Vodafone planeja comprar para atuar no Brasil

Figurando entre as maiores empresas de telecomunicações do mundo, a Vodafone quer iniciar operações definitivas no Brasil, mas não da maneira prevista: em vez de participar do leilão do 4G para a faixa de 700 MHz, a companhia pode estar planejando adquirir uma das três maiores operadoras brasileiras, com a TIM encabeçando as preferências.

A informação vem da coluna Panorâmica do Estadão publicada nesta segunda-feira (18). O jornal afirma ter tido acesso a um documento de uma reunião entre autoridades brasileiras e executivos da Vodafone que descreve o plano. O encontro teria acontecido em 31 de julho na embaixada do Brasil em Londres.



Na verdade, a companhia já está presente no Brasil, mas de modo muito tímido: em agosto de 2013, a Vodafone passou a atender clientes corporativos no país, mas oferecendo apenas serviços M2M (modalidade na qual dispositivos se intercomunicam via redes móveis ou fixas sem intervenção humana).

Neste meio tempo, a empresa pode ter concluído que iniciar operações no Brasil a partir “do zero” é inviável. A compra de uma grande operadora traria não só uma infraestrutura pronta (ainda que necessitante de ampliação) como uma base sólida de clientes.

Segundo a Anatel, a Vivo fechou o primeiro semestre de 2014 com 28,78% de participação no segmento móvel, número que a posiciona como líder. A TIM veio na sequência com 26,91%. A claro apareceu na terceira colocação com 24,95%. A Oi respondeu por 18,53%, distante das três primeiras o suficiente para ser desconsiderada (a não ser que não haja opção).

A predileção pela TIM é uma questão de oportunidade, provavelmente. A espanhola Telefónica, dona da Vivo, tem parte do controle da Telecom Italia. Como este é o grupo que controla a TIM, o CADE entende que esta situação não pode ser mantida: a Telefónica deve escolher entre Vivo ou TIM.

Não havendo alternativa, decerto que a Telefónica ficará com a Vivo. Em julho, o grupo deu o primeiro passo neste sentido ao emitir 750 milhões de euros em bônus da Telecom Italia conversíveis em ações. Na prática, este procedimento faz a participação da Telefónica na Telecom Italia cair de 14,8% para 9,7%.

Se vendo forçada a se livrar da Telecom Italia e, consequentemente, da TIM, a Telefónica não abrirá mão da Vivo. A América Móvil, por sua vez, não parece interessada em se distanciar da Claro. Este cenário coloca a TIM como o alvo mais fácil da Vodafone.



Mas os detalhes são escassos. Valores das possíveis ofertas, por exemplo, são completamente desconhecidos. Além disso, nenhuma das empresas envolvidas mostra disposição para comentar o assunto.

No entanto, se levarmos em conta o histórico de negócios da Vodafone nos últimos anos, as chances de a operadora partir para uma estratégia agressiva no Brasil são razoáveis. A companhia está presente em mais de 30 países e tem parcerias em outros 50 mercados.

A última grande investida da Vodafone foi a compra da operadora a cabo Ono por 7,2 bilhões de euros em março deste ano. O objetivo? Ampliar a sua presença na Espanha, coincidência ou não, a casa da Telefónica.

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