Moto E: a Motorola jogando no hard no segmento de entrada

Motorola Moto E

A Motorola fez uma das reconstruções de marca mais rápidas da história da tecnologia, saindo dos antigos (e bugados) Milestones com a antiga interface MotoBlur (argh!), passando pela linha Razr e chegando na linha Moto, isso em um espaço de poucos anos. Se já é difícil encontrar um usuário insatisfeito com o Moto X, primeiro modelo lançado dessa nova geração, o que dizer do Moto G? Segundo a própria empresa, ele é o aparelho mais vendido da história da Motorola, e ainda reina praticamente sem concorrentes em sua faixa de preços.
O passo seguinte da Motorola foi atacar o segmento de entrada, trazendo o Moto E com o já conhecido design da linha Moto, mas com especificações mais básicas e preço menor. Como será que ele se sai?

Design

Um dos pontos em que não podemos negar que a Motorola está acertando em cheio é a construção de seus aparelhos. Não pelo design em si, já que é uma questão subjetiva, mas pela traseira curva em conjunto com bordas arredondadas que melhoram a pegada do modelo, mesmo sendo totalmente de plástico. Ao invés de tentar ganhar o concurso do smartphone mais fino do mundo, o foco da linha Moto, algo espelhado no Moto E, é na ergonomia, e por contar com uma tela de 4,3 polegadas é possível utilizá-lo com somente uma das mãos.

Motorola Moto E   Motorola Moto E

Modelos de entrada em geral quando trazem uma resolução decente geralmente não passam de 480x800 ou 480x854, dependendo do aspecto da tela, e esse por si só é um ponto que já coloca o Moto E em uma excelente posição na concorrência. Ele vem com uma tela com resolução qHD (540x960) com IPS e proteção Gorilla Glass 3, resolução ligeiramente menor que a do Moto G (720x1280), mas ainda assim de altíssima qualidade, contando com a confortável densidade de pixels de 256 pontos por polegada quadrada, que é pouca coisa menor que a densidade do iPad Air.

Motorola Moto E   Motorola Moto E

Tanto o formato do Moto E como a sua largura de 12,3 milímetros (que pode parecer um absurdo em relação ao iPhone com seus 7,6 mm, mas não é) permitem que a bateria tenha uma capacidade maior, com 1980 mAh. Suas dimensões são muito parecidas com as do iPhone 5S, com 12,36 cm de altura e 6,48 cm de largura (contra 12,38 cm de altura e 58,6 cm de largura do gadget da Maçã), fazendo com que mesmo que ele tenha uma tela do tamanho da do Galaxy S2, pareça um pouco menor, não chegando a ser pesado com seus 142 gramas.

Desempenho

Por falar em Galaxy S2, suas especificações são bem parecidas. Temos um processador Snapdragon 200 dual-core Krait de 1,2 GHz, 1 GB de memória RAM e GPU Adreno 302, o suficiente para rodar uma série de apps sem grandes problemas. A limitação aqui fica por conta da GPU, que é bastante básica, e pode travar em alguns jogos mais sofisticados, mas é perfeitamente capaz de lidar com os efeitos 3D do Android 4.4.2 Kit Kat de fábrica.

Motorola Moto E   Motorola Moto E
Essa versão do Android possui uma técnica de compressão de memória que permite que aparelhos com apenas 512 MB de memória RAM rodem mais lisos, sendo um grande avanço em relação ao Jelly Bean (versões 4.1, 4.2 e 4.3), que precisavam de pelo menos 1 GB. A Motorola optou por usar o Android como ele foi projetado originalmente para o Nexus (uma decisão bem inteligente), sem modificações de interface desnecessárias ou toneladas de bloatwares como alguns concorrentes (Samsung?), que limitam o processamento do aparelho e causam travamentos com mais frequência, ainda mais nos modelos mais básicos.
Essa era uma estratégia utilizada há alguns anos para cobrir algumas falhas do Android (em especial nas versões 2.X) e criar uma identidade para o aparelho, mas hoje o Android chegou a um bom nível de maturidade a ponto de não precisar de boa parte desses "recursos". Como ele bem limpo, o usuário terá que ir atrás de alguns apps na Play Store logo de cara, mas acreditamos que esse seja um preço pequeno a se pagar para ter um aparelho mais responsivo e que trava menos.
A memória interna conta com apenas 4 GB (dois quais 2,2 GB ficam disponíveis para o usuário), algo típico de modelos mais básicos, mas ao contrários dos irmãos Moto X e Moto G (o de primeira geração), é possível expandir esse armazenamento com um cartão microSD de até 32 GB, algo que esperamos que a Motorola continue a possibilitar em seus aparelhos, sendo uma das principais falhas da linha Nexus.

