Lenovo volta-se aos smartphones

A Lenovo, fabricante chinesa de computadores e produtos eletrônicos, tem um plano agressivo para os próximos anos. Depois de tornar-se a maior fabricante mundial de PCs, segundo a consultoria Gartner, a companhia planeja ocupar a segunda posição também no mercado de smartphones, que é liderado pela Samsung, seguida da Apple. "A companhia é a terceira colocada e, com a aquisição da Motorola Mobility, terá novos produtos e mais condições de se tornar a segunda maior empresa de smartphones no mundo mais rapidamente", disse Gerry Smith, presidente executivo de negócios da Lenovo e presidente da companhia para as Américas.

Não existe uma data precisa para chegar à vice-liderança em smartphones. Segundo Smith, a empresa terá "alguns anos" para alcançar a meta. A Lenovo vai continuar operando com sua própria marca no mercado global de smartphones, mas o principal foco serão as linhas da Motorola. "É uma grande marca, aceita globalmente. Vejo muita possibilidade de voltar a crescer com a linha, principalmente na Europa e na Ásia", disse o executivo. No Brasil, a Lenovo também pretende reforçar as vendas das linhas da Motorola.

A Lenovo planeja simplificar as linhas de smartphones. "A Motorola tem um portfólio muito simples e que tem grande aceitação no Brasil e no mundo. Serão menos dispositivos, mas que vão cobrir todos os segmentos", disse Smith. A companhia não tem planos para vender celulares com a marca Lenovo no Brasil. Em relação à marca CCE, ele afirmou que a empresa também vai oferecer um portfólio com menos itens e com produtos de preços mais baixos, voltados às classes C e D, especialmente no Nordeste do país.

Para este ano, a companhia informou que vai trabalhar para atingir um crescimento forte, semelhante ao do ano passado. No segundo trimestre fiscal de 2015, concluído em setembro, a Lenovo registrou um crescimento da receita de 7%, para US$ 10,5 bilhões. Houve um aumento de 19% no lucro líquido, para US$ 262 milhões. O crescimento ficou abaixo do esperado por analistas, porque a companhia registrou uma queda de 6% nas vendas de smartphones, para US$ 1,4 bilhão. O reforço da marca Motorola, na visão da companhia, será fundamental para uma recuperação no segmento.

A expansão na área de smartphones faz parte dos planos de longo prazo da companhia de deixar de ser uma empresa com receita global anual de US$ 40 bilhões para se tornar uma empresa de US$ 100 bilhões por ano. De acordo com Smith, a região que ele comanda terá um papel fundamental nesse plano. O executivo disse que, há cinco anos, a região Américas respondia por 5% da receita global da Lenovo. No ano passado, essa fatia chegou a 22%. "Estamos caminhando para a região responder por 25% do resultado global", disse Smith. Segundo o executivo, crescer no mercado americano é mais difícil devido à forte concorrência com fabricantes locais. Na América Latina, disse, a Lenovo tem conseguido melhores resultados.

Smith disse considerar que o cenário macroeconômico vai favorecer o crescimento da empresa, com a recuperação da economia americana e a melhoria das economias latino-americanas nos próximos anos.

Outra grande aposta da companhia é a divisão de servidores, voltada para o mercado empresarial. A Lenovo concluiu em setembro do ano passado a compra da divisão de servidores da IBM, a X86, por US$ 2,1 bilhões. Desde então, a companhia fez uma série de investimentos na divisão, incluindo contratação de pessoas, melhoria da logística e desenvolvimento de novos produtos e serviços. A área de negócios responde por 7% a 8% da receita global da Lenovo, e, segundo o executivo, é a que apresenta melhores margens de lucro. "A meta é que essa área passe a responder por 9% a 10% da receita nos próximos dois anos. Para isso, a companhia desenvolveu um plano agressivo de expansão no mercado, que abrange também o Brasil", afirmou.

Na área de PCs, principal negócio da companhia, Dilip Bhatia, vice-presidente de marketing e design da Lenovo, disse que espera ainda um crescimento em vendas no mundo, mas inferior a 10%. "O mercado de PCS é grande, movimenta por ano em torno de US$ 200 bilhões. Acredito que esse mercado ficará estável nos próximos anos. Mas estamos bem posicionados e desenvolvemos inovações para manter a demanda aquecida", afirmou.

Na área de PCs, a Lenovo lançou nesta semana uma nova linha de computadores conversíveis em tablets, os ThinkPad, e novas linhas do ultrafino Yoga. Entre as novidades apresentadas pela companhia estão aparelhos que pesam menos de 1 quilo, dotados de baterias com duração de 11 a 18 horas e que são recarregadas em menos de 2 horas. A Lenovo não confirmou quando os produtos chegam ao Brasil.

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