ASUS Fonepad 2: não é um smartphone, mas sim um tablet muito interessante

ASUS Fonepad 2

O Fonepad original da ASUS não foi lá um sucesso. Ele é um tablet de 7 polegadas vendido como smartphone, ou um tablet com conexão 3G capaz de fazer ligações, ou mesmo um super-phablet de 7 polegadas, já que mesmo o Galaxy Note III já é considerado grande demais com suas 5,8 polegadas para falarmos de portabilidade. Talvez esse tenha sido o seu maior problema, já que não ficou bem definido qual era seu posicionamento entre as categorias comuns com que estamos acostumados.
Importante: em alguns lugares vimos o Fonepad 2 ser chamado de Fonepad 7, enquanto o modelo anterior era chamado apenas de Fonepad, mas é o mesmo produto. Vamos chamá-lo de Fonepad 2, pois é assim que a ASUS nos apresentou o gadget.
Será que o Fonepad 2 terá uma melhor sorte? Ambos são muito parecidos em uma série de comparações, sendo mais uma atualização de especificações do que qualquer outra coisa – em um caso semelhante ao que aconteceu com o iPad original e o iPad 2. De uma coisa, porém, vocês podem ter certeza: chamar o Fonepad 2 de smartphone ou mesmo de phablet ainda não faz o menor sentido, já que ele é grande demais para unir as vantagens de um tablet e a praticidade de um smartphone.

Design e tela

Esse é um dos quesitos que pouco mudam do Fonepad original para o Fonepad 2. A estrutura é basicamente a mesma, mas o material é um plástico brilhante ao invés de fosco, sem parecer "barato". Há uma diferença importante: as caixas de som agora ficam na parte da frente, uma em cima e outra embaixo, o que dá uma boa sensação de estéreo, ideal para quem assiste a filmes no tablet. Como acontece com a maioria dos tablets, os graves não ficam muito pronunciados devido a limitações de tamanho, mas os médios e agudos nos agradaram bastante.
A tela também recebeu um upgrade, sendo muito parecida com a tela que equipa o Nexus 7 original em relação às taxas de contraste, reprodução de cores e ângulo de visão, com um LCD com IPS que nos pareceu mais agradável aos olhos do que a tela do Fonepad original. A resolução continua a mesma, de 1280x800, mas as imagens nos pareceram um pouco melhores, em especial nos níveis de preto, algo indispensável para uma boa experiência em filmes e até mesmo em vídeos do YouTube.

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Configuração

Nesse quesito em especial o upgrade foi extremamente bem vindo. O Fonepad original não chegava a ser lerdo, mas tinha um péssimo multitarefa por ter somente um core. Tudo bem que ele possuía a tecnologia HyperThreading da Intel, capaz de emular dois núcleos, mas ainda assim apanhava bastante na troca de aplicativos, algo que era agravado pelo baixo clock de 1,2 GHz. Além disso, o Atom Z2420 é de uma arquitetura mais antiga, a Lexington, que na época em que foi lançada era voltada especificamente para países em desenvolvimento.

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Já o Fonepad 2 vem com uma geração mais atual, o Atom Z2560, com dois núcleos rodando a 1,6 GHz e uma GPU consideravelmente mais poderosa, a PowerVR SGX544MP2, uma configuração não só capaz de se comparar aos chips ARM com quatro núcleos, mas que também resolve o problema do multitarefa da primeira geração. A ASUS deveria usar esse processador desde a primeira geração, já que não estamos falando de um modelo barato, em especial pela "tarefa" dos Fonepads de popularizar os modelos da ASUS no Brasil, já que existem por aqui vários Galaxies, G Pads e assim por diante.
De qualquer forma, o 1 GB de memória RAM foi mantido, sendo o mínimo recomendado para rodar o Android 4.2 Jelly Bean instalado. Ao ligarmos o Fonepad 2 pela primeira vez, ele já pede para atualizar para a versão 4.3 do Android – mas é estranho um lançamento tão recente não trazer a versão 4.4 KitKat, que já está no mercado há vários meses. A interface foi modificada pela ASUS, e embora parecida, acreditamos que ainda não seja a Zen UI dos smartphones lançados na CES.

