Teles vão usar 4G para aliviar sobrecarga


Aline Massuca/Valor / Aline Massuca/Valor

Atila Araujo Branco, diretor de acesso da Telefônica/Vivo: "Quantidade de usuários conectados ao mesmo tempo multiplica-se por três, ano a ano"

Passada a resistência inicial, as grandes operadoras começam a vislumbrar a quarta geração de telefonia móvel (4G) como uma oportunidade para aliviar a sobrecarga sofrida pela terceira geração (3G) e suprir a demanda crescente e acelerada por conexões móveis no país.

Atila Araujo Branco, diretor de acesso e transmissão da Telefônica/Vivo, disse que inicialmente houve muitas dúvidas sobre o 4G, por se tratar de uma tecnologia nova, diferentemente do padrão 3G, que já estava maduro quando chegou ao Brasil. Apesar disso, afirmou, a demanda pela internet móvel não foi subestimada. O executivo participou do evento de telecomunicações LTE Latin America 2014, no Rio.

Para Janilson Bezerra, diretor de governança e inovação de rede da TIM, a expectativa é que o 4G vá atrair usuários mais rapidamente a tecnologia 3G. "Na migração de clientes de um padrão para o outro, queremos que os primeiros que mudem sejam os 'heavy users' [consumidores que fazem uso intenso da rede], para, de certa forma, reduzirmos os impactos da rede 3G", disse.

Esteban Diazgranados, diretor de tecnologia sem fio da fabricante de infraestrutura Alcatel-Lucent para a América do Sul, o impacto do 4G ainda é tímido, mas a necessidade de desafogar o 3G vai implicar em investimentos mais fortes e consistentes.

O cenário é diferente de quando a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu início às exigências para implementação do 4G, em meio às críticas das operadoras. As teles se queixavam de ter de fazer investimentos quando o 3G ainda estava pouco difundido e não havia sequer oferta de aparelhos 4G no país.

Ainda há pouca oferta de aparelhos com essa tecnologia, disse Eduardo Tude, presidente da consultoria de telecomunicações Teleco. Para Tude, o 4G só vai ultrapassar o 3G neste ano e será dominante até 2017 pelo menos. No fim de março, a Anatel registrava 150,47 milhões de linhas com conexão em 2G, 105,40 milhões em 3G e 2,07 milhões em 4G.

Branco, da Vivo, disse que ao mesmo tempo em que o 2G perde espaço em número de celulares e tráfego de voz, a comunicação de dados permanece em crescimento, impulsionada pela conexão entre máquinas (M2M, no jargão do setor). Apesar disso, a redução da utilização do 2G poderá significar nova oferta de espectro de radiofrequência para outras tecnologias.

"O que nos deixa boquiabertos é que a quantidade de usuários conectados ao mesmo tempo multiplica-se por três, ano a ano", afirmou Branco.

Para enfrentar os desafios para atender à demanda crescente por banda larga fixa e móvel, as operadoras precisam atuar em várias frentes, disse Diazgranados, da Alcatel-Lucent. Uma delas é obter um aumento do número de frequências disponíveis para a oferta de serviços no país, o que depende da realização de leilões pelo governo. Outra frente é adotar tecnologias mais eficientes, como a 4G.

José Augusto de Oliveira Neto, diretor de tecnologia da Huawei para a América Latina, disse que a busca por esses desafios muitas vezes encontra obstáculos nas leis brasileiras. A Huawei também é fabricante de infraestrutura. A opinião de Oliveira Neto é reforçada por Branco, da Vivo. "A grande pressão que a gente tem é ampliar a rede, mantendo a qualidade e cumprindo todas as determinações regulatórias", afirmou.

Uma das maneiras de as operadoras ampliarem a oferta de conexão móvel é a reutilização do espectro. As operadoras reduzem o alcance de suas estações radiobase para oferecer maior capacidade de transmissão em regiões onde há um número maior de usuários. Em contrapartida, precisam instalar mais estações radiobase para atender os clientes que ficaram de fora da área de cobertura reduzida e, com isso, perderam o sinal.

Oliveira Neto disse que o processo para o licenciamento de instalação de estações radiobase é "extremamente moroso". "Precisa que as autoridades tenham metas e processos claros, rápidos, prazos definidos para obtenção de licenças, de implantação de infraestrutura móvel, que são as [estações] radiobase, e fixa, que são os cabos", afirmou.





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