Sony Xperia Z2: premium no design, na câmera, no desempenho e no preço






A Sony lançou 3 modelos topo de linha em praticamente um ano, melhorando algo aqui e corrigindo algumas falhas ali. Essa série começou com o Xperia ZQ, que não fez muito sucesso por trazer uma estrutura de plástico que para muitos não justificava o preço cobrado por ele. Ele foi seguido pelo Xperia Z1, que contava com um design mais "Premium", combinando bordas de alumínio e corpo de vidro, mas que decepcionava no quesito tela, ficando pelo menos um passo abaixo de concorrentes da época, como o Galaxy S4.

Agora temos em mãos o Xperia Z2, que vem com a missão bastante audaciosa de concorrer com o Galaxy S5, principal modelo que a maioria dos usuários do Android considera quando se passa da faixa dos R$ 2.000. Será que ele está em pé de igualdade? Ou melhor, reformulando a pergunta: será que a Sony melhorou a tela do Z2, principal falha do Z1? Vamos conferir agora.
Construção




Galeria de Produtos Xperia Z2 slideshow lupa

Da mesma forma como acontece com o Galaxy S4 e Galaxy S5, o Xperia Z2 pode ser facilmente confundido com o Z1 quando ambos são colocados lado a lado, ainda que contem com tamanhos diferentes. Isso já é esperado, já que em geral os fabricantes não fazem mudanças bruscas entre uma geração e outra para não quebrar a identidade da marca. E outra: estamos falando de um modelo lançado cerca de 6 meses após o Z1, então eles dificilmente não serão parecidos.

O Z2 vem com o já conhecido OmniBalance da Sony, que significa apenas que o botão Power fica localizado no meio da lateral esquerda, algo que ganha uma importância especial aqui, já que estamos falando de um modelo de 5,2 polegadas. Assim como no Z1, todos os botões físicos ficam lozalizados na parte direita, com os controles de volume logo abaxo do Power e um botão dedicado à câmera mais abaixo.

Ele também conta com proteção contra água e poeira, algo que está se tornando um padrão em modelos topo de linha e que a Sony já adota mesmo em modelos mais básicos. Isso acontece devido à certificação IP58, que garante até 30 minutos submerso com profundidade máxima de 1 metro. A poeira não penetra o aparelho e nem o arranha, já que tanto a tela quanto a parte traseira trazem proteção contra riscos.

A saída P3 na parte de cima não precisa ser coberta, mas tanto a entrada para chips micro SIM quanto a porta micro USB e entrada para cartões microSD contam com uma tampa de proteção. No caso dos chips, tudo bem, mas já imaginou ter que tirar a tampa toda vez que for carregar o Z2? Isso é uma falha não só por ser meio chato, como também por correr o risco de danificar o prendedor da tampa depois de alguns meses de uso.
Tela

A Sony finalmente abandonou o painel TFT em favor do IPS, sendo a principal falha dos modelos anteriores Xperia ZQ e Xperia Z1. Não apenas isso: melhorou consideravelmente a qualidade de reprodução de cores, com destaque para os níveis de vermelho e verde, assim como as taxas de constraste e níveis de preto, sendo o primeiro aparelho da empresa, em nossa opinião, que está em condições de concorrer nesse quesito com os topo de linha de outras marcas. A resolução continua sendo Full HD, mas se trata de uma tela bem melhor.

Para nós, a tela nos pareceu um degrau intermediário entre o Galaxy S4 e Galaxy S5, o que por si só já é uma excelente notícia, já que a Samsung tem um belo know-how nesse quesito. Ao ligarmos o aparelho pela primeira vez, não notamos isso logo de cara, mas depois percebemos que o motivo era o wallpaper padrão do Z2, que embora seja animado, possui um tom só e é meio sem graça, não mostrando do que a tela é realmente capaz.

