Google vende unidade de celulares da Motorola para chinesa Lenovo

Negócio será de quase US$ 3 bilhões, segundo comunicado.
Google comprou a área por US$ 12,5 bilhões em 2011.


Larry Page, CEO do Google, e Yang Yuanqing, e CEO da Lenovo, em foto publicada nos perfis do Twitter das duas empresas (Foto: Reprodução/Twitter/Lenovo) 
Larry Page, CEO do Google, e Yang Yuanqing, e CEO da Lenovo, em foto publicada nos perfis do Twitter das duas empresas (Foto: Reprodução/Twitter/Lenovo)
O Google anunciou nesta quarta-feira (29) a venda da unidade de aparelhos celulares Motorola para a chinesa Lenovo. O acordo foi fechado por cerca de US$ 3 bilhões, segundo comunicado da empresa americana.
O valor é bem abaixo dos US$ 12,5 bilhões pagos pelo Google em 2012, na conclusão da compra da Motorola Mobility, como é chamada a área de celulares da empresa.

A Lenovo irá adquirir a divisão do Google que inclui os smartphones Moto X, o primeiro desenvolvido pela Motorola em parceria com o Google e apresentado no ano passado, e Moto G.
A empresa chinesa usará uma combinação de dinheiro e ações, assim como receitas antecipadas, para financiar o acordo, diz a Reuters. Segundo a agência, a Lenovo está sendo assessorada pelo Credit Suisse e a Lazard assessora o Google na transação.
Segundo comunicado, "esse acordo fortalece a posição da Lenovo no mercado de smartphones". A Motorola Mobility, parceira do sistema operacional Android, é responsável pela fabricação de tablets e smartphones, como o Xoom e o Atrix. A Lenovo tem negócio forte na área de computadores e crescente de smartphones.
Procuradas pelo G1, a Lenovo do Brasil e a Google Brasil disseram que não comentarão o assunto nesta quarta-feira.
A Lenovo anunciou, no começo deste ano, que a operação de aquisição da brasileira CCE foi concluída no dia 2 de janeiro. A empresa se tornou dona de 100% da CCE, após uma transação que envolveu ações e dinheiro em espécie, totalizando R$ 300 milhões.
Peso da marca
Para o gerente de pesquisas da consultoria IDC Brasil, Bruno Freitas, a aquisição reforça a estratégia da Lenovo de ser o maior produtor do mercado de dispositivos móveis. “É um passo extremamente importante porque, no mercado de mobilidade, a marca tem um peso fundamental”, disse ao G1.
Em 2013, a Lenovo ficou em quinto lugar no mercado mundial de smartphones, com 4,5% de participação de mercado. Para superar a líder Samsung, que tem 31% do mercado, segundo Freitas, “a Lenovo ainda tem que remar bastante”. Na segunda posição do mercado em 2013 está a Apple, com 15% das vendas, seguida pela Huawei (4,9%) e pela LG (4,8%).
No Brasil, o analista afirma que a junção CCE, adquirida pela Lenovo em 2012, e Motorola é positiva. “A CCE tem uma presença importante no Brasil em algumas regiões, com unidades de fabricação local. Por sua vez, a Motorola já vinha se fortalecendo no Brasil, especialmente com lançamento Moto X, que foi um movimento muito importante. É um bom momento para a Lenovo no Brasil”, avalia.
Freitas não acredita que o Google tenha feito um mau negócio ao vender a Motorola já que a gigante de buscas deve manter patentes de desenvolvimento. “O Google tem dado alguns passos em direção à mobilidade, especialmente em relação à internet. Talvez em termos de patentes houvesse algo ali que pudesse mais beneficiar a plataforma do que fazer a empresa ganhar com uma unidade de hardware. Difícil dizer se foi um passo errado. Talvez a gente consiga enxergar daqui a alguns anos”, conclui.

Moto X, novo celular da Motorola montado no Brasil (Foto: Divulgação) 
 
Moto X, celular da Motorola 
 
Entenda a venda

Desde que foi adquirida pelo Google em 2011, a Motorola vinha dando prejuízo ao Google. Mas as perdas diminuíam trimestre a trimestre. Na época, a aquisição da companhia foi tratada como um marco da virada de paradigmas: uma companhia de internet se tornava dona de uma fabricante icônica de celulares.
A venda pode ser considerada inesperada pelo mercado, porque os primeiros celulares projetados pela companhia após ser adquirida pelo Google foram lançados na segunda metade de 2013. O Moto X se destaca por conjugar bem aplicativos nativos do Android e as potencialidades do sistema - o outro aparelho é o Moto G, uma versão mais simples.
A negociação pode ser também explicada pelo domínio do Google em smartphones, mas no campo dos sistemas operacionais. Mais de 80% dos smartphones em todo o mundo rodam o Android, um produto com a marca Google.

As últimas aquisições do Google mostram que a companhia está migrando para outros campos de negócios, como a robótica (Boston Dynamics) e a automação doméstica (Nest).  Para a Lenovo, a negociação pode ser a porta de entrada para o mercado de smartphones no ocidente. Potência dos eletrônicos na Ásia, a companhia ainda reluta em começar a vender seus celulares em países europeus, latino-americanos e nos EUA.

A empresa chinesa avança rápido. Nasceu em 2005 após comprar a área de computadores pessoais da IBM e se tornou em 2013 a maior fabricante de PCs do mundo. Essa trajetória passou pelo Brasil, com a compra da empresa nacional CCE em 2012. Recentemente, adquiriu a área de servidores da IBM.

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