Oi está disposta a negociar venda ou fusão com TIM

A possibilidade de a Telecom Italia fazer uma oferta pela Oi ou propor uma fusão desta com sua subsidiária TIM Brasil, segundo notícias veiculadas ontem na imprensa italiana e em agências internacionais, não chegou a causar susto dentro da Oi. Ao contrário, foi considerado que o modelo "pode fazer sentido". Há disposição para dialogar.

A Oi, recentemente, contratou o banco BTG Pactual para fazer o contrário: comprar a TIM, que seria fatiada entre Oi, Claro e Telefónica. A estrutura da transação aventada ontem seria muito diferente, mas o resultado prático mais almejado poderia ser igual: a redução do número de competidores e a repartição dos ativos entre as três maiores operadoras do país.





Faz sentido, do ponto de vista financeiro, que a TIM seja compradora. Ela vale em bolsa R$ 31,9 bilhões, com dívida líquida de apenas R$ 1 bilhão. A Oi está avaliada em R$ 14,2 bilhões e tem endividamento líquido de R$ 46 bilhões. Há ainda mais lógica numa fusão, em uma troca de ações. A Telecom Italia tem 67% das ações da TIM.

Hoje não há nada em discussão entre as teles, apurou o Valor. Mas Oi tem está disposta a sentar e dialogar.

A grande vantagem desse modelo de fusão via TIM, frente à estrutura do uso do BTG Pactual como um comissário mercantil, está na velocidade de implantação.

O fatiamento da TIM e a organização de três compradores - Oi, Claro e Telefônica - é mais complexo do que parece. A ideia previa um "desmanche" da TIM. A infraestrutura poderia ser separada da base de clientes e vendida à parte.

Com a TIM comprando a Oi, numa troca de ações, o resultado prático seria o mesmo. A previsão é que os órgãos reguladores do setor (Anatel) e da concorrência (Cade) exijam a venda de parte da operação. Haveria uma distribuição dos negócios entre os três maiores operadores do país. A ideia é que ainda seria possível promover e controlar um certa competição por algumas fatias a serem vendidas, entre Telefônica e Claro.

A fatia alienada seria usada para reduzir o endividamento da companhia combinada, TIM mais Oi. A questão é especialmente importante para a controladora Telecom Italia, que possui elevada alavancagem - na direção totalmente oposta da operação brasileira.

Para a TIM comprar a Oi, a presunção é de que a controladora Telecom Italia ficaria com menos de 50% do negócio, mas ainda seria o maior acionista, com folga.

Portanto, acionistas brasileiros, portugueses e investidores de mercado da Oi seriam amplamente diluídos - ainda que seja aplicado prêmio significativo. A percepção de pessoas próximas da Oi é de que seus acionista veem com bons olhos qualquer iniciativa que resulte na consolidação do setor e, especialmente, na recuperação do valor de seus investimentos.

Vale lembrar, porém, que se o diálogo entre as empresas fosse colocado em marcha hoje, a Oi ainda é uma companhia de "dono". O último passo da reestruturação que deve colocar a empresa no Novo Mercado e torná-la uma companhia de capital pulverizado ainda não se concretizou.

Para analistas, uma aquisição da Oi pela TIM enfrentaria dificuldades. Segundo Willian Araújo, da Um Investimentos, um dos principais impasses seria regulatório, pela combinação da participação de mercado das duas teles. O financiamento também poderia ser complicado, disse ele.

No esquema em que a TIM é comprada pela Oi, via BTG Pactual, a Claro e sua controladora América Móvil já confirmaram interesse em participar de um consórcio. A Telefónica está concentrada em concluir a compra da GVT. Vivendi, dona da GVT, e a Telefónica têm um prazo de 90 dias para concluir a transação. Mas fonte próxima ao grupo espanhol diz que a empresa tem interesse em ficar com uma fatia da TIM. É uma questão de tempo.

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