TELEFÔNICA / VIVO - LEVA GVT BRASIL

Telefônica é a vencedora na disputa pela GVT


César Alierta, executivo-chefe da Telefónica: persistência em lutar pela GVT e oferta melhorada garantiram o ativo

O grupo espanhol Telefónica , comandado por César Alierta, foi o grande vencedor na guerra travada por controladoras na Europa tendo como alvo operadoras que atuam no Brasil. No centro das disputas está a GVT com suas redes de banda larga por fibra óptica, TV por assinatura via satélite e telefonia fixa. Ao ser escolhido pela Vivendi, dona da GVT, para entrar em uma negociação exclusiva de aquisição desse ativo, os espanhóis derrotaram a Telecom Italia, que também tinha uma proposta envolvendo a GVT, só que em um formato diferente: fazer uma fusão da TIM Brasil com a GVT.

Hoje, a Telefônica S.A. publica fato relevante na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) detalhando a oferta e os próximos passos da operação.

O grupo francês de mídia Vivendi considerou a oferta da Telefónica da Espanha e Telefônica Brasil mais atrativa em relação à da Telecom Italia. Em relatório de desempenho do 2º trimestre, divulgado ontem, a Vivendi considera as condições da proposta, bem como as vantagens que poderá ter após o fechamento da transação, "totalmente alinhadas com os objetivos de longo prazo do grupo".

A oferta da Telefónica é de € 7,45 bilhões, dos quais, € 4,66 bilhões em dinheiro e mais 12% do capital social da Telefônica Brasil após emissão de novas ações. Mas 4% desses papéis da brasileira poderão ser trocados por 5,7% do capital da Telecom Italia, com direito político de 8,3%. Para os espanhóis é essencial que a Vivendi aceite as ações da Telecom Italia, pois assim pode sair completamente do investimento na operadora italiana.

Desse modo, a Telefônica espera resolver o problema de concentração de licenças na Vivo e indiretamente na TIM, e atender às exigências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Não está claro ainda nessa fase da negociação se a marca GVT desaparece, pois é bem valorizada no mercado. Como a Telefônica acha que a equipe de gestão da GVT tem executado um bom trabalho, o que levou a empresa ao ponto em que está hoje, conta com a permanência do presidente da empresa, Amos Genish, na GVT combinada com a Vivo. Mas isso ainda não foi negociado.

Há mais de um ano, a Vivendi vem se desfazendo de operações no setor de telefonia e já havia tentado vender a tele brasileira, mas sem sucesso. Agora, o grupo entra de vez em uma nova fase.

A escolha do conselho de administração da Vivendi foi mais rápida do que o mercado esperava. Apesar de a oferta da Telefónica ser válida apenas até hoje, alguns analistas apostavam que a francesa poderia segurar uma decisão. Com a negociação exclusiva, ambas terão três meses para conversar e chegar a um acordo.




Mesmo assim, a Vivendi já vai submeter a oferta aos sindicatos de funcionários que serão afetados pelo negócio. A declaração pode ser um sinal de que o valor atual e as condições são suficientes para que a operação vá em frente.

Nos cálculos da dona da GVT, o ganho de capital com a venda seria superior a € 3 bilhões. Além disso, o acordo de distribuição de conteúdo também foi visto como atrativo.

Já a Telecom Italia propôs participação de 15% na TIM e 20% de direito de voto no próprio grupo italiano, acrescido de parcela em dinheiro em torno de € 1,7 bilhão. O valor de empresa da GVT com esses termos seria de € 7 bilhões.

Em comunicado, a Vivendi afirmou que, apesar de sair das operações de telefonia no mundo, ainda poderá buscar participações minoritárias em aliadas para a distribuição de conteúdo.

Agora, o período de negociação exclusiva entre os dois grupos provavelmente não trará mudanças relevantes nos termos da oferta, opinou Claudio Aspesi, analista da Bernstein.

Para o mercado em geral, o valor da aquisição está alto para o desempenho da GVT. Ontem, Alex Pardellas, da CGD Securities, lembrou que poderia haver mau humor dos investidores com a vitória da Telefónica, dado que a avaliação parecia cara demais. Para o banco espanhol BBVA, o valor justo de empresa da GVT seria, nos cálculos do analista Ivón Leal, de 6,5 vezes o Ebitda. A previsão era de sinergias em R$ 2,2 bilhões a valor presente líquido.

Mas o Valor apurou que o grupo espanhol elevou sua oferta depois de ter acesso às informações financeiras confidenciais da GVT, pois considerou que a empresa apresentava uma robustez maior do que estimara inicialmente.

Em relação a uma oferta de aquisição pela TIM, processo que está sendo estruturado pelo BTG Pactual, contratado para isso pela Oi, o Valor apurou que a Telefônica ainda não foi contatada pelo banco. O plano do BTG é convidar a Telefônica Vivo e a Claro para entrar nessa oferta com a Oi. No fim, segundo o plano, a TIM seria fatiada entre as concorrentes.

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