Integração com smartphones cria outro modelo de negócio


Atentos à preferência dos consumidores, os fabricantes de celulares não perderam tempo para incluir o dispositivo de GPS em seus aparelhos. Todos os smartphones das principais marcas passaram a sair de fábrica com a função de localização nos últimos anos. Assim, comunicam-se não apenas com as torres das operadoras, mas também com os satélites.

Criou-se, dessa maneira, outro modelo de negócios, com participação de desenvolvedores de aplicativos, operadoras, empresas de tecnologia da informação, gestoras de frotas etc. Cada um leva um quinhão desse mercado que antes era só da indústria de GPS dedicado.

Como as fronteiras entre esses vizinhos ficaram difusas, com a receita em risco, os concorrentes cruzaram o muro em busca de aliados. Fabricantes de GPS fazem parceria com os de celular. Muitos passaram a desenvolver aplicativos e prover conteúdo para localização e trânsito, enquanto as operadoras ganham com o crescimento da venda de pacotes de dados. Na ponta está o usuário, que dispõe de uma variedade maior de opções.

"É difícil saber como o GPS se reflete na receita. Mas tem impacto na franquia de dados contratada da tele, porque faz o cliente comprar mais", diz Christian Gebara, diretor-executivo de negócios pessoa física da Vivo. O executivo disse que tem observado uma aceleração importante em dados móvel, principalmente por causa dos aplicativos, que, no carro, dependem da rede móvel. "É uma situação favorável para a operadora." A Vivo chegou a lançar um aplicativo próprio para trânsito, o Vivo Co-Piloto, mas o produto acabou superado por rivais com mais recursos. E como não era o foco da tele, a administração decidiu descontinuá-lo, diz Gebara.

Na operadora Oi houve crescimento de demanda por serviços de localização no segmento empresarial (B2B), afirma Roni Wajnberg, diretor de tecnologia da informação para B2B. Segundo ele, cerca de 15% da base corporativa (15% dos 5 mil clientes) da Oi já usa sistemas com base em localização.

Os aplicativos de negócios em celular ajudam a vender mais, contudo precisam justificar sua necessidade, como aumento de produtividade ou redução de custos. Por isso, Wajnberg diz acreditar que os sistemas de localização podem ter uma boa aderência no mercado.

A Motorola Mobility, controlada pela Lenovo, incluiu o GPS em toda a sua linha de smartphones em 2009. Os aparelhos também saem embarcados com o Google Maps e outras aplicações baseadas em localização, algumas desenvolvidas pela Motorola. Modelos de smartphones mais avançados, como o Moto X e Moto Max, aceitam, inclusive, comandos de voz, mas o mais vendido é o Moto G.

Para Renato Arradi, gerente de produtos da Motorola, as telas grandes dos smartphones e os navegadores GPS embarcados em carros contribuíram para tirar o papel de protagonista dos aparelhos dedicados. Até a navegação que prossegue mesmo com perda de sinal - feita com base no histórico da rota ou mapas pré-instalados -, que era vantagem do GPS dedicado, já está disponível em aparelhos Android, disse Arradi.

A Microsoft, que comprou a unidade de celulares da Nokia, usa o banco de dados da Here Maps, da Nokia, com atualizações trimestrais dos dados. A função de GPS estava presente em alguns modelos da marca há dois anos, mas Integração com smartphones cria outro modelo de negócio

desde junho de 2014 a empresa optou de vender só smartphones no Brasil, todos com GPS.

Felipe Tani, gerente de produtos da Microsoft, disse que o Here Maps já vem embarcado nos aparelhos e é um diferencial para a marca, com atualização grátis.

De acordo com Tani, os concorrentes dão acesso a mapas usando a rede celular, enquanto em seus telefones basta baixar uma vez usando essa conexão, depois o sistema capta o sinal de três satélites, sem precisar enviar informações.

Desse modo, desafoga a rede da operadora. Mas se o cliente quiser usar o Here Transit, que atualiza informações em tempo real, terá de navegar pelo plano de dados.

O portfólio da Sony Mobile é 100% composto por smartphones e GPS desde 2012. A empresa investiu também na linha esportiva, com relógio inteligente dotado de localização, opção também presente em concorrentes, inclusive na TomTom. Ana Pereti, diretora de marketing da Sony Mobile no Brasil, disse que há vários aplicativos disponíveis e que o Google Maps já vem pré-instalado com o navegador da Garmin.

Integração com smartphones cria outro modelo de negócio

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