trazendo um hardware mais parrudo, tela maior e bateria de grande duração; e do Q5, o qual vamos conhecer agora. Ele foge da linha seguida pela BlackBerry até então de lançar aparelhos cada vez mais potentes – mas nem por isso deixa de ser um modelo interessante para quem gosta da plataforma.
Design
Logo de cara vemos que o Q5 é uma versão mais simples do Q10 (algo já deduzível do número de série, naturalmente) e não tem um acabamento tão "sexy". O material da parte traseira, por exemplo, não é a superfície texturizada que nos chamou a atenção no Q10, mas um plástico razoavelmente rugoso no estilo Moto G. Outro ponto que o torna parecido com o Moto G é que a sua bateria não é removível, um ponto negativo em nossa opinião, e as entradas dos cartões microSD e Micro SIM são protegidas por um plástico que é bastante duro a ponto de machucar os dedos.
Um ponto que consideramos uma economia mal planejada por parte da BlackBerry foi o teclado, que embora pareça apenas um pouco mais simples do que o que equipa o Q10, nos pareceu muito inferior na hora do uso. Ele não chega a ser ruim, especialmente se compararmos com modelos concorrentes, mas esse é um ponto em que a BlackBerry não deve poupar despesas, já que o público prefere cada vez menos modelos com teclados QWERTY – os poucos fiéis são usuários da BlackBerry, então por que não manter o melhor teclado físico disponível (o mesmo que equipa o Q10) para satisfazer esse pessoal?
Outro downgrade perceptível é a tela, que abandonou a tecnologia AMOLED em favor de um painel LCD IPS. Em termos práticos muda pouca coisa, já que a saturação de cores é menor, mas as taxas de contraste são melhores, algo praticamente imperceptível no dia a dia. A resolução permanece a mesma (720 x 720), com uma densidade de pixels pouca coisa maior do que a tela Retina do iPhone 5S (ainda que com somente 3,1 polegadas), mas o problema de assitir a vídeos nesse aspecto 1:1 é um pouco irritante, fora que alguns apps não foram otimizados para ela.
Por incrível que pareça o Q5 corrige um problema presente no Q10 com o seu posicionamento de tela mais distante do teclado. O BB 10 (e updates) é um sistema fortemente dependente de gestos, e esse espaço entre a tela e teclado ganha uma importância vital para acessar o Hub e minimizar apps. Percebemos um número menor de erros ao fazer esse gesto (para cima e para a direita) do que no Q10, algo estranho, já que o Q5 é um aparelho mais simples.
Desempenho e extras
Nas especificações a BlackBerry fez uma economia bastante inteligente: diminuiu em 300 MHz a velocidade do processador (agora um dual-core de 1,2 GHz), mas manteve o desempenho da GPU e os 2 GB de memória RAM típicos do BB 10. No dia a dia o menor desempenho do processador é praticamente imperceptível, lidando bem com transições de tela e troca de aplicativos e até jogos um pouco mais pesados. A mudança real está na metade da memória interna, agora com 8 GB, mas nada que não possa ser resolvido com um cartão microSD de até 32 GB.
O GPS ainda conta com A-GPS mas não com GLONASS, sendo o único modelo da empresa em que essa falha existe até então, o que combinado com a ausência de uma porta HDMI e a memória interna de 8 GB forma os principais pontos negativos do Q5 em relação aos outros aparelhos. A câmera traseira tem menos megapixels (redução de 8 para 5 megapixels), mas a qualidade é basicamente a mesma do Q10 – e ela ainda é capaz de filmar em Full HD com estabilização de imagem e flash.
A câmera dianteira continua a mesma: 2 megapixels e capaz de filmar em HD, mostrando-se muito boa na hora de usar apps VoIP como o Skype e o Viber. O restante continua o mesmo: Wi-Fi padrão B, G e N (com suporte a Hotspot) e Bluetooth 4.0 com A2DP. Outro ponto que consideramos muito positivo no Q5 é que, embora ele seja o aparelho mais simples que roda o BB 10, o suporte ao 4G não foi deixado de lado, algo importante se considerarmos que os preços estão baixando a patamares menos absurdos.
Bateria e som
O Q5 conta com um hardware ligeiramente inferior ao do Q10, algo que tem um impacto positivo na bateria. Mesmo assim, a Blackberry o equipou com uma bateria com capacidade ligeiramente maior, agora com 2180 mAh, o que combinado com a tela com aproximadamente 500.000 pixels resulta em aparelho que dificilmente deixará o usuário na mão durante o dia. Ele não é capaz de sobreviver quase dois dias como o Z30, mas é um resultado bom por si só.
Mencionamos o som por dois motivos em especial. Em primeiro lugar ele está longe de ter uma qualidade "média" como a que vemos no Z10 e no Q10 e passa longe do que é oferecido pelo Z30, trazendo apenas uma discreta caixa de som na parte de baixo que mais serve para notificações do que propriamente para músicas e filmes. Em segundo lugar o fone que acompanha o Q5 lembra muito o que vem com celulares Android de baixo custo, algo incompatível com um aparelho que provavelmente irá custar mais do que R$ 1.000 e que obriga os usuários a comprarem um fone separadamente para ter o mínimo de qualidade sonora.
Conclusão
Assim como o Z30, o Blackberry ainda não possui um preço oficial de lançamento na data de publicação desse artigo, então só nos resta especular. Acreditamos que ele será lançado da mesma forma que o Q10, em que o foco foi dado a planos de operadora voltados a clientes BlackBerry, mas que também será encontrado no varejo com o valor "cheio" e desbloqueado. Podemos dizer o seguinte: o Q10 acabou saindo por um preço fora do comum, e provavelmente o Q5 não vai repetir esse erro (quer dizer, é o que parece natural esperar).
O grande ponto negativo dele não é sua configuração, tela ou qualquer outra especificação, mas sim seu design. De todos os aparelhos com o BB 10, o Q5 é claramente o mais básico, mas não tem o apelo visual dos outros modelos. Isso, aliado a um teclado físico mais simples (algo que é cada dia mais uma característica menos desejada pelo usuário comum), resulta nos principais fatores contra ele. Se ao menos o teclado fosse igual ao do Q10 e seu preço fosse consideravelmente menor, teríamos um aparelho com um foco maior no custo-benefício, uma expressão ainda desconhecida pela BlackBerry.
Vantagens
- Bateria de maior duração;
- Modelo mais simples, mas sem deixar especificações essenciais de lado, como o 4G.
Desvantagens
- O preço ainda não foi anunciado, sendo difícil concluir algo sobre o seu custo-benefício;
- O teclado não deveria ser um fator de economia aqui.
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