O LG Arena é um (belo) clone do iPhone
29 de abril de 2009
Você provavelmente já está cansado de ver comparações entre o iPhone e outros aparelhos touch screen. Algumas delas são mesmo descabidas, pois smartphones têm públicos e perfis diferentes, e não é apenas a tecnologia usada na tela que determina isso. Mas neste caso não tem jeito: o Arena KM900, da LG, não tem vergonha de ser um iClone sofisticado – e o mais impressionante entre os vários já avaliados pelo INFOLAB, tanto pelos recursos como pela interface caprichada.
O que faz você lembrar de cara do aparelho da Apple é a tela inicial com botões coloridos no mesmo estilo. A LG batizou de S-Class esse visual com pitadas de terceira dimensão. Mas a grande novidade do modelo é o uso de múltiplas áreas de trabalho. Trata-se de um esquema bonito e funcional no formato de um cubo 3D, que permite configurar quatro telas diferentes para contatos, aplicativos, mídia e widgets. É uma maravilha passear pelos menus alternando entre elas, pois basta deslizar o dedo lateralmente. E a tela de 3 polegadas responde bem aos comandos.
Também é facílimo montar áreas de trabalho personalizadas. Na página dedicada às mídias, por exemplo, dá para jogar músicas e fotos, que são exibidos em imagens no estilo Cover Flow, o modo de exibição das capinhas de discos consagrado pelo iPhone e usado em alguns iPods. Se os contatos da sua agenda estiverem relacionados com fotos, as imagens também serão mostradas para facilitar a identificação e deixar o visual ainda mais bacana.
O que tem de bom e ruim
Esse monte de frescurinhas visuais na interface obviamente exige uma plataforma competente para rodar efeitos visuais em terceira dimensão. Eis o problema: embora o aparelho tenha uma espécie de acelerador gráfico no hardware, o sistema fica bem lento em algumas tarefas. Quando você está usando o Arena na posição vertical e precisa colocá-lo na horizontal para digitar um texto, por exemplo, o acelerômetro demora para reconhecer o movimento e não gira a tela instantaneamente. Durante os testes, também não foram raras as vezes em que o telefone congelou momentaneamente, deixando de responder aos toques na tela.
O teclado virtual funciona razoavelmente bem. Ele tem um tamanho adequado e fica disponível na maioria das aplicações com o aparelho na posição horizontal. Em poucos segundos, você já se acostuma e consegue até digitar com velocidade usando os polegares. Quando o smartphone está na vertical, o teclado fica semelhante aos usados em celulares simples, com mais de uma letra por tecla. As críticas ficam novamente para o tempo de resposta a cada botão pressionado.
O browser é quase idêntico ao usado no Renoir ou no Scarlet Phone. A principal diferença é o método para ampliar a tela. Não é possível dar o zoom pressionando uma área qualquer. O Arena aceita apenas o comando dos dedos em formato de pinça, que também não é aquela maravilha. Pressionando a tela, a página volta ao normal. Porém, na hora de abrir algum link, é comum o telefone fazer o zoom out em vez de ir para a página desejada. Após um período de adaptação, isso pode até se resolver, mas o fato é que a navegação na web não é tão boa quanto à do Safari no iPhone. A vantagem é a possibilidade de copiar e colar textos.
Mais divertido que produtivo
Não que o Arena tenha poucas ferramentas para quem trabalha com o smartphone, mas os recursos que ficam na cara e são mais impressionantes no aparelho são mesmo os dedicados à diversão. O celular manda muito bem nas funções multimídia, pois tem um player esperto, que mostra as capas dos discos em execução. A qualidade dos fones de ouvido originais, com conector P2, é boa, mas nada de outro mundo. Para melhorar, é possível usar o modo Dolby e um equalizador simples.
Além de sintonizar rádios, o modelo permite mandar o som do celular para qualquer aparelho que tenha receptor FM. É um recurso muito útil dentro do carro, por exemplo. Você pode levar toda a sua coleção de MP3 no Arena e tocar as músicas numa estação livre de rádio. O Bluetooth sem restrições e o espaço para armazenamento são outros atrativos para quem faz do celular um player de música e vídeo. São 8 GB de memória interna e mais um cartão microSD de 2 GB, que acompanha o produto.
A câmera de 5 megapixels com lente Schneider Kreuznach é de ótima qualidade e possui alguns recursos bem legais, como estabilizador de imagem, detector de faces, geotagging e até um foco automático que funciona direitinho. Destaque também para a galeria de fotos bonitona. As filmagens têm resolução máxima de 720 por 480 pixels e vão para a memória no formato 3GP, em 30 quadros por segundo.
Todos os recursos mais avançados de conectividade estão no Arena, como 3G, Wi-Fi e GPS. O aparelho é compatível com o Google Maps, mas não vem com um programa de navegação para dar comandos de voz ao motorista em tempo real. O ponto que mais merece reclamação no smartphone é a baixa autonomia da bateria. Em nossos testes, ela durou apenas 215 minutos durante chamadas de voz.
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