Cisão de negócios no México é plano da América Móvil




Daniel Hajj, executivo-chefe do grupo: torres não serão vendidas



O grupo América Móvil, do bilionário mexicano Carlos Slim, planeja fazer uma cisão nos negócios e colocar parte dos ativos em uma empresa diferente. Essa nova companhia ficaria responsável por administrar estações radiobase, torres de telefonia e infraestrutura passiva. Dono da Claro, Net e Embratel no Brasil, o grupo não pretende vender suas torres, disse ontem o executivo-chefe do grupo, Daniel Hajj, durante teleconferência com analistas.

A cisão vai ocorrer no México, onde a empresa enfrenta pressão do Instituto Federal de Telecomunicações, órgão regulador mexicano, para reduzir sua dominância para menos de 50% do mercado local, ou continuar a ser penalizada com a redução das taxas e obrigação de compartilhar rede com os concorrentes. As subsidiárias Telcel e Telmex respondem por 61,8%, em média, dos assinantes de telefonia do país. Na área celular, o grupo detém 70% de participação, e na fixa, 80%.

No segundo trimestre, o lucro líquido atingiu 18,83 bilhões de pesos mexicanos (US$ 1,45 bilhão), alta de 32,7% em relação a igual período de 2013. As receitas avançaram 4%, para 202,63 bilhões de pesos. Foram registrados 338,7 milhões de acessos no período, 3% a mais que um ano antes.

Após o encolhimento previsto, o grupo poderá requerer licença para operar TV a cabo no México. A proibição atual impede a tele de oferecer pacotes de voz, banda larga e TV paga, conhecidos pelo jargão "triple play", recurso responsável pela expansão das vendas no Brasil.

No mercado brasileiro, a receita de telefonia fixa do grupo cresceu 11,3%, enquanto a média do setor sem a companhia teve uma desaceleração de 1,4% no período. As receitas de TV paga e banda larga cresceram 18,6% e 14,4%, respectivamente. De acordo com a América Móvil, 68% das adições líquidas (a diferença entre clientes que cancelaram o serviço e clientes novos) foram para pacotes "triple play".

Segundo Hajj, ainda não há um plano concreto para a cisão. Não se sabe, por exemplo, se será criada uma empresa regional ou nacional. O grupo está fazendo uma lista de possíveis interessados que poderiam investir nessa empresa. O objetivo é atrair uma companhia forte e sólida para investir no país e criar competitividade, disse o executivo. Com isso, a meta é atender às exigências do regulador. O processo não será imediato, mas Hajj disse que espera definir algo antes de 2015.

Até o momento, as decisões são referentes apenas ao México, onde a empresa tem cerca de 28 mil de um total de 40 mil torres estimadas em todo o grupo. Mas Hajj deu sinais de que o plano poderá se estender a outros países. De qualquer modo, a venda de torres não está em pauta, ao contrário do que o grupo deixou a entender no dia 9 de julho.

A cisão faz mais sentido porque torres da América Móvil estão no topo de uma significativa carteira de imóveis de propriedade de Slim, disse Gregorio Tomassi, analista do banco Itaú BBA em uma nota de julho, informou a Bloomberg. O bilionário poderá desmembrar as torres em um fundo de investimento imobiliário e alugá-las para concorrentes.

A América Móvil perdeu clientes e receita no México por conta das punições regulatórias. No Brasil, a receita da companhia cresceu 8,5% na comparação anual, muito acima do setor (0,3%) sem a sua presença. O cálculo é do banco Goldman Sachs.

Os analistas Vera Rossi e Geoffrey Gautier consideraram que com receita de R$ 8,84 bilhões no segundo trimestre no país, uma alta de 8,5% na comparação anual, a América Móvil poderá ultrapassar a Vivo no terceiro trimestre e tornar-se a operadora número 1 no ranking. O banco estima receita de R$ 8,77 bilhões para a Vivo no período, com crescimento de 3,3%.

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