Lenovo ganha espaço no mercado brasileiro de smartphones






A empresa chinesa Lenovo está ganhando força no mercado de smartphones brasileiro. Após a compra da Motorola, a fabricante tem se firmado em território nacional, abrindo espaço para que outras empresas chinesas do setor possam desembarcar por aqui. Tal estratégia das empresas é investir em mercados emergentes como o Brasil, Índia e Indonésia para compensar a desaceleração existente nos mercados mais fortes, o norte-americano e o europeu. As informações são da Exame.

No final do mês de outubro, a Lenovo concluiu a compra da Motorola, que pertencia ao Google. Com isso, a Lenovo aumentou sua participação nos mercados emergentes, em especial no Brasil, onde a marca Motorola é muito bem aceita, segundo afirmou Reinaldo Sakis, analista da consultoria IDC.

Devido à expansão da Lenovo no mercado brasileiro e do sucesso de vendas que os aparelhos da Motorola estão obtendo recentemente no Brasil, é bem provável que outras fabricantes chinesas tragam lançamentos para o país no próximo ano. "Os lançamentos devem vir no início do ano. Há varejistas comentando que já compraram (smartphones) das chinesas", declarou Sakis.

A desaceleração dos mercados norte-americano e europeu também contribui para que as fabricantes chinesas procurem países emergentes, onde o crescimento é maior.

A Lenovo, que antes era conhecida por ter força em PCs e tablets no Brasil, passou a obter uma fatia de 7% do mercado nacional de smartphones, herdada da Motorola, segundo o que informa os dados de terceiro trimestre do Gartner. Segundo o diretor executivo de marketing para América Latina da empresa, Humberto de Biasi, a Lenovo está no início de sua trajetória de crescimento no Brasil.

"A Lenovo decidiu não iniciar a venda de celulares no Brasil. Os resultados recentes mostram que a Motorola pode ser motor de crescimento significativo para a Lenovo, tanto em produtos como em resultados", afirmou Biasi.

No início deste ano, a chinesa anunciou a compra da divisão móvel da Motorola do Google por US$ 2,91 bilhões, tornando o maior investimento no setor de tecnologia de uma empresa chinesa. A Lenovo também atua no Brasil com a marca CCE, em smartphones de entrada, mais baratos.

Segundo Biasi, a participação da Lenovo no país vem crescendo de maneira robusta, mas, na opinião do diretor, não é com a CCE que a empresa conseguirá tal crescimento, mas sim com a Motorola. "O Brasil é sem dúvida um dos mercados prioritários", conclui.

O avanço das companhias chinesas no mercado latinoamericano de smartphones também é apontado por Tuong Nguyen, analista do Gartner. De acordo com ele, a Lenovo ainda é nova no mercado. "A fatia da Motorola tem se reduzido nos últimos anos. Quando foi comprada pelo Google, começou a se voltar para smartphones, e isso fez com que ficasse ainda mais difícil para ela na América Latina e no Brasil, porque inicialmente esses produtos eram caros", afirmou o analista.

Com a introdução da linha Motorola Moto G no mercado brasileiro, a empresa conseguiu ganhar um número de mercado considerável. Se a Lenovo conseguir oferecer smartphones mais baratos por meio da Motorola para competir com outras fabricantes, haverá mais oportunidades para ampliar a fatia de mercado da empresa no Brasil, segundo Nguyen.

A Lenovo deverá enfrentar forte concorrência chinesa no próximo ano. Além de rumores sobre a chegada da Oppo Electronics, a terceira maior fabricante de smartphones do mundo, a Xiaomi, também está de olho no mercado brasileiro. A empresa já possui um escritório em São Paulo, mas até o momento não teve nenhum modelo homologado pela Anatel.

De acordo com Sakis, do IDC, a provável demora da chegada da Xiaomi no Brasil "é o fato de que precisam fechar parcerias com varejistas para entrar no país". Vale lembrar que o varejo já ultrapassou as operadoras de telefonia como principal canal de venda de smartphones no Brasil.

Segundo dados do terceiro trimestre divulgados pelo Gartner, a Samsung tem cerca de 42,3% do mercado brasileiro, seguida por 22,1% da LG, 7% da Nokia e 4,9% da Apple. Entre as companhias chinesas que já atuam no mercado brasileiro, a Huawei conta com 3,6%, e a ZTE e a Alcatel com 0,8%.

Já em relação ao mercado global de smartphones, de acordo com dados do IDC, no terceiro trimestre, a Samsung lidera com 23,8%, seguida pela Apple, com 12%. A chinesa Xiaomi aparece em terceiro, com 5,3%, enquanto a Lenovo está bem próxima, com 5,2% de participação.

Segundo Nguyen, "as chinesas estão ganhando mercado no mundo. A razão disso é que na América Latina, em países como Brasil e México, muitos consumidores estão migrando para smartphones. E as marcas chinesas são mais baratas". Ainda segundo o especialista, o "Brasil é mais forte para os chineses, porque smartphones no país tendem a ser mais caros do que em outros mercados como a Colômbia, por exemplo".

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