Operadoras vão acabar com 'velocidade reduzida' e cobrar mais dos usuários pelos serviços de internet




Quando o assunto é telefonia móvel, a conclusão é apenas uma: o Brasil está se tornando um país cada vez mais conectado aos tablets e smartphones. Com o aumento desses aparelhos no mercado, obviamente os usuários querem ter a facilidade de utilizá-los onde estiverem, seja em casa, no trabalho ou em algum outro local público. Por isso, existem as ofertas de planos de internet para dispositivos mobile.

Hoje funciona assim: o consumidor contrata uma franquia de dados com determinada velocidade que é reduzida ao atingir a quantidade máxima do pacote adquirido. Se o cliente quiser navegar com a mesma qualidade, paga um valor adicional para adquirir mais megabytes (MB). É a chamada "velocidade reduzida". Contudo, no que depender das operadoras, isso está prestes a mudar, já que, assim como já ocorre em diversos países da Europa e nos Estados Unidos, as empresas planejam adotar uma medida que irá remover essa opção dos planos de rede móvel.

Na prática, significa o seguinte: quem consumir toda a franquia do pacote de internet móvel terá a conexão cortada se não contratar uma nova leva de dados. a Vivo será a primeira operadora do país a implementar a novidade e, já a partir do mês que vem, usuários de planos pré-pagos de cartão da prestadora serão os primeiros atingidos pela mudança. Oi, TIM e Claro também devem lançar pacotes semelhantes em breve, quando os serviços afetarem também os clientes pós-pagos.

No caso da Vivo, um dos pacotes pré-pagos mais usados atualmente dá direito à franquia de 75 MB por semana, a um custo de R$ 6,90. Se o usuário consumir todos os dados antes do fim do prazo, então terá de pagar um adicional de R$ 2,99 por mais de 50 MB, com validade de até sete dias. Em nota, a operadora disse que está "trabalhando em ajustes sistêmicos e fará o anúncio sobre a mudança aos seus usuários com a antecedência necessária".

Falando nisso, os clientes deverão ser avisados até 30 dias antes das alterações entrarem em vigor. Uma estratégia mais do que necessária, já que cerca de 30% dos usuários pré-pagos no país acessam a internet do celular, com gasto médio de R$ 14 por mês.
O que as empresas querem com as mudanças?

Para especialistas, o objetivo das operadoras é elevar a receita com a internet móvel, que subiu até 30% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2013. Além disso, as companhias querem seguir uma tendência mundial, que prioriza a qualidade de conexão em vez de preservar um plano com velocidades mais lentas.

Segundo Roberto Guenzburger, diretor de produtos da Oi, a velocidade reduzida vira uma experiência ruim e afeta a percepção de imagem das operadoras. "Estamos olhando essa tendência com atenção até porque, com a velocidade menor, o cliente não consegue navegar da forma que gosta, assistindo a vídeos, por exemplo. Com os smartphones, os aplicativos são atualizados automaticamente, e, sem saber, o cliente está consumindo dados", destacou o executivo.

Roger Solé, diretor de marketing da TIM, também analisa a mudança como uma evolução da telefonia móvel no Brasil. "Hoje as pessoas consomem muito além de seu pacote de dados. É natural que, após essa etapa, quando não se tinha noção do consumo de dados, a cobrança fique mais clara. Estamos lançando um novo serviço que é a internet compartilhada, no qual o cliente poderá dividir seus dados com mais três números, sem taxa", disse.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ainda não comentou o assunto.

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