Fabricantes e operadoras conspiram para que nós paguemos mais caro

Operadoras_brasileiras

Pare e pense. O que todos os novos smartphones e até mesmo tablets que estão sendo lançados no Brasil tem em comum? Processadores ultra rápidos? Hardwares de ultima geração? Designs belíssimos e copos ultra resistentes? É, talvez eles tenham esses pontos em comum, mas parece que tem algo que todos estão esquecendo, todos eles, mesmo os que todo mundo sabe que não valem tanto, estão sendo lançados no mercado brasileiro com preços altíssimos, indo de R$ 1.800 a mais de R$ 2.000.

 

Repare. A Sony Ericsson é uma das empresas que mais deixou claro essa conspiração que as fabricantes de gadgets e as operadoras de telefonia móvel estão fazendo para força com que nós consumidores paguemos mais caro para que assim elas possam alcançar o maior lucro possível. Um claro exemplo disso é o Xperia Play, o tão aguardado PlayStation Phone, que mesmo sendo fabricado no Brasil está sendo comercializado por R$ 1.899. E qual foi a desculpa que a SE deu para isso? Simples, de acordo com a empresa o Play está com o preço na faixa dos dos novos smartphones. E qual a solução que ela deu para deixar o preço mais barato? Compre com um plano de operadora.

 

Ainda utilizando como exemplo o novo aparelho da linha Xperia, podemos verificar a disponibilidade do aparelho em alguns sites como o Mercado Livre onde ele está sendo vendido por R$ 1.200, o que mostra que dá sim para comercializar este modelo por um preço mais barato, só falta querer. Ah, mas você pode dizer, no ML o aparelho não tem garantia. Pois é, quem pensa isso está muito enganado, pois de acordo com jurisprudência do STJ, aparelhos comprados no exterior - que é o caso dos smartphones vendidos mais baratos no Mercado Livre – tem garantia no Brasil caso seja de uma marca que possua representação no país.

 

Observe. Um aparelho como o Xperia Play está sendo comercializado lá fora por 599 euros, é trazido pra cá, provavelmente sem pagar impostos, e chega por um valor de R$ 1.200 pelo qual é vendido no ML, um preço que não seria nem um pouco impossível de uma grande fabricante como a Sony Ericsson conseguir alcançar. Por mais que ela tenha que pagar impostos e taxas, temos que lembrar que para ela a fabricação do aparelho não deve sair nem $ 120, cobrando R$ 1.899 ela deve estar tendo um lucro que supere os 200%, isso já tirando a parte que as operadoras devem ganhar. Algo assim nunca aconteceria em países como os EUA, lá o consumidor dá preferência sim a comprar os aparelhos junto a plano de operadoras, mas quando um smartphone ou até tablet é lançado a um preço absurdo, ele acaba por alcançar um número mínimo de vendas, pois os consumidores de lá sabem seus direitos e sabem do poder que possuem, muitas vezes alcançando a diminuição desses preços abusivos. Situação a qual está longe de acontecer no Brasil, onde os desesperados por tecnologia vendem suas almas para poder adquirir o ultimo e mais poderoso gadget.

 

Empresas que não tem o apoio de grandes operadoras e não entram nessa jogada de força o consumidor a ter que ir atrás de algum plano caso queira adquirir o aparelho com um preço mais barato acabam por fracassar no Brasil. Veja o caso do HTC Desire A, aparelho lançado por sua fabricante sem vinculo a operadoras. Você provavelmente nem tinha ouvido falar sobre ele, ou se ouviu foi só uma vez e nunca mais.

 

O poder que as operadoras de celular tem é muito grande, as empresas da área de telefonia que não se unem a elas em um lançamento de um novo aparelho acabam por fracassar, mas isso não chega a ser uma boa desculpa por cobrar R$ 2.000 em um smartphone que não vale nem R$ 1.500, como é o caso do Galaxy S II. A Samsung – já chega de massacrar a Sony Ericsson! – tem capacidade pra disponibilizar o seu novo super smartphone por um preço muito mais acessível do que o que por ele está sendo cobrado, mas como ela é mais uma das que contra nós conspiram, acaba por preferir vender pouco, mas vender caro, do que vender muito por um preço barato e lucrar valores iguais.

 

Somos um país que necessita de um código de defesa do consumidor, pois ninguém sabe exercer seus direitos sem que eles estejam escritos. Fique pasmo, mas países como os EUA não necessitam disso, pois cada um sabe fazer valer os direitos que tem. Temos direito a pagar preços justos pelos aparelhos que queremos adquirir e de não ter que depender de planos de operadoras para isso.

 

Antes de você correr em desespero a loja de alguma operadora de celular pra comprar aquele lançamento que está por R$ 1.600 junto a aquele plano de R$ 100 por mês que é cheio de bônus que você nunca vai utilizar, pare e pense: Somos nós que dependemos dessas empresas ou são elas que dependem de nós? Talvez assim você perceba o poder que sua decisão nessa hora tem.

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