Europa tenta recuperar liderança com 5G


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Ulf Ewaldsson (Ericsson, à esq.), Mari-Noëlle (Orange), Neelie Kroes (UE), Hossein Moiin (NSN) e Marcus Weldon (Alcatel-Lucent) assinam acordo de € 6,2 bilhões

Se as operadoras brasileiras achavam que ainda era cedo para investir em redes de quarta geração de serviços móveis (4G) no ano passado, falar em 5G agora pode soar como uma provocação. Mas não é. Durante o Mobile World Congress em Barcelona, no fim de fevereiro, o tema foi instigado pela União Europeia e por fabricantes europeus e asiáticos.

A Europa tem provocado o assunto desde 2013, na expectativa de voltar à vanguarda do desenvolvimento tecnológico que marcou o continente antes da onda das redes 3G. Com essa geração e a implantação da tecnologia LTE, de 4G, a Europa perdeu a liderança tecnológica e ficou atrás dos Estados Unidos e da Ásia. Mais do que figurar no topo do ranking, isso significa para as empresas do Velho Continente menor fatia nas vendas mundiais de equipamentos para redes.

Para reconquistar ao menos 40% nas vendas futuras do mercado global desses equipamentos, a União Europeia (UE) e o setor privado firmaram uma aliança para investir € 6,2 bilhões no programa de pesquisa Horizon 2020. A parceria público-privada para infraestrutura de 5G foi lançada em Barcelona por Neelie Kroes, comissária da União Europeia para a Agenda Digital - que define as políticas de tecnologia para o bloco econômico -, ao lado de empresas como Ericsson, Nokia Solutions and Networks (NSN), Orange e Alcatel-Lucent.

O consórcio é formado por cerca de 30 empresas, entre fabricantes de telecomunicações e do setor automotivo, institutos acadêmicos, centros de pesquisa e operadoras, entre as quais a Telefónica (da Espanha, dona da Telefônica / Vivo), Deutsche Telekom (Alemanha), NTT DoCoMo (Japão), Telecom Italia (Itália, dona da TIM) e France Telecom, por meio de sua controlada Orange (França).

O setor privado se comprometeu com um total de € 4,2 bilhões em recursos, até o momento, para pesquisa em 5G, enquanto a UE destinou € 700 milhões. O grupo de estudo espera a adesão de outras empresas, afinal a agenda prevê que a rede 5G só entre em fase comercial em 2020.

A chinesa Huawei diz que começou a investir em tecnologias 5G em 2009 e planeja aplicar US$ 600 milhões nos próximos cinco anos em pesquisa e inovação. Mas, de modo geral, as empresas ainda não têm orçamentos bem definidos para a tecnologia. "Como ainda não há padronização da 5G é difícil cravar um número", disse ao Valor, Clayton Cruz, diretor de banda larga móvel da Ericsson na América Latina. "Nos fóruns estamos discutindo visões de mercado e de usuário. Na América Latina não faz sentido econômico ir para 5G."

A opinião de Cruz pode ser aplicada a outros países em desenvolvimento. A GSMA Association, que reúne 800 operadoras de telefones móveis no mundo, estima que 40% das conexões móveis nas regiões em desenvolvimento continuarão em 2G em 2020, comparado a menos de 10% nas regiões desenvolvidas.

No Brasil, as redes com tecnologias 2G representavam mais de 61% das linhas móveis em janeiro, enquanto 3G detinha 38% e 4G apenas 0,6%. Vale destacar que as redes 4G começaram a ser implantadas no país em 2013, como meta imposta às operadoras pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O objetivo era ter a tecnologia disponível nas cidades-sede da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. Mas obviamente a negociação não foi fácil.

Pelos números da Anatel, falta muito para levar 2G às regiões mais distantes e a penetração de 3G ainda é baixa. Isso significa que as operadoras ainda estão investindo na expansão dessas redes. Por isso, falar no investimento em uma nova geração não agrada às teles locais. Mas tudo depende de onde se observa.

Se os grandes eventos esportivos no Brasil foram marcados pelo lançamento das redes 4G, no Japão, sede escolhida para os Jogos Olímpicos de 2020, será a vez da 5G. Não é à toa que a operadora móvel japonesa NTT DoCoMo informou, no fim de fevereiro, que junto com o Instituto de Tecnologia de Tóquio conseguiu transmitir pacotes de dados a 10 gigabits por segundo em uma transmissão móvel, o que abre caminho para 5G. Essa velocidade é cem vezes mais rápida que as atuais redes 4G, ao menos em teoria.

Ao Valor, a Telefônica/Vivo disse que "estuda o padrão que está sendo desenhado para 5G, como sempre com novidades tecnológicas que podem trazer benefícios aos clientes. A empresa inclusive participa de discussões em reuniões no CPqD sobre o tema."

A Claro informou que "não possui projetos em desenvolvimento no Brasil e, portanto, ainda não há prazo para que isso ocorra". A empresa diz acreditar no aumento crescente da demanda dos usuários por alta velocidade de conexão, atrelada ao custo-benefício. Nesse sentido, a Claro diz que "atende o mercado e permite o acesso aos serviços da rede 4GMax, a mais veloz do mundo, segundo relatório Open Signal (2014) e não cobra nada a mais, comparado à rede 3G. A disponibilidade de novas tecnologias depende de investimentos, de licenças para a instalação de antenas, além do apoio da legislação brasileira para a liberação da infraestrutura necessária".

A Portugal Telecom, acionista da Oi, diz que também participa da 5G PPP Association para viabilizar a nova geração.

"A Oi tem um grupo de trabalho interno que estuda e avalia o projeto de 5G e análise de cenários de desenvolvimento dessa tecnologia no mundo", informou a Oi por meio de nota (ver mais sobre Oi na página B7).

O governo brasileiro está à margem da discussão europeia. O Ministério das Comunicações informou ao que não tem, até o momento, participação nos grupos que vêm desenvolvendo 5G. "Diferentemente de muitos países, as licitações de espectro no Brasil realizadas pela Anatel não vinculam a tecnologia a ser utilizada; ou seja, estando a tecnologia 5G comercialmente disponível, poderá ser implementada imediatamente pelas operadoras em suas redes aqui no Brasil", informou o ministério.





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