Moto Z é o smartphone Android mais inovador do mercado

(Foto: Lucas Carvalho / Olhar Digital)
Testamos: Moto Z é o smartphone Android mais inovador do mercado


Ano após ano, uma série de novos smartphones chegam ao mercado nas mais diversas faixas de preço. Entre eles, porém, pouca coisa muda: uns têm telas maiores, outros têm processador mais rápido e outros, por puro capricho das fabricantes, são apenas mais caros.

Essa evolução é bem-vinda, claro, mas fica cada vez mais difícil convencer os usuários de que é hora de comprar um novo smartphone. O argumento, na maioria dos casos, resume-se a: "compre o nosso novo top de linha, ele abre o WhatsApp mais rápido e custa R$ 1.500 a mais do que o que você já tem".

É nesse cenário que a Motorola corajosamente trouxe ao Brasil o Moto Z, seu mais novo smartphone de alto desempenho. Com o aparelho, a empresa fez escolhas, no mínimo, polêmicos, como abandonar a entrada para fones de ouvido, reformular o nome e o design da linha. A principal novidade, porém, são os Moto Snaps: acessórios modulares que dão novos "poderes" e funções ao smartphone com um simples conjunto de ímãs.

Não há como negar que a Motorola pelo menos tentou trazer algo de realmente novo ao mercado. Mas será que a aposta deu certo e o Moto Z é tudo isso que a empresa promete? Passamos mais de uma semana com o aparelho para testes e você confere, nos parágrafos abaixo, nossas impressões sobre o dispositivo.


Design e tela

O primeiro contato com um novo smartphone é sempre visual, e não há como negar que o Moto Z é, no mínimo, exótico. Extremamente leve e fino, o aparelho tem apenas 5,19 milímetros de espessura, o que impressiona tanto ao olhar quanto no tato.

A espessura mínima, porém, deixa à mostra um volume considerável na área da câmera traseira. Para acomodar todos os recursos do novo sensor (sobre os quais falaremos mais adiante), a Motorola precisou deixar ali uma lombada que polui um pouco o design do smartphone. Parece mais um erro do que uma decisão consciente.

Outros detalhes do design são ainda mais "ousados". Na cor preto com grafite, a traseira metálica fosca com sutis linhas douradas dá um toque de sofisticação que é sempre bem-vindo num smartphone top de linha. As marcas de dedo, porém, surgem rapidamente com o uso regular.

Nas laterais, um contorno que lembra alumínio dá mais segurança à "pegada". Os botões de volume e o liga/desliga, porém, são muito pequenos e todos do mesmo formato. Fica difícil, pelo tato, identificar qual é qual quando você ainda não está habituado ao celular.

É verdade que o botão que liga e desliga a tela tem uma textura diferente, mas trata-se de um detalhe tão pequeno que você ainda se pegará passando o dedo por todos os botões laterais antes de decidir qual é o certo a ser pressionado. A fabricante bem que poderia tê-los feito de tamanhos diferentes para tornar a experiência um pouco mais intuitiva.


Na parte da frente, o modelo preto é simples e discreto. Contudo, algumas escolhas que se repetem desde o Moto G4 continuam difíceis de defender. A principal delas é o sensor de impressão digital, que a Motorola insiste em colocar na parte da frente e abaixo da tela.

Nada contra o sensor em si, que funciona muito rápida e precisamente. Com o tempo o usuário acaba se acostumando a usá-lo para bloquear e desbloquear a tela com facilidade, o que acaba transformando-no numa espécie de botão liga/desliga não-oficial.

O problema, assim como no Moto G4, é que ele só serve para isso. Não é um botão pressionável que te leva à tela principal do sistema, como o botão de início do Galaxy S7, por exemplo. É só um quadrado que poderia ter sido colocado em qualquer outro lugar do aparelho, menos na frente.

Isso gera dois problemas. Primeiro: você vai constantemente tentar apertar o sensor para voltar à tela inicial do celular sem querer, esquecendo-se de que ele não funciona assim. É como apertar o interruptor para acender a luz de casa quando você esqueceu que acabou a luz em casa.

Segundo problema: ele deixa o smartphone muito maior do que deveria ser. A tela tem 5,5 polegadas, mas o coorpo do dispositivo tem 155,3 milímetros de altura. Isso é mais do que o Galaxy S7 edge, por exemplo, que também tem 5,5 de tela, mas tem 150 milímetros de altura e bordas curvas.

