Zuckerberg domina cenário em evento de telecomunicação


Com discurso rápido, Zuckerberg tenta mostrar que o Facebook é essencial

Nokia e Huawei chamaram a atenção do público do Mobile World Congress - maior evento de telecomunicações do mundo que começou ontem e vai até quinta-feira em Barcelona. As duas empresas exibiram seus novos celulares, tablets, "phablets" (híbridos de smartphone e tablets) e outros dispositivos inteligentes, com novas funções, práticos e coloridos. Os executivos-chefe dessas empresas se esforçaram para transformar os lançamentos em shows, mas quem conseguiu atrair a maioria dos holofotes, inclusive por curiosidade, foi um jovem aparentemente comum, estatura mediana, de camiseta, jeans e tênis, que conseguiu arrebanhar 1,2 bilhão de usuários em poucos anos para sua rede social. Mark Zuckerberg, cofundador e executivo-chefe do Facebook, levou os participantes do evento a lotar praticamente dois auditórios de jornalistas e executivos. Todos queriam saber o que pensa o rapaz que acaba de comprar o WhatsApp, uma empresa que leva o nome de seu aplicativo de mensagem instantânea, quase sem receita, por US$ 19 bilhões.

"Esse evento deveria ser das operadoras, é um absurdo que todos esperem mais de uma hora reservando espaço para ver o dono do Facebook", disse um alto executivo de uma operadora do Brasil. Retirou-se indignado antes de começar a apresentação. Dirigentes de outras operadoras rivais fizeram o mesmo. Mas, representantes de suas empresas permaneceram. Afinal, é preciso saber o que se passa pela cabeça de alguém tão ousado que conseguiu uma fórmula para tirar receita de companhias multinacionais que estão no mercado há décadas. Pior ainda, seu serviço é estruturado sobre as redes de banda larga dessas teles, que não são suas parceiras e alegam que não ganham nada com as redes sociais.

O mercado potencial de mensagens de texto (SMS) para as operadoras é estimado em US$ 120 bilhões. Mas o Facebook oferece o serviço gratuitamente para os usuários, assim como os concorrentes WeChat, da China, e Viber, de Israel. A empresa de pesquisa Ovum calcula que as teles perderam o equivalente a US$ 32 bilhões em receita de textos no ano passado e deixarão de ganhar outros US$ 54 bilhões em 2016. Não é à toa que os gestores das operadoras fiquem furiosos.

Zuckerberg até sondou o CEO da Vodafone, Vitorio Colao, com a proposta de estabelecer uma taxa de dados quando usuários acessam a rede social por meio de celular. Mas o chefe da operadora britânica teria recusado, por não ver benefícios para sua empresa. Uma derrota significativa para alguém que pretender buscar seus próximos bilhões de usuários na África e Índia, mercados da Vodafone. Mais flexível, a Deutsche Telekom, da Alemanha, demonstrou interesse em fazer parceria com o Facebook e estaria negociando.

Em Barcelona, Zuckerberg, procurou garantir que não mudará a estratégia do WhatsApp, respeitará a privacidade dos usuários e manterá a gratuidade.

O WhatsApp tem 450 milhões de usuários, 70% dos quais usam o serviço diariamente, disse Zuckerberg. Para ele, há um grande potencial de o número dobrar para 1 bilhão em pouco tempo. Por isso, decidiu adquirir a empresa criada em 2009. A decisão de compra não foi pela receita gerada pela companhia, mas pelo seu potencial de conectar pessoas. Em três anos, 3 bilhões de pessoas podem estar conectadas pela internet.

Zuckerberg falou muito rápido e mostrou que tem pressa para atingir seus objetivos. Pintou a rede social como um serviço essencial, que conecta pessoas, integra serviços de saúde e educação. Ele quer fazer um bom papel também junto aos governos.

Por fim, Zuckerberg disse que após pagar um alto valor pelo WhatsApp, que prometeu manter autônomo, está satisfeito e não pretende fazer outras aquisições, por enquanto.

Também em Barcelona, o cofundador do WhatsApp, Jan Koum, que se mantém na direção da empresa, confirmou a continuidade da estratégia e disse que o recurso de voz será lançado no segundo trimestre. Mais uma dor de cabeça para as teles.

Os fabricantes de aparelhos celulares, por outro lado, lutam sua própria guerra. Dominaram o cenário dos pavilhões da feira com enormes estandes, como protagonistas de uma história.

Com o foco voltado para os mercados emergentes e em crescimento, onde se concentra a maior expansão de vendas de smartphones, a Nokia anunciou ontem cinco novos modelos de telefones celulares, sendo três smartphones de uma nova família, chamada de Nokia X, e dois modelos mais simples, conhecidos como "feature phones", mas com funções de smartphones. A fabricante finlandesa quer atrair consumidores com um leque maior de opções de aparelhos básicos e top de linha. Os modelos foram apresentados por Stephen Elop, executivo-chefe da companhia, durante o congresso que começou ontem e prossegue até quinta-feira.

Com uma maior variedade de aparelhos, o executivo pretende aumentar a participação de mercado da companhia e garantir um bom espaço entre o próximo bilhão de usuários conectados.

Os aparelhos têm preço sugerido de € 29 para o modelo mais simples, o Nokia 220, voltado para quem terá a primeira experiência de conexão à internet, e o Asha 230, o primeiro dessa linha com tela sensível ao toque e já preparado para acessar as redes sociais, como o Facebook, e o aplicativo para mensagem instantânea BBM, da BlackBerry. O preço sugerido é de € 45. Os demais são o Nokia X, Nokia X+ e Nokia XL, o maior da família, com tela de 5 polegadas. Os preços são de € 89, € 99 e € 109, respectivamente.

Projetados para uma melhor experiência com aplicativos para Android, do Google, como os mapas de localização geográfica, os modelos contam com o aplicativo de música MixRadio e serviços da Microsoft, como Skype e Outlook.com.

Em uma apresentação animada, que mais lembrava um auditório de televisão, algo comum entre executivos americanos e europeus, Elop também anunciou aplicativos grátis que podem ser acessados da loja da Nokia, ou de outros sites, como o do Google. Mas os executivos da Nokia empenham-se para que o cliente seja levado à loja da marca, sob o argumento de que será baixado um aplicativo de qualidade e seguro.




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