Apple prepara acordo com Visa, Mastercard e Amex


A Apple pretende transformar seu próximo iPhone em uma carteira eletrônica por meio de uma parceria com grandes redes de pagamentos, bancos e grupos varejistas. A informação foi dada ontem à Bloomberg por uma pessoa a par da situação.

O acordo inclui a Visa, a MasterCard e a American Express e será anunciado oficialmente em 9 de setembro, juntamente com o novo iPhone, informou a fonte, que pediu para não ser identificada porque as discussões ainda são sigilosas.

O novo iPhone vai facilitar os pagamentos móveis ao incluir um chip de comunicação por aproximação pela primeira vez, disse a fonte. Esse avanço, juntamente com o Touch ID, um leitor de reconhecimento de impressões digitais que estreou no iPhone mais recente, permitirá aos consumidores pagar com segurança produtos adquiridos em uma loja com o toque de um dedo.

Companhias como o Google vêm investindo na criação de meios para a realização de pagamentos com telefones em espaços comerciais físicos, mas os comerciantes americanos têm sido lentos na adoção da tecnologia, limitando assim o uso pelos consumidores, segundo diz Bem Bajarin, analista da Creative Strategies de San Jose, Califórnia. Isso poderá mudar com a entrada da Apple no segmento porque os iPhones possuem a maior participação de mercado nos Estados Unidos, acrescenta Bajarin.

"Querendo ou não, a Apple define muitos padrões no setor", disse Bajarin. "São eles que movimentam esses mercados. Quando eles fazem algo, o setor parece ir atrás."

Trudy Muller, porta-voz da Apple, não quis fazer comentários ontem, assim como Jim Issokson, porta-voz da MasterCard, e Mike O'Neill, porta-voz da American Express. Representantes da Visa não foram encontrados pela Bloomberg. As negociações entre a Apple e a Visa sobre a tecnologia foram publicadas pelo site TheInformation.com em julho, mencionando fontes não identificadas.

Para a Apple, a iniciativa de criar uma carteira eletrônica visa manter os usuários dentro de seu ecossistema, criando assim mais lealdade à sua marca e demanda por seus produtos, afirmou Bajarin. "Trata-se de conservar, esclarecer e adicionar funções que mantenham sua base engajada e leal."

A iniciativa da Apple também almeja obter mais receitas das cerca de 800 milhões de contas globais do iTunes (que incluem informações de pagamentos) que já foram criadas, diz Richard Crone, executivo-chefe da Crone Consulting, que aconselha comerciantes e bancos em soluções de pagamentos móveis.

Até agora as contas do iTunes vinham sendo usadas no universo da Apple, que é pequeno em comparação ao vasto mercado varejista, diz Crone. Se a carteira eletrônica da Apple decolar, ela poderá abrir novas possibilidades enquanto plataforma de marketing, ao gerar receita de propaganda de marcas de consumo interessadas em alcançar os consumidores enquanto eles estiverem nas lojas. A firma de Crone estima que um aplicativo de carteira portátil usado com frequência poderia gerar cerca de US$ 300 por ano por usuários com propaganda.

O sucesso da Apple vai depender em grande parte da aceitação do setor varejista, que tem sido cauteloso com a transferência para terceiros de dados obtidos durante uma transação, diz Crone. Um grupo de redes, incluindo o Walmart, formou em 2012 uma companhia para construir um sistema de pagamentos móveis que ainda não lançou nenhum produto.

"Há um enorme potencial com a Apple entrando com uma oportunidade que pode definir o mercado", explica Crone. No entanto, "há tantas partes móveis na área de pagamentos que fazer o que eles fizeram com os artistas e Hollywood no iTunes fica parecendo uma brincadeira de criança".

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