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Os apps já conhecidos da ASUS, como o WebStorage e os aplicativos de notas proprietários estão lá, mas um recurso nos chamou bastante a atenção. Há um botão na barra do Android dedicado a abrir apps em uma janela flutuante, algo que vimos pela primeira vez em alguns modelos da Sony e que permite um uso mais eficiente do tablet, sendo uma experiência simplificada daquela com que estamos acostumados em notebooks e PCs. Ainda são poucas opções, como calculadora, reprodutor de vídeos, dicionário e assim por diante, mas com o tempo veremos cada vez mais esse recurso em modelos de todas as marcas.

Memória interna e bateria

O modelo que recebemos é o mais simples, com apenas 8 GB de memória interna. Ainda que esse seja um valor suficiente para uma boa experiência em smartphones, tablets geralmente precisam de mais espaço, já que usuários costumam baixar mais arquivos ou mesmo armazenar filmes. Esse fato isoladamente já faz do Fonepad 2 um modelo básico, já que não encontramos versões com 16 GB ou 32 GB de espaço à venda. Porém, é possível expandir esse espaço com um cartão microSD de até 32 GB, o que minimiza o problema.
A bateria é de 3950 mAh, exatamente a mesma capacidade do Nexus 7 2013, modelo que provavelmente serviu de referência na criação do Fonepad 2. A autonomia é basicamente a mesma, embora a combinação de resolução de tela e processador seja completamente diferente. Conseguimos extrair 10 horas de uso comum, incluindo navegação na internet, visualização de vídeos no YouTube e rodando alguns games mais casuais, sendo uma marca muito boa para a categoria de preços.

Câmera e extras

Esta segunda versão corrige um problema grave do Fonepad original, trazendo uma câmera com um sensor maior e com uma qualidade consideravelmente superior. A câmera traseira conta agora com 5 megapixels e é capaz de gravar vídeos em Full HD (1080p@30fps) com uma qualidade muito boa. Ele traz ainda uma câmera de 1,2 megapixels na parte frontal para videoconferências em apps VoIP como o Skype, gravando vídeos em 720p@30fps. Novamente, são câmeras praticamente idênticas às do Nexus 7 2013.

Câmera 02

Nos extras temos a já mencionada conexão 3G (não há uma versão 4G), que requer um plano de dados contratado separadamente, GPS com A-GPS e GLONASS, Bluetooth 3.0 e Wi-Fi dual-band nos padrões A, B, G e N com suporte a HotSpot e tethering. Para saber mais detalhes sobre as tecnologias mencionadas acima, não deixe de conferir os artigos abaixo:

Câmera 03

Conclusão

Vale a pena comprar o Fonepad 2? Bom, depende de como ele é interpretado. Se você está em busca de um smartphone com tela incovenientemente grande e boa configuração (sério, pessoal, 7 polegadas é um exagero), ele é uma opção a se considerar. Se você o enxerga como um tablet 3G, torna-se uma opção melhor ainda, já que o preço sugerido de R$ 999 é extremamente atraente para um modelo com um processador bastante competente e tela de qualidade, ainda mais considerando que muitos fabricantes de tablets vagabundos cobram esse preço por uns pedaços de lixo só por trazerem conexão 3G.

Câmera 04

Ainda que os processadores Intel Atom apresentem algumas incompatibilidades com alguns apps do Android, o desempenho desses chips é claramente superior em uma série de situações. Não é preciso rodar um benchmark para ver a fluidez do Z2560, algo de que a geração anterior carecia, em especial por trazer 2 núcleos, capazes de fornecer um multitarefa perceptivelmente superior.
Vantagens
  • Desempenho acima da média;
  • Tela de qualidade;
  • Bateria com boa autonomia;
  • Conexão 3G (e a possibilidade de realizar ligações).
Desvantagens
  • Não é um smartphone, é um tablet que faz ligações;
  • A tela é de qualidade, mas poderia trazer a mesma resolução do Nexus 7 2013 (1920x1200);
  • A ASUS poderia dispoibilizar uma versão 4G.

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