Empresa canadense é acusada de modificar celulares para narcotráfico


Empresa canadense é acusada de modificar celulares para narcotráfico
Aparelhos com sistema de mensagens especial vinham sem microfone, câmera e GPS

Cerca de 20 mil dos aparelhos modificados pela empresa Phanton Secure foram vendidos no mundo todo 


VANCOUVER — O executivo-chefe de uma empresa de Vancouver se apresentou diante de um tribunal em Washingyon na quinta-feira para responder ao primeiro caso de uma companhia acusada de fornecer tecnologia a cartéis de drogas, disse o Departamento de Justiça dos EUA. O CEO Vincent Ramos, da empresa Phantom Secure, está sendo indiciada junto de quatro sócios em acusações relacionadas a fornecer a organizações criminosas celulares e servidores criptografados para coordenar carregamentos de drogas ao redor do mundo.

"A Phantom Secure de fato providenciou um serviço planejado para permitir que criminosos evitassem as leis antidrogas e cometessem atos de violência sem serem presos", disse o diretor do FBI, Christopher Wray, em um comunicado.

É a primeira vez que o governo americano acusa uma companhia e seus executivos de fornecer tecnologia para traficantes de drogas na tarefa de burlar a vigilância policial, disse o Departamento de Justiça. A Phantom Secure, que tem um website público promovendo seus serviços de chat e e-mail criptografados, apresentava seus produtos como "impenetráveis à decodificação, escuta telefônica ou gravações legais de terceiros", de acordo com documentos judiciais.

A empresa vendia celulares BlackBerry e Android modificados, que tinham acesso apenas a redes privadas de comunicação e podiam ser adquiridos, por motivos de segurança, com câmera e microfones removidos. Ramos, que mora no estado canadense da Columbia Britânica, foi preso em Seattle na semana passada e enfrentará acusações em San Diego. Os outros quatro acusados permanecem em liberdade.

De acordo com o site de tecnologia "Motherboad", o agente especial do FBI, Nicholas Cheviron, afirmou que criminosos pertencentes à grandes organizações faziam uso dos celulares, entre eles membros do famoso cartel mexicano de Sinaloa e seus líderes. Segundo uma fonte que preferiu não se identificar, os smartphones foram vendidos no México, Cuba e Venezuela. É estimado que cerca de 20 mil desses aparelhos estejam sendo usados no mundo inteiro, com metade na Austrália, gerando milhões de dólares em rendimento para a empresa.

Com câmera e microfones removidos, os aparelhos tambem tinham retirados de seus softwares os sistemas de GPS que porventura pudessem relevar a identificação de seus usuários, facilitando as investigações policiais. Todos os celulares vinham instalados com um serviço especial de comunicação criptografada, o Pretty Good Privacy (PGP), que permitia a troca de mensagens em escala mundial sem que rastros fossem deixados. A Phantom Secure também podia excluir, à distância, todas as informações de um aparelho que fosse apreendido pelas autoridades.

Para promover as investigações em conjunto com o FBI, agentes da polícia canadense fizeram uso desses celulares e se passaram por traficantes em conversas com a empresa sobre a segurança dos serviços oferecidos. De acordo com o documento de acusação, em nenhum momento a Phanton Secure expressou preocupação com o destino dado à tecnologia que ofereciam e, pelo contrário, incentivaram seu uso por criminosos.

"Fizemos especificamente para isso (tráfico de drogas) também", afirmou Ramos em encontro com agentes disfarçados de traficantes, diz o documento.

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