Parceria com a Foxconn vai melhorar posição da BlackBerry no mercado mobile






Por mais que os números indiquem uma situação cada vez pior para a BlackBerry, o CEO da empresa, John Chen, acredita em seu plano de reestruturação da empresa, em busca de um retorno à lucratividade e representatividade no mercado. E, enquanto boa parte dessa reimaginação passa pelos softwares embarcados, é também de suma importância a disponibilização de celulares, principalmente em mercados emergentes.

A chegada em tais territórios, porém, carrega consigo uma série de desafios, principalmente no que toca o preço dos aparelhos. E é aí que entra a parceria da BlackBerry com a Foxconn, empresa que é reconhecida por estar ao lado da Apple na produção dos iPhones. Como mostra reportagem do jornal The New York Times, a ideia é garantir uma fabricação mais rápida, barata e, acima de tudo, um espaço menor entre um lançamento e outro.

Falando ao veículo, o analista Michael Palma, do IDC, afirma que a companhia só tem a ganhar estando ao lado do “poder de negociação” da Foxconn. Como boa parte dos celulares do mercado atual utiliza componentes comuns, a ideia é que a empresa possa aumentar ainda mais o lote de peças encomendadas dos fabricantes, reduzindo seu valor unitário e com uma queda que acaba se refletindo no valor final dos aparelhos.

Essa foi, inclusive, uma das razões apontadas por Chen para o início da parceria. De acordo com ele, de 60% a 75% das telas utilizadas na montagem de celulares também estão presentes em outros dispositivos, mesmo fora do mercado mobile. Ele cita, por exemplo, que componentes de BlackBerries podem estar presentes também no iPhone, impressoras da HP ou notebooks da Dell.

Outro ponto positivo citado por Palma é um aumento na quantidade de lançamentos que chegam ao mercado. Utilizando o poder de manufatura da Foxconn, a BlackBerry pode reduzir o abismo normalmente encontrado entre o anúncio de novos produtos e sua efetiva chegada às lojas, economizando em publicidade na mesma medida em que se mantém firme na memória da imprensa e dos consumidores.

Também é citada como um ponto positivo a iniciativa da Foxconn com seus centros de pesquisa e desenvolvimento de produtos, que podem acabar gerando terceirização para algumas das empresas parceiras. Mas, de acordo com Chen, a BlackBerry não vai utilizar tais aplicações, já que prefere manter para si a criação de celulares, principalmente aqueles voltados para o mercado corporativo das Américas e Europa.

A ideia, aqui, seria manter a confiabilidade dos clientes, principalmente no que toca os setores governamentais dos Estados Unidos, que não costumam recomendar a utilização de produtos oriundos de empresas chinesas, justamente o caso da Foxconn. Como os EUA permanecem como um dos principais clientes corporativos da empresa, é melhor não mexer em time que está ganhando.

A publicação lembra também que a parceria é mais do que um movimento para aumentar sua lucratividade. É uma amostra ao mercado que a BlackBerry está, sim, disposta a continuar investindo na fabricação de aparelhos, lutando contra os constantes rumores de que ela estaria largando esse negócio a cada publicação de resultados financeiros negativos.

No primeiro trimestre de 2014, por exemplo, 1,3 milhões de aparelhos da marca foram comercializados em todo o mundo, um total que ficou incrivelmente abaixo da já negativa marca de 6 milhões obtida no período anterior. Enquanto isso, soluções empresariais continuam sendo vistas com bons olhos e o BlackBerry Messenger ganha usuários com um ritmo moderado, levando às questões sobre até quando a empresa deve permanecer como uma fabricante de dispositivos móveis.

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