Nokia o que será dela agora?

E agora

Na sexta-feira, a Nokia e Microsoft finalizaram a venda da divisão de dispositivos e serviços da empresa finlandesa, fazendo com que a Microsoft passasse a ser dona daquilo que, para muitos de nós brasileiros, é sinônimo de "ser Nokia": a fabricação de celulares. Porém, a empresa não vai deixar de existir, sendo que manteve três divisões: geolocalização, responsável por serviços como o HERE, desenvolvimento de tecnologias e redes de telecomunicações.






Um dos últimos lugares onde ainda poderemos ver a "Nokia Nokia mesmo"

Por mais que do ponto de vista dos consumidores, a venda da divisão de dispositivos e serviços da Nokia pareça ser "entregar o ouro", quando olhamos para o último relatório fiscal da empresa as coisas são bem diferentes. Enquanto as divisões remanescentes da Nokia vem trazendo lucro, a venda de celulares vem perdendo bilhões nos últimos meses. Neste último trimestre, a situação voltou a se agravar com uma nova queda na receita, que ficou 30% abaixo das registradas no mesmo período do ano passado, o que fez a divisão fechar ainda mais no vermelho, com perdas de 336 milhões de euros (no mesmo período do ano passado havia fechado em €120 milhões negativos).

O que resta são as divisões que tem "potencial para dar lucro", algo que definitivamente deve arrancar sorrisos de acionistas. A divisão de redes de telecomunicações é a Nokia Solutions Networks (NSN), iniciada em 2007 como uma joint-venture com a Siemens e que no ano passado foi adquirida integralmente pela finlandesa. Durante 2012, a NSN obteve lucro de 822 milhões de euros e é especializada em soluções de conectividade, principalmente em redes móveis.

A divisão de tecnologia da Nokia continuará trabalhando com o desenvolvimento de novas tecnologias e seu licenciamento. É uma divisão que irá atuar na criação de novos recursos, mas que muito provavelmente iremos ouvir falar mais em notícias como esta, sobre briga de uso de patentes.

A verdade é que, para nós, consumidores finais, a divisão da Nokia que ficará mais evidente é a de geolocalização. Serviços como o HERE estão entre os últimos que temos acesso (exceto se você está cogitando instalar infraestrutura de conectividade ou desenvolvendo uma nova tecnologia móvel). E estes recursos estarão em um lugar bastante familiar: nos próprios aparelhos ex-Nokia. Parte do acordo da compra pela Microsoft inclui o uso do serviço de geolocalização da Nokia no sistema Windows Phone, o que já garante uma boa renda para a finlandesa.

Ok, e os celulares Nokia?
Ainda está nebuloso o futuro do logo Nokia em celulares e smartphones. No acordo, a Microsoft ficou com o direito do nome Nokia em celulares por um período de 10 anos, o que significa que a empresa poderia continuar usando a marca nos aparelhos durante este período e, em contrapartida, "o que restou da Nokia" não poderia desenvolver e lançar outro celular nesta janela de tempo com a sua própria marca.



Stephen Elop, ex-CEO da Nokia e atual VP de Dispositivos da Microsoft

Apesar de manter estes direitos, a Microsoft ainda não declarou oficialmente se irá utilizar a marca ou não. Stephen Elop, agora vice-presidente de dispositivos da Microsoft, chegou a deixar a dica de que algum novo nome deve surgir, durante uma conversa com o público no blog Nokia Conversations: "Agora nós somos uma companhia [Nokia e Microsoft] e o pessoal de marketing e produtos tem planos para mudar para uma marca consistente. Enquanto não temos detalhes, o que posso te garantir é que não será 'Nokia Lumia 1020 com Windows Phone na rede 4G da AT&T'... são palavras demais".

Na primeira publicidade após a oficialização da compra, o único logo a figurar foi o da Microsoft, e temos vários sinais que a Microsoft não irá explorar a possibilidade de usar o nome Nokia, e já "partirá pra próxima". Considerando a estratégia usada no tablet Surface, possivelmente a Microsoft irá optar por um nome simples para facilitar o marketing.

Se você pretende comprar um smartphone com o logo Nokia, é melhor não adiar muito a compra. Uma dos rumores indicam que a Microsoft poderia manter o nome Nokia nos dispositivos de entrada, como na linha Asha e os futuros Nokia X, por conta do apelo desta marca em mercados em desenvolvimento. Nos topos de linha, a postura parece ser outra: o quanto antes for criado uma nova marca, melhor.

E este é o fim?
Mudanças de grande porte não são novidade da empresa finlandesa. A companhia começou em 1865, e não foi fazendo celulares - como alguns de vocês já devem ter presumido - e sim fabricando papel. A empresa se envolveria em outros negócios, como fabricação de botas e materiais de borracha, e só partiria para a área de tecnologia em 1912, depois de ser instalada luz elétrica na Finlândia. Celular mesmo, só em 1992 com o primeiro modelo com a tecnologia GSM da empresa.

Veja a trajetória da Nokia

Dado este estilo mutante desta empresa mais que centenária, é pessimismo acreditar que a Nokia chegou ao fim. Agora, aquela Nokia de nosso imaginário popular, dos celulares indestrutíveis, só teremos chance de rever daqui a 10 anos, quando a fabricante ganhará novamente a possibilidade de fabricar aparelhos móveis com sua própria marca. Isto se ainda usarmos telefones até lá.









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