Brasileiro fala do sucesso após desbloquear iPhone

Breno MacMasi, um dos brasileiros que foram os primeiros no mundo a desbloquear o iPhone 3G, falou neste sábado a campuseiros e visitantes no espaço Mobilefest da Campus Party Brasil 2009. Ele conversou sobre a experiência do desbloqueio e do reconhecimento que veio em seguida, além de contar histórias engraçadas que aconteceram no período em que se dedicou integralmente ao serviço.

Breno contou que era estudante de ciências da computação e não tinha muito contato com produtos da Apple quando, em 2007, um amigo perguntou a ele se não conseguia "fazer funcionar" o celular que tinha trazido do exterior. Era um iPhone, e Breno topou o desafio.

Na tentativa de fazer com o que o aparelho aceitasse outra operadora que não a americana AT&T - que até então tinha exclusividade sobre o celular da Apple - ele e o amigo Paulo Stool "queimaram" dois telefones até descobrir que deveriam mexer no hardware, e não no software, como haviam pensado. Não foi fácil, disse ele. "Os primeiros iPhones eram todos de metal e praticamente impossíveis de abrir". Mais cinco dias e eles descobriram o caminho certo.

Logo eles começaram a divulgar o feito e a desbloquear iPhones de várias pessoas. Breno conta que "fez" os primeiros 50 aparelhos, aproximadamente, sem cobrar nada. "Eu ainda não pensava em ganhar dinheiro com isso, achava que era uma oportunidade de conseguir um bom emprego, talvez", explicou.

Fazendo negócio
Seguindo o conselho de amigos, Breno começou a cobrar pelo serviço - R$ 600 por cada aparelho desbloqueado. "As pessoas faziam uma cara de susto quando eu dizia o preço, mas pagavam", disse ele, acrescentando que em geral eram pessoas de alto poder aquisitivo, que viajavam para o exterior e compravam o aparelho.

No apartamento em que morava com a família, o estudante transformou o quarto em um pequeno escritório improvisado, e sua mãe ajudou a organizar o atendimento, anotando em um caderninho os números de série dos telefones dos clientes. A movimentação no prédio indicava o sucesso da empreitada. "A gente nem fechava mais o portão", disse. "Comecei a me assustar quando vi carros estacionados na contra-mão na frente de casa - e tinha até Jaguar".

O melhor de tudo, para Breno, foi o reconhecimento que veio junto com tantos clientes. Ele tem histórias para contar de iPhones desbloqueados para famosos de todos os tipos, de músicos a políticos, do VJ da MTV que trouxe uma pizza - a seu pedido - ao piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher, que ele garante ter atendido. Até a apresentadora Xuxa, disse, já ligou para saber do serviço. "Mas até hoje não descobri se era ela mesma, porque não consegui atendê-la."

A segunda geração
Quando o iPhone 3G - segunda geração do aparelho da Apple - foi lançado em 2008, Breno e Paulo dedicaram tempo quase integral na tentativa de desbloquear o telefone. "Eu dormia no máximo umas três horas por dia", lembrou. Mas valeu a pena. Novamente em cinco dias, eles eram os primeiros no mundo a conseguir o desbloqueio, e viraram notícia na imprensa internacional.

Desta vez, concluíram que a saída não estava nem no software, nem no hardware do aparelho. A solução foi criar um chip "que se faz passar por um chip da AT&T, mas que depois de um determinado tempo avisa o aparelho que é um chip de outra operadora e funciona normalmente".

Um emprego normal
Depois de algum tempo vivendo de desbloquear iPhones, Breno resolveu seguir o conselho de sua mãe e arranjar "um emprego normal". Hoje é sócio da Fingertips, empresa que desenvolve aplicativos para o celular da Apple. Em todo este tempo, Breno acredita ter desbloqueado cerca de 6 mil iPhones.

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