A maior fabricante de PCs do mundo agora vende mais smartphones que PCs, o que nos leva a outra reflexão




Provavelmente voltaremos a ouvir mais sobre aquela “era pós-PC” após a chinesa Lenovo ter divulgado, nesta quinta-feira (14), seu relatório financeiro do segundo trimestre. A maior fabricante de PCs do mundo vendeu 14,5 milhões de computadores em três meses. Em compensação, o número de smartphones vendidos no mesmo período foi de 15,8 milhões.

Foi a primeira vez que a Lenovo vendeu mais smartphones que PCs. O número de tablets vendidos também é respeitável: 2,3 milhões de dispositivos, o que faz a Lenovo afirmar ser a terceira maior empresa de tablets do mundo. Parece que a chinesa está mais para uma empresa de dispositivos móveis do que para computadores, e a compra da Motorola, que ainda não foi concluída, deve fortalecer esses números.



O maior mercado de smartphones da Lenovo está na China, onde a empresa vendeu 13 milhões de aparelhos. Faz sentido, se considerarmos que os celulares da empresa normalmente chegam a poucos mercados — o Vibe Z, por exemplo, não é vendido nem nos Estados Unidos. No Brasil, oficialmente não há nenhum celular com a marca Lenovo à venda, embora a empresa já tenha sinalizado que pretende trazer os modelos Vibe X e Vibe Z neste segundo semestre.

Em setembro de 2012, a Lenovo comprou a popular CCE por R$ 300 milhões, o que combina com a estratégia descrita no relatório financeiro: “Enquanto a indústria de PCs se recupera, o mercado de smartphones continua mudando do premium para o mainstream e, com as nossas aquisições da Motorola Mobility e IBM x86 caminhando para a conclusão, vemos ainda mais oportunidade de continuar crescendo rapidamente”.

Particularmente, recebi com naturalidade a notícia das vendas de smartphones ultrapassando a de PCs. A Lenovo já é a quarta maior fabricante de smartphones do mundo, embora não seja tão conhecida por aqui nesse segmento, e nosso ciclo de compra de PCs mudou muito — se antes precisávamos fazer upgrades constantes de processador e RAM para rodar os softwares cada vez mais pesados, hoje eu arrisco dizer que um PC novo deve durar uns quatro ou cinco anos sem grandes problemas.

E, pelo que tenho visto nos poucos avanços no hardware dos smartphones topo de linha, talvez essa história de trocar de aparelho todo ano para permanecer atualizado esteja bem próximo do fim. Antes, tudo dobrava ou triplicava a cada ano. Hoje, o que estou vendo são fabricantes gastando dinheiro com resoluções de tela absurdamente altas que não fazem a menor diferença para o usuário.

Provavelmente, em breve a maior fabricante de smartphones do mundo venda mais [insira um nome de produto futurístico aqui] que smartphones.

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