América Móvil fala com Oi sobre TIM


O plano da Oi para se unir aos concorrentes e fazer uma oferta à Telecom Italia pela TIM Brasil já está a pleno vapor. Ontem, o diretor financeiro da América Móvil, Carlos García-Moreno, confirmou que o grupo está conversando com a Oi sobre o assunto. Mas ressaltou que não há, ainda, qualquer acordo formal entre seu grupo, controlado pelo bilionário mexicano Carlos Slim, e a Oi.

"Inicialmente, estamos interessados em conversar com a Oi para entender melhor a oferta e explorar a oportunidade", disse o executivo à Bloomberg. "Em termos de financiamento, não acho que será um problema. Assumindo que a aquisição ocorra, teríamos que saber de que tamanho ela será e, provavelmente, teríamos de contrair alguma dívida para financiá-la."

A América Móvil é dona da Claro, Embratel Star One e Net no Brasil. Como as conversas estão apenas no começo, não está definido ainda como os potenciais interessados na TIM planejam dividir a companhia, caso sejam bem-sucedidos em fazer a proposta e obter sinal verde do grupo italiano para levar as negociações adiante.

As declarações do executivo reacenderam o entusiasmo dos investidores com uma possível solução para a TIM, que acabou ficando isolada em serviços móveis no Brasil diante dos competidores. As conversas, entretanto, ainda estão sendo amarradas, apurou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.

Da parte da Telefônica Vivo, conforme o esperado, o ritmo é ainda mais lento. A prioridade da tele, agora, é concluir a compra da GVT. Não que a TIM não seja atrativa. É só uma questão de dar um passo de cada vez.

No fim de agosto, a Oi anunciou que contratou o BTG Pactual como comissário mercantil para estruturar uma proposta de aquisição da TIM. A ideia de dividir a operadora com os concorrentes não apenas deixa o negócio mais acessível para todos, em termos de custos, como também se espera que ajude a evitar questionamentos regulatórios no país.

São grandes as chances de as conversas avançarem. Telefonia móvel é um negócio de escala e, por isso, o setor está em processo de consolidação no mundo todo. No Brasil, a competição acirrada vem corroendo as margens das teles, o que representa um estímulo adicional para as negociações.

No entanto, quem tem mais urgência é a própria Oi, pressionada por uma dívida líquida de R$ 46 bilhões. Nos planos da tele, a compra da TIM - que não tem dívidas - seria financiada pela venda de ativos e ajudaria a aliviar sua própria alavancagem.

Com dinheiro em caixa, América Móvil e Telefônica não têm a mesma pressa da rival que lidera as negociações por meio do BTG.

De acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo", as rivais pretendem fazer uma proposta conjunta superior a R$ 30 bilhões, antes do leilão de 4G, marcado para este mês.

Com iniciativas como essa, a Oi é recolocada de volta ao jogo da consolidação de empresas, que começa na sede dos grupos estrangeiros e tem impacto no Brasil. Enquanto começa a colocar em prática uma estratégia para estruturar um lance pela rival italiana, a Oi trabalha na fusão com a Portugal Telecom, aprovada ontem pelos acionistas da empresa portuguesa. São dois movimentos paralelos que expõem de modo positivo a imagem da Oi, que vem sendo desgastada por dívidas e, principalmente, incidentes durante o processo de fusão.

As ações da TIM ontem tiveram forte valorização na BM&FBovespa e, após marcar máxima acima de 9%, encerraram o dia em alta de 6,15%, a R$ 13,28.


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