Motorola Mobility inicia nova faze e tenta recobrar prestígio perdido


 

Rick Osterloh, presidente da Motorola Mobility:
  produtos com estilo, que as pessoas realmente queiram usar, e aposta na melhor relação custo-benefício

Depois de trocar de mãos duas vezes nos últimos dois anos, a Motorola Mobility mostrou, ontem, as armas com que pretende recuperar o papel de destaque que já ocupou no mercado de tecnologia. Paralelamente ao lançamento de novos dispositivos, a companhia deu sinais de que, em termos de estratégia, pretende se assemelhar mais à Apple - leia-se um portfólio enxuto de aparelhos e preços - do que à Samsung, que atualmente oferece mais de 40 modelos ao consumidor.

A Motorola Mobility foi criada em 2011, como resultado do desmembramento da antiga companhia em duas partes. A outra, concentrada em redes, é a Motorola Solutions. Em agosto de 2012, a Motorola Mobility foi adquirida pelo Google, por US$ 12,5 bilhões. À época, o que se desenhava era um cenário em que os donos dos sistemas operacionais teriam suas próprias empresas de aparelhos: a Apple já fabricava o iPhone, o Google passou a controlar a Motorola e a Microsoft compraria a Nokia no ano seguinte.

Em janeiro deste ano, porém, o Google repassou a Motorola para a chinesa Lenovo, por um preço bem menor ao desembolsado - US$ 2,91 bilhões. A expectativa é que o acordo seja finalizado até o fim do ano. "A Lenovo tem acompanhado os desenvolvimentos e está animada com os nossos planos", disse Rick Osterloh, presidente da Motorola Mobility, ao Valor por telefone. Segundo o executivo, que assumiu o comando em abril, com a saída de Dennis Woodside, a Motorola será um complemento importante para a Lenovo em regiões como a Europa Ocidental e os Estados Unidos.

A Lenovo ganhou exposição em 2005, quando comprou a divisão de computadores pessoais da IBM, e desde então tem feito um grande esforço para expandir sua atuação internacional. Além de lançar aparelhos com marca própria, tem usado outros marcas para avançar. No Brasil, vende telefones da CCE, adquirida em 2012. Para Osterloh, administrar esse portfólio de diferentes marcas não será uma grande dificuldade. "A Lenovo tem bastante experiência em fazer isso", disse.

Nos anúncios de ontem, a Motorola dedicou bastante tempo para apresentar seus dispositivos de vestir, ou "wearables". Apresentou o relógio inteligente Moto 360, que ao contrário da maioria dos concorrentes tem tela redonda - mais semelhante à de um relógio tradicional - e um fone de ouvido com conexão sem fio Bluetooth que parece um ponto eletrônico usado por apresentadores de TV, o Moto Hint.

Posicionar-se em uma categoria emergente, mas que tem potencial para crescer seis vezes nos próximos quatro anos, com vendas estimadas em US$ 12,6 bilhões ao fim desse período, é um passo estratégico para a Motorola, que luta para se reposicionar há pelo seis anos. "Acho que temos condições de fazer esse mercado funcionar, criando produtos com estilo que as pessoas realmente queiram usar", disse Osterloh.

Além dos "wearables", a Motorola apresentou novas versões de dois de seus smartphones, o Moto G e o Moto X. Os nomes dos produtos foram mantidos, assim como a tabela de preços anterior, práticas comuns à Apple. "Não queremos ter aparelhos voltados para essa ou aquela faixa de renda, o foco é a relação custo-benefício", disse Sérgio Buniac, vice-presidente para América Latina da Motorola. Os aparelhos chegarão ao Brasil nos próximos dias, custando R$ 799 e R$ 1499, respectivamente. O lançamento do 360 e do Hint ainda estão em estudo.

Osterloh disse que os anúncios precisavam ser feitos, apesar de a aquisição pela Lenovo ainda não ter sido concluída. "Você tem que se movimentar. O mercado não espera", afirmou. A companhia tem obtido um razoável sucesso nos últimos meses. No 1º trimestre, voltou à lista dos 10 maiores vendedores de celulares do mundo, desbancando a Nokia. No Brasil e em outros países emergentes, o Moto G também tem figurado na lista dos modelos mais vendidos.

A competição, no entanto, tende a se intensificar. O lançamento de novos iPhones está previsto para terça-feira, e uma enxurrada de modelos vem sendo anunciada nesta semana na IFA, a feira de tecnologia que ocorre em Berlim, na Alemanha. Em meio a tantas incertezas, uma coisa é certa: como diz Osterloh, o mercado não para

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