Concentração com GVT não será barreira para Vivo




Antonio Carlos Valente, da Telefônica Vivo: concentração de mercado está limitada a um pequeno número de localidades dentro do Estado de São Paulo



O presidente da Telefônica Vivo, Antonio Carlos Valente, disse ontem que ainda existem "etapas a serem vencidas" no processo de compra da GVT para que o interesse de aquisição seja formalizado junto aos órgãos reguladores brasileiros. A expectativa é que em menos de 90 dias as pendências sejam resolvidas e os documentos sejam apresentados ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Ao participar do 39º Encontro Tele.Síntese, em Brasília, Valente afirmou que o grupo está confiante de que a oferta de serviço associada à estrutura da GVT não deve oferecer "dificuldades adicionais" do ponto de vista de análise concorrencial. Segundo ele, a GVT é uma empresa "muito mais sólida" fora de São Paulo, onde a operadora tem consolidada a sua atuação no mercado.

Dentro do Estado de São Paulo, somente um "pequeno número" de localidades apresenta pouca concorrência e tem as duas operadoras presentes, disse o executivo. Para ele, somente nesses municípios haveria o potencial risco de concentração de mercado após a compra.

Questionado sobre o processo de compra da TIM, comandada pela Oi e pelo banco BTG Pactual, Valente afirmou que não teria informações porque o grupo não participou de nenhuma conversa a esse respeito. "Não temos nada a ver com este assunto", disse.

Para Valente, a declaração do presidente do conselho de administração da espanhola Telefónica, César Alierta, na segunda-feira, de que quer se desfazer da participação indireta na Telecom Italia, que controladora a TIM no Brasil, foi um sinal claro de que o grupo pretende atender às exigências feitas pelo Cade.

Transformada em um alvo de aquisição no mercado depois que a Vivendi, dona da GVT, escolheu a oferta da Telefónica, a TIM precisa lidar agora com a situação. Ontem, o presidente da TIM Brasil, Rodrigo Abreu, reforçou que a operadora continua a ser um "ativo estratégico" para os controladores italianos. Prova disso, segundo ele, é a manifestação do interesse de compra da GVT, que seria vista como um forma de fortalecer a participação da Telecom Italia no Brasil.

Abreu lamentou o fato de a proposta de fusão com a GVT não ter prosperado em razão da oferta feita pelos espanhóis da Telefónica ter ganhado a preferência do grupo francês. "Não fazia sentido entrar em uma guerra de preços", afirmou o executivo, ao mencionar que uma nova oferta mais agressiva poderia levar prejuízo aos acionistas.

Questionado se a compra de outras operadoras de menor porte seria importante para a permanência da Telecom Italia no Brasil, Abreu ressaltou que a tentativa de aquisição da GVT veio por "oportunidade, e não por necessidade". Ele disse ainda que a TIM está aberta a "toda e qualquer oportunidade" futura de novas aquisições.

O presidente da TIM lembrou ainda que mesmo o conselho de administração da Telecom Italia que aprovou a oferta de compra da GVT também aprovou a "participação incondicional" da TIM no leilão de quarta geração de celular (4G).

O principal executivo da TIM reconheceu que há pontos no edital do leilão 4G que foram questionados formalmente pela empresa. A principal queixa da operadora está relacionada ao prazo de 12 meses para o início da oferta do serviço. Esse período começa a ser contado a partir do desligamento dos canais de TV aberta que ocupam a faixa de 700 MHz.

A operadora propõe que, assim que ocorrer a liberação da faixa, os serviços de 4G possam ser oferecidos imediatamente. Segundo Abreu, não há razão técnica que determine o estabelecimento do prazo de um ano.

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