O Moto Z chega a ser mais alto do que o Moto G4 Plus, que tem 153 mm de altura e também vem com o sensor de impressões digitais na frente. Isso acontece porque, além dele, o celular possui também a marca "moto" estampada na parte da frente adicionando mais alguns milímetros de espaço inútil.

Tudo isso demonstra que a Motorola poderia ter trabalhado melhor o design do Moto Z para que ele fosse um pouco mais convidativo e ergonômico. Claro que tudo isso é uma questão de gosto pessoal e há usuários que não vão se incomodar. Mas que poderia ser melhor, isso poderia.


A empresa finalmente voltou a apostar em displays melhores no Moto Z com o retorno do Super AMOLED. A tela do aparelho é Quad HD (2560 x 1440), com 535 pixels por polegada. Em outras palavras, a resolução é ótima, mais do que suficiente para um smartphone desse tamanho.

As cores, porém, podem assustar os usuários de longa data da marca. Assim como os Galaxy top de linha da Samsung, o Moto Z aposta em contrastes mais altos e cores mais quentes e realistas. Trata-se de uma mudança muito bem-vinda que, junto à alta resolução, dá mais vida ao display.

Software e desempenho

Em termos de software, o Moto Z mantém o principal atrativo dos smartphones da marca. O Android 6.0 Marshmallow instalado de fábrica é quase puro, com mínimas modificações na interface além do relógio como widget fixado na tela inicial - algo que já vimos no Moto G4 e que pode ser removido facilmente.

Da mesma forma, são poucos os aplicativos pré-instalados pela fabricante - embora alguns sejam dispensáveis e desnecessários. Um deles é o app de compras da Amazon e o outro se chama Prip, um aplicativo de mensagens da própria Motorola semelhante ao WhatsApp (e que você, provavelmente, não vai usar).

Há também um novo aplicativo de navegação entre pastas do sistema, desenvolvido pela Lenovo, o mesmo colocado em smartphones da linha Vibe. Além dele há um app de configuração de gestos e comandos de voz, o Moto, e ambos são bem úteis. Considerando que tudo isso ocupa muito pouco dos 64GB de memória interna (expansível a até 2TB com cartão microSD), não há motivo para se preocupar com bloatware no Moto Z.


A performance do aparelho é outro ponto alto. Ele vem com um processador Snapdragon 820 quad-core de até 1.8 GHz, além de GPU Adreno 530 e 4GB de RAM. É verdade que o Galaxy S7 e o Zenfone 2 possuem CPUs com mais altas velocidades de clock máximo, mas isso não significa que o Moto Z corre riscos sérios de engasgar.

Nos nossos testes, o aparelho não travou ou deu sinais de lentidão uma vez sequer. Testamos de tudo, desde navegação simples pelo Chrome e apps básicos, como Facebook e WhatsApp, até alguns mais pesados, como o Snapchat, e também jogos - Asphalt 8, Need for Speed, Lara Croft Go e o mais procurado do momento, Pokémon Go.

Mesmo usando todos eles ao mesmo tempo e alternando de um para o outro rapidamente, o Moto Z não ficou lento e nem engasgou. Se você é do tipo que prefere números, aqui estão os resultados de testes de benchmarking: 131.403 pontos no AnTuTu e 3.792 pontos em multi-core no Geekbench. Ou seja, performance no mesmo nível da dos principais concorrentes.


Em termos de bateria, também não há do que reclamar. Embora não seja uma das maiores do mercado - "apenas" 2.600 mAh, enquanto o Galaxy S7 vem com 3.000 mAh e 3.600 mAh na versão Edge -, o Moto Z até que dura quase um dia inteiro de uso moderado, graças às otimizações do software.

O TurboPower, carregador de 15 W que acompanha o celular, por sua vez, faz a bateria ir de 15% a 100% em menos de uma hora com facilidade. O pacote mais básico do Moto Z ainda vem com um Moto Snap de bateria que proporciona pelo menos mais 4 horas de uso moderado, pela nossa experiência. Ao todo, portanto, é possível ficar mais de um dia e uma noite sem precisar ligar o celular à tomada.

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