Como é padrão na maioria dos Xperias, o Z2 vem com a TimeScape UI, que muda o aspecto geral do Android para um design mais transparente. Ainda que sejamos a favor do Android puro em toda a sua glória, ainda mais na versão 4.4 KitKat, é uma interface até bonita e que deixa claro o DNA da Sony, isso sem sacrificar o desempenho como acontece com o Galaxy S5 da Samsung.
Desempenho

O Z2 vem com um processador Qualcomm Snapdragon 801 modelo MSM8974AB, com quatro núcleos Snapdragon Krait 400 rodando a 2,3 GHz, 3 GB de memória RAM e GPU Adreno 330. Essa é uma configuração típica de um topo de linha atual e que não é estranha a nenhuma marca, sendo pouca coisa diferente do Xperia Z1 com seu Snapdragon 800, em que o principal diferencial é a quantidade maior de memória RAM.

Não precisamos rodar benchmarks para saber que não existe app ou game capaz de travar uma configuração dessas, mesmo títulos pesados como Real Racing 3, Dead Trigger 2 e Asphalt 8. Os 3 GB de memória RAM garantem um multitarefa fluido e sem gargalos mesmo com vários apps abertos ao mesmo tempo, e a experiência geral é excelente, sem travamentos ou lentidões, e ainda que não seja tão fluido quanto um Nexus 5 com seu Android puro, é certamente mais responsivo do que o Galaxy S5 e sua "adorável" TouchWiz.

Como armazenamento temos 16 GB de memória flash, dos quais aproximadamente 11 GB ficam disponíveis para os dados do usuário, mais ou menos padrão de aparelhos que trazem a combinação de Android + Interface customizada + Apps embarcados. É possível expandir esse armazenamento com um cartão microSD de até 128 GB, e acreditem, é algo necessário considerando a câmera que equipa o Z2.
Câmera

A ficha técnica da câmera do Z2 dá a ideia de que é a mesma que equipa o Z1, contando com lentes Sony G e sensor mobile Exmor RS, mas a Sony fez algumas melhorias interessantes. O sensor nos pareceu mais preciso, capturando cores mais vivas e se comportando um pouco melhor em situações de baixa luz, mas ainda está longe do ideal nesse quesito, sendo o calcanhar de Aquiles de grande parte dos modelos da empresa.

As fotos podem chegar a impressionantes 20,7 megapixels (5248 х 3936), mas em nossos testes conseguimos resultados muito melhores no modo Superior Auto e com os métodos de pós-processamento, ainda que as fotos sejam capturadas com apenas 8 megapixels, ficando ainda melhores quando o HDR está ativo. Com condições normais de luminosidade as fotos ficam impecáveis, e infelizmente essa qualidade não se mantém em ambientes fechados ou à noite, com ruídos visíveis e frustrantes.

Nos vídeos conseguimos bons resultados em praticamente qualquer situação. É possível filmar em 4K (2160@30fps), 1080p@60fps e em slow motion (720p@120fps), modos que não estavam disponíveis no Xperia Z1, além do tradicional 1080p@30fps. Com um cartão microSD de pelo menos 16 GB o usuário não precisa se preocupar em levar uma filmadora em praticamente nenhuma situação, já que além de filmar muito bem, a câmera conta com estailização de imagem.

A câmera frontal é de 2,2 megapixels e mandou bem nas selfies, além de gravar vídeos em 1080p@30fps com qualidade de sobra para usar no Skype, Viber ou qualquer outro app VoIP. Quer dizer, se utilizá-la de dia, pois à noite ela é praticamente inútil com uma quantidade anormal de ruídos nas imagens. A Sony ainda precisa melhorar bastante o comportamento de suas câmeras de smartphones à noite, já que ela apanha até mesmo de concorrentes mais básicos.
Apps Sony

Algo que nos chamou a atenção foi a adição de alguns programas úteis no Z2, além de uma quase ausência de bloatwares. Há o Socialife, uma espécie de Flipboard da Sony e a resposta da empresa contra o My Magazine da Samsung, que conta com uma interface bonita, mas ainda sem recursos matadores, e o app do PlayStation, para controlar o perfil do PS3/PS4.

