Telefónica diz que não ficará fora da consolidação de mercado no Brasil


O grupo Telefónica não está disposto a deixar a consolidação do mercado brasileiro evoluir sem a sua participação. A concentração do setor de telecomunicações no país despertou interesse de analistas ontem, durante teleconferência da companhia para apresentar os resultados mundiais do grupo referentes ao terceiro trimestre, quando registrou um total de 309,5 milhões de clientes, 1,5% a menos que há um ano.

O lucro líquido da Telefónica atingiu € 947 milhões no terceiro trimestre, em queda de 13% comparado a igual período de 2013. O resultado foi pressionado pelas operações domésticas e pelo comportamento dos negócios na América Latina, excluindo o Brasil. A receita líquida do grupo recuou 7,4%, para € 13,02 bilhões.

A consolidação tem sido defendida pelas teles como um recurso defensivo contra rivais e para estancar a queda de receitas em mercados muito competitivos. Na Espanha está ocorrendo uma penetração maior de cobertura pelas teles e o processo de consolidação sugere que haverá uma estabilização de preços em médio prazo, disse José María Álvarez-Pallete, diretor de operações da companhia.

"Na medida em que vamos implantando a rede 4G [de serviços móveis], outros operadores estão tentando acelerar o uso de dados em 4G", disse Álvarez-Pallete. O executivo lembrou que há dois anos as teles pareciam seguir na mesma direção na Europa; agora, há um movimento comercial do setor muito mais seletivo. Afirmou que as mudanças no cenário espanhol são dolorosas por provocarem o processo convergente.

Sobre o Brasil, o executivo disse que a companhia está em uma posição "confortável", como líder de mercado no segmento móvel. Confirmou que com a decisão da Vivendi de aceitar como parte do pagamento pela GVT títulos conversíveis em ações da Telecom Italia, a Telefónica sairá totalmente do investimento nessa companhia. Desse modo, disse que a empresa não está sob pressão para participar de qualquer outro processo de consolidação. Lembrou que há vários cenários de consolidação no Brasil, desenhados por especulação, e que a Telefónica pode atuar em maior ou menor grau de forma ativa ou passiva.

"É um mercado imenso, com investimentos relevantes, precisamos seguir em frente, ter progressos em 4G. Com tantos competidores, precisamos estar lá", disse. "Mas, nosso foco é a conclusão da compra da GVT." A espanhola comprou a unidade de banda larga e telefonia fixa da Vivendi em setembro, por R$ 22 bilhões.

Mas, até agora a Telefônica Brasil ainda não entregou a documentação dessa aquisição ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Ángel Vilá, diretor de finanças da Telefónica, disse que a empresa negocia com a autarquia os aspectos técnicos da transação e a integração das teles. Vilá confirmou as expectativas da subsidiária de conclusão do processo no primeiro semestre de 2015.

Mas, quando um analista perguntou se o grupo foi procurado pelo BTG Pactual, comissário mercantil que preparou uma oferta da Oi pela TIM Brasil, os executivos silenciaram. Depois, Álvarez-Pallete disse que não responderiam à questão. As informações dos últimos dias indicam que o BTG já formatou uma proposta que, se aceita pela Telecom Italia, dividirá a TIM entre os três competidores.

Sobre a China Unicom, o executivo disse que não há planos de vender mais ações da empresa no mercado, ao menos no curto prazo. Há poucos dias, a Telefónica vendeu 25% de sua participação, que passou para 5,01%. Agora, há um compromisso com a inovação em serviços digitais na China.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

4 celulares para curtir TV digital

Android Pie chega ao LG G7 ThinQ.

Driver leadership 0091 - Receptor de TV Digital.zip