Oi Fundos confirmam à Oi oferta pela PT





A Oi informou ontem que recebeu na terça-feira proposta conjunta dos fundos de investimento Apax Partners e Bain Capital para a compra de ativos da Portugal Telecom (PT). A oferta é de € 7,075 bilhões, ou € 50 milhões acima do valor anunciado na semana passada pela francesa Altice. Esta não deve elevar sua proposta.

O conselho de administração da Oi avalia as duas propostas.

Os franceses da Altice avaliam ter feito à Oi uma oferta "mais sólida e com melhores garantias" do que os concorrentes na disputa pela Portugal Telecom, segundo fontes ligadas às negociações.

Na semana passada, o grupo francês de telecomunicações propôs comprar os ativos portugueses da PT por € 7,025 bilhões - € 50 milhões a menos do que a oferta dos fundos Apax Partners e Bain Capital. "Esses € 50 milhões a mais são algo puramente cosmético e um golpe de comunicação", diz uma fonte. A Altice estima que sua oferta é mais sólida por já dispor do financiamento necessário à aquisição (emissão de nova dívida e o caixa do grupo). Bancos internacionais já aprovaram a operação, de acordo com fontes. 

Além disso, os franceses alegam que sua proposta não está sujeita à aprovação interna nem a questões de diligência legal (exame aprofundado da situação da empresa), diferentemente da oferta de compra apresentada pelos fundos.

Por esse motivo, a Altice não teria intenção de aumentar o montante oferecido, apurou o Valor. "As propostas não são comparáveis. Os fundos não apresentaram garantias de financiamento e estipularam várias condições. Não se trata apenas de uma questão de valores", diz uma fonte francesa. "O mais importante é saber se os ativos serão ou não vendidos".

Há elementos comuns em relação às propostas apresentadas pelos fundos e pela Altice: elas não incluem os ativos da PT na África nem a dívida de € 897 milhões da Rioforte (que abriu um buraco no caixa da Oi) e também propõem pagamento diferido de € 400 milhões sujeito à geração de receitas da PT e mais € 400 milhões ligados a outros aspectos financeiros.

A Altice, que já possui a Cabovisão e a Oni (de banda larga) em Portugal, está em "contato permanente" com todos os atores envolvidos nas negociações sobre a PT, o que inclui autoridades portuguesas. A Altice também estima que, diferentemente dos fundos de investimentos, ela tem "um verdadeiro projeto industrial" para o desenvolvimento da PT, com "investimentos estratégicos de longo prazo". A Altice não irá "desmembrar" a PT, diz fonte. "Não vendemos nenhuma das empresas adquiridas nos últimos 12 anos", disse recentemente o presidente-executivo da Altice, Dexter Goei.

A Oi também recebeu proposta preliminar da mulher mais rica da África, Isabel dos Santos, sócia da maior operadora de Angola, a Unitel. Ela quer comprar a PT SGPS, a holding da tele portuguesa que detém 25,6% da Oi. Esta rechaçou a ideia e Isabel respondeu que poderia mudar os termos da oferta.


Oi tem pressa e se aproxima da francesa Altice
A Oi está mais perto de fechar a venda dos ativos da Portugal Telecom para a francesa Altice do que para qualquer outro interessado. E tem pressa em concluir o negócio, mesmo após a nova oferta de Isabel dos Santos apresentada ontem.

Isabel, uma das mulheres mais ricas da África, é considerada uma empresária polêmica. É filha do presidente angolano José Eduardo dos Santos, há 35 anos no poder. A interpretação na Oi é que a empresa opte pela venda para um acionista que não só traga retorno financeiro adequado como também não interfira no processo de reestruturação societária em curso.

A Oi já teria enfrentado problemas de imagem na trajetória da empresa e, agora, quer evitar desconforto no novo tempo em que busca tornar-se uma companhia com controle pulverizado.

Na Oi, há executivos que têm a informação de que Zeinal Bava, ex-presidente da companhia, teria prestado assessoria na formatação da proposta da empresária bilionária angolana. Isso, neste momento, dificilmente poderia ser confirmado oficialmente. Por outro lado, é bom lembrar que Bava não era próximo de Isabel quando presidia a PT e, segundo fontes, ambos não se entendiam bem em questões relativas à tele Unitel, de Angola, que tem participação da empresária.

Há expectativa de que a Oi receba outra oferta pelos ativos da operadora portuguesa. Seria da empresa Correios de Portugal (CTT), que divulgou nota, semana passada, informando que tem "discutido com potenciais parceiros da área de telecomunicações (incluindo a PT Portugal, dadas as sinergias entre as duas empresas) a possibilidade de negócios em comum".

Uma proposta na mesa é a dos fundos Apax Partners e Bain Capital considerada, em termos financeiros, melhor, pois propõe a compra dos ativos por € 7,075 bilhões, € 50 milhões a mais que os € 7,025 bilhões oferecidos pela Altice.

Já a Terra Peregrin, veículo de investimentos da empresária angolana, enviou comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em Portugal, na segunda-feira, informando que aceita alterar alguns pontos de sua oferta pública de aquisição (OPA) de ações da Portugal Telecom. Dentre os novos termos da proposta aparecem a desistência de exigir que a fusão com a Oi seja adiada e a explicação de que a opção de compra de papéis da brasileira deixa de valer apenas para a empresária, caso a compra seja bem-sucedida.

Mas mesmo assim, a parte brasileira da Oi não se entusiasmou. E ainda falta a CMVM portuguesa aprovar e os acionistas aceitarem o preço que Isabel apresentou. Vale lembrar que a empresária condicionou a oferta a conseguir 51% das ações, embora ela possa retirar também essa condição.

A ação da operadora portuguesa já está cerca de 5% acima do preço de € 1,35 proposto pela Terra Peregrin, o que sinaliza que o mercado espera que ela eleve a oferta. Mas, para analistas dificilmente a empresária subirá a proposta, pois a oferta já precifica expressivo prêmio versus preço implícito ao se tomar a cotação da Oi como referência.

Na semana passada, o fundo lançou a OPA para ficar com a holding da operadora portuguesa, que tem apenas a dívida da Rioforte de € 847 milhões e uma opção de compra de ações da Oi, decorrente da combinação dos negócios entre os dois grupos. O conselho de administração da brasileira, porém, foi contra a oferta e disse que não aceitaria as condições propostas pela empresária.

O comunicado também não pede mais que a fusão seja suspensa ao menos até o 30º dia após a liquidação da OPA.

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