Temos também o Sony Select, que em teoria seria uma loja com apps otimizados para os Xperias, mas na prática possui apenas um catálogo menor da Play Store e que não precisava vir pré-instalado. Não iremos cobrir todos, mas vale mencionar os players de vídeo, que contam com suporte a legendas, e o de áudio, que já vem com um equalizador embutido bem preciso.
Bateria e extras

Um dos pontos que nos chamaram mais a atenção no Xperia Z2 foi a sua bateria massiva de 3200 mAh, 200 mAh a mais do que a do Z1, e que garante um dia inteiro de uso mesmo para os power users, além de durar tranquilamente por dois dias com o gerenciamento de energia ativado e uso moderado. É uma das maiores baterias disponíveis em smartphones, perdendo apenas para alguns poucos modelos, como o G Flex da LG (temos que considerar também que o G Flex é bem maior) e pecando apenas por não ser removível.

Algo que vale a pena mencionar é o posicionamento das caixas acústicas na parte da frente, algo que vimos pela primeira vez no HTC One e de que gostamos bastante. Muitos fabricantes não se preocupam com esse quesito, colocando caixas pequenas na parte de trás e não voltadas para o usuário, algo que melhora, e muito, a experiência ao assitir filmes e rodar jogos.

Por último, temos os seguintes recursos, muitos deles padrão da maioria dos tops de linha de qualquer marca:
4G LTE (150 Mbps Down, 50 Mbps Up)
Bluetooth 4.0 com A2DP
Wi-Fi nos padrões A, B, G, N e AC
Wi-Fi Direct
HotSpot
DLNA
GPS com AGPS e GLONASS
Rádio FM com RDS (precisa da antena)
Televisão digital (1-Seg - precisa da antena)
MHL 3.0
Microfone dedicado para cancelamento de ruídos
Suporte a carregamento sem fios (carregador não incluso na embalagem)

E na embalagem temos:
Carregador
Cabo USB
Fones de ouvido (bem que poderiam ser melhores)
Antena (conecta na entrada P3)
SmartBand - Core
SmartBand - Duas pulseiras de silicone de tamanhos diferentes
Conclusão

O Sony Xperia Z2 foi anunciado oficialmente pela "bagatela" de R$ 2.499, já com a SmartBand inclusa. Já faz algum tempo que a Sony adota a estratégia de cobrar R$ 100 a menos do que o top da Samsung no Brasil (no caso, o Galaxy S5), de forma que esse preço não seja nenhuma surpresa. Vale a pena? Vale, mas vamos fazer uma pequena comparação entre ele e o Galaxy S5.

Ele é mais responsivo, tem uma autonomia de bateria melhor e tem um aspecto muito mais "Premium" do que o S5, além de algumas vantagens pontuais. Porém, o S5 tem uma tela melhor, câmera que funciona bem inclusive à noite e dois sensores físicos ausentes no Z2 (batimentos cardíacos e impressão digital), então é uma questão de priorizar uma coisa ou outra.

Os R$ 100 de diferença entre um e outro não devem ser levados tão a sério, em nossa opinião, já que quem está disposto a comprar um modelo de mais de R$ 2.000 dificilmente está preocupado com essa diferença. Para nós, ambos estão no mesmo nível, em que o diferencial da SmartBand por padrão seria realmente importante se existisse uma versão sem ela.

Ainda que seja legal por parte da Sony oferecer o Z2 já com a Smartband por um valor menor do que o S5 (ainda mais considerando que o GearFit custa R$ 900 extras), uma versão mais barata sem ele seria ainda melhor, já que a SmartBand custa R$ 400 se vendida separadamente. Para nós, essa é uma oportunidade perdida, já que faria o Z2 ser ainda mais interessante em relação ao Galaxy S5.

Vantagens
Design Premium;
Desempenho de sobra;
Tela de altíssima qualidade;
Excelente conectividade;
Tem televisão digital e rádio FM;
A prova d'água e poeira;
Suporta carregamento sem fios;
Vem com a SmartBand;
Câmera de alto nível (exceto à noite).

Desvantagens
Recursos à parte, o preço é bem alto;
A Sony não resolveu o problema de suas câmeras à noite;
Poderia ter uma versão sem a SmartBand.

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