Telecom Italia faz de tudo para evitar divisão da TIM








O executivo-chefe da Telecom Italia, Marco Patuano
se reuniu com ministro das Comunicações em busca de apoio

O executivo-chefe da Telecom Italia, Marco Patuano, se reuniu na quarta-feira com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e outras autoridades em Brasília. Um dos itens da pauta era buscar aliados para tentar evitar o fatiamento da subsidiária TIM Brasil. Patuano, segundo alta fonte que acompanha o assunto, quer evitar que Oi, Telefônica Vivo e América Móvil (dona da Claro, Net e Embratel) apresentem uma proposta formal para divisão da TIM.

Ocorre que se receber a proposta, Patuano não poderá simplesmente recusar; será obrigado a apresentá-la ao conselho de administração da Telecom Italia. O executivo está empenhado em evitar que o processo avance até esse ponto porque a Telefónica da Espanha, controladora da Telefônica Vivo, participa do conselho da empresa italiana por meio da Telco. Com isso, teoricamente poderia se favorecer em uma votação. No entender da Telecom Italia, o melhor jeito de parar o processo seria não receber a proposta, em vez de tentar derrubá-la depois.

Com 22,39% de participação nas ações ordinárias da Telecom Italia, a Telco figura como principal acionista direta da empresa. Dez dos 14 membros do conselho de administração foram indicados pela Telco, inclusive Giuseppe Recchi, escolhido pelo conselho para ser seu presidente. A Telco é composta pela Intesa Sanpaolo (11,62%), Mediobanca (11,62%), empresas pertencentes ao Generali Group (30,58%) e Telefónica S.A. (46,18%).

Outros acionistas relevantes da Telecom Italia são o grupo Findim, com 5% de participação, e Norges Bank, 2%. O fundo Blackrock detém indiretamente 4,8% das ações.

Segundo essa fonte, estaria ocorrendo um movimento forte do presidente da Oi, Zeinal Bava, em favor da fragmentação da empresa. A Oi, que tem a Portugal Telecom como principal acionista, se beneficiaria ao adquirir uma parte da concorrente. Por isso, após a conclusão da oferta pública de ações estaria focada nesse processo. O plano seria comprar a TIM e repassar dois terços para a Vivo e América Móvil.

Patuano chegou ao Brasil na terça-feira e teria como objetivo tentar estabelecer uma defesa para evitar o ataque dos concorrentes. O executivo foi procurado pelo Valor, mas sua assessoria informou que ontem ele embarcou para Buenos Aires, na Argentina.

O ministério e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) teriam ferramentas para barrar o avanço das três teles na tentativa de fatiar a TIM, já que poderia haver concentração. Esse é um dos argumentos dos italianos, pois com um competidor eliminado poderia haver consequências para a prestação de serviços aos usuários.

Contudo, o Valor apurou que o governo não pretende interferir no assunto até receber uma demanda oficial, por entender que se trata de um negócio privado.

A Anatel disse que não teria informações sobre o assunto. Mas, em entrevista ao Valor em 9 de março, o presidente da agência, João Rezende, deu sinais de que poderia haver uma flexibilidade. "Nenhuma política para concentrar o mercado brasileiro vai partir da Anatel, mas nós também não podemos descartar. Se no futuro os agentes econômicos que estão operando hoje no mercado vierem nos procurar, vamos ter que nos debruçar sobre isso, colocando na balança ganhos e perdas de uma possível consolidação", disse Rezende. E é justamente essa brecha que o grupo italiano quer fechar.

A Claro não quis comentar o assunto. Oi e Telefônica não responderam ao pedido de entrevista.

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