Câmera

Em testes iniciais tivemos uma impressão melhor da câmera, mas ela acabou se revelando bastante básica. A traseira conta com 5 megapixels, mas ainda tira fotos de bom tamanho e tem suporte a HDR. Ela não se comporta muito bem com fontes de luz, mesmo que estas nem apareçam na foto, e não conta com flash.

Motorola Moto E 
Com iluminação ideal, as fotos são "OK"
A capacidade da filmadora é de gravar em 480x854, algo esperado em um modelo básico, e ela não conta com estabilização de imagem ou recursos mais avançados, servindo somente para gravar momentos casuais.

Motorola Moto E 
Basta ter um ponto de luz, mesmo longe, para gerar ruído o suficiente para o HDR não conseguir resolver
Não há uma câmera frontal, e ainda que consideremos que é melhor não colocar uma câmera do que instalar uma de baixa qualidade, isso diminui o interesse no modelo, já que há nem uma VGA para quebrar o galho.


O nível de detalhes não é surpreendente, mas atende quem precisa tirar fotos casuais. Na foto um gato extremamente fotogênico

Extras

Como dissemos no primeiro item, a bateria tem capacidade de 1980 mAh, algo que não garante mais de um dia de uso, mas deixa o usuário seguro de utilizar o celular por um dia inteiro sem grandes preocupações. Recebemos o modelo mais caro, o que vem com suporte a televisão digital, e ainda que a qualidade não seja das melhores, dá para quebrar o galho. Para utilizá-la é necessário usar a "antena" na embalagem, o que certamente fica estranho.

Motorola Moto E

De resto, ele conta com suporte a rádio FM (sem RDS; também precisa da "antena"), GPS com A-GPS, GLONASS e BeiDou (que pode ser tanto uma piada escrita errada como o Sistema de Geolocalização Chinês) e Bluetooth 4.0 LE. A versão mais cara, além do suporte a televisão digital, vem com duas tampas coloridas além da preta: um verde azulado (ou azul esverdeado, dependendo do referencial) e amarelo "Lumia"– mas mesmo que a tampa traseira seja removível, a bateria não é acessível.

Motorola Moto E 

O Moto E é um modelo 3G dual-chip (naturalmente, não há 4G) e tem um recurso interessante: aprende com o padrão de comportamento do usuário. Por exemplo, se você costuma ligar para a sua mãe pelo SIM 2, ele automaticamente selecionará essa opção na hora de discar. Outro ponto é que ele escolhe a operadora para quem você está ligando automaticamente. Por exemplo, se você está ligando para alguém da Oi e tem SIM cards da Vivo e da Oi, ele já seleciona a Oi para economizar ligações. Essa e outras opções podem ser configuradas manualmente.

Conclusão

A versão que recebemos conta com televisão digital e vem com duas capas coloridas na embalagem, saindo por R$ 599, e a versão sem televisão digital e sem capas coloridas custa R$ 539. Sinceramente, se você não faz questão da televisão digital, vale a pena economizar e pegar o de R$ 539, já que as capas podem ser compradas separadamente. Se puder gastar um pouco mais, vá de Moto G.
Assim como aconteceu com o Moto G e com o Moto X (um ponto em que a Motorola está ficando craque), o Moto E está extremamente bem posicionado em sua faixa de preços, trazendo não só configurações decentes, ao contrário de configurações patéticas de alguns modelos concorrentes, ou telas com pixels tamanho azulejo. Ele possui dois recursos bem interessantes para o público brasileiro, o que provavelmente fez com que a Motorola realizasse o lançamento oficial por aqui: TV digital e dual-chip, sendo um dos primeiros modelos baratos que vemos que não trazem esses recursos lado a lado com grandes falhas.
Vantagens
  • Desempenho acima da média para a categoria;
  • Preço camarada;
  • Dual-SIM;
  • Tem rádio FM e TV digital;
  • Vem com capas coloridas de fábrica;
  • Tela de qualidade;
  • Bateria com boa autonomia;
  • Android 4.4 Kit Kat de fábrica com atualização garantia para a próxima versão.
Desvantagens
  • Câmera traseira bastante básica e sem flash;
  • Não há câmera frontal;
  • Com exceção da televisão digital, vale muito mais a pena gastar R$ 50 e pegar o Moto G.

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