Samsung e a Huawei devem continuar confiando no Android

Samsung e a Huawei estão desenvolvendo um sistema operacional próprio. Não acredito muito nas probabilidades disso acontecer. Continue lendo e entenda os motivos que me levam a acreditar nisso. E se em vez do Android o seu Samsung rodasse com o Tizen?
O Android pode deixar de ser código aberto?


O Android é o sistema operacional número 1 no mundo. De acordo com a empresa de consultoria em tecnologia Gartner, 86% dos telefones vendidos mundialmente durante o primeiro trimestre de 2016 tinham o Android como sistema operacional.

Os dados da Statista são parecidos: 84,7% dos smartphones vendidos no último trimestre de 2015 saíram com Android. O segundo da lista é, obviamente, o iOS da Apple, seguido pelo Windows Phone e BlackBerry. Os outros praticamente não existem mais.

Huawei e seu EMUI 

Caso Samsung e Huawei desenvolvessem seus próprios sistemas operacionais, levariam parte do bolo do Android. Mas qual seria o tamanho dessa fatia?

Ainda de acordo com a Gartner, 23,2% dos smartphones vendidos no mundo nos primeiros três meses desse ano foram fabricados pela Samsung; para a Statista, foram 24,5%. Já a Huawei teria sido responsável por 8,2% e 8,3% de acordo com as consultorias. Será que as duas fabricantes teriam coragem de dar as costas ao Android tendo esses números em mente?

A Play Store é a chave da questão 

A Samsung está presente nos maiores mercados do mundo, como Coreia do Sul e Estados Unidos. Os serviços da Google, como Maps, busca e, principalmente, a Play Store, dominam esses mercados e, à exceção do caso chinês, são muito fáceis de usar. Os clientes da Samsung estão acostumados a esses serviços e esperam poder utilizá-los em seus dispositivos Galaxy, por exemplo.


Além disso, a quantidade de aplicativos disponíveis na Play Store é um argumento de peso para fidelização. De acordo com a Statista, a Play Store tem cerca de 2 milhões de apps disponíveis para download.

O caso da Huawei é diferente: na China, a fabricante oferece sua própria loja de apps aos seus usuários, que funciona mais como a App Store da Apple, devido ao alto controle de qualidade imposto. Na entrevista com o responsável pelos Negócios Mobile da Huawei, Changzhu Li, vimos que para a Huawei os aplicativos são a maior fraqueza do Android, e não o sistema operacional em si. Logo, é mais provável termos acesso a uma loja da apps da Huawei antes de um sistema operacional próprio.

O fato de a Huawei ter contratado experts em sistemas operacionais que já trabalharam na Nokia deu muito pano pra manga. Sabemos que a Google quer fechar um pouco o sistema Android, e esses experts poderiam ajudar a resolver os problemas derivados dessa mudança de atitude da Google.
Android só é bom para smartphones

Em algumas áreas, o sistema operacional Android não trabalha bem. É o caso de smart-TVs e wearables. A Android TV ainda é falha devido à má implementação dos apps de controle remoto e controle por voz da Play Store. O Android para pulso é falho devido à sobrecarga que o sistema operacional acarreta nos aparelhos.

A interface dos relógios é quase idêntica a dos Android "grandes", o que é complicado demais para um smartwatch, aumentando desnecessariamente o gasto de recursos e energia.

O Tizen é a grande vantagem dos relógios da Samsung 

É nessa área que a Samsung ganha alguns pontos. O Tizen é um sistema operacional maduro e rápido, que já acumula experiência em smartwatches e televisões, além de alguns smartphones que não estão disponíveis o Ocidente.

Por isso que a Samsung poderia trocar o Android de seus Galaxy pelo Tizen, porém isso seria um risco desnecessário, visto que a maioria dos usuários provavelmente ficaria com o Android nessa separação.
E o Cyanogen OS?

A Cyanogen Inc. está em uma situação não muito bem definida, já que o sistema é compatível com todos os aplicativos, mas ainda está baseado no Android. Vem com uma versão pré-instalada da Play Store, ainda que com algumas diferenças. O programa Mod permite aos fabricantes modificar os componentes do sistema, tais como a tela de bloqueio, a função de telefone ou mesmo o controle por voz. Não obstante, as interações anteriores com Skype, Cortana ou o OneNote mostram que existem alguns problemas com os vínculos com a Microsoft.

Algumas fabricantes, como BQ ou Willeyfox , equiparam seus dispositivos com o sistema da Cyanogen Inc., entretanto, ele não aprece ser uma ameaça a médio ou longo prazo. Inclusive, ele parece ter sido a maneira qua a Microsoft encontrou de entrar no mercado Android.
Tudo muda!

O Android é um sistema aberto. Ainda que não seja perfeito, ele permite que as fabricantes façam ajustes e melhorias, portanto, Samsung, Huawei e muitos outros podem adaptar melhor o seu software para poderem diferenciar-se o suficiente uns dos outros, sem a necessidade de abrir mão do projeto Android, o que, por sua vez, traz melhorias contínuas ao sistema, o que uma empresa sozinha não conseguiria fazer.

Evidentemente, as fabricantes podem lidar com as deficiências do Android sem perder a compatibilidade com o sistema e os serviços da Google, mantendo ainda a variedade e diversidade das fabricantes. Liberdade e compatibilidade são as chaves.

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