HTC Magic brasileiro é para tuiteiros

Com visual renovado, smartphone acessa Twitter e Facebook direto na tela inicial




29 de setembro de 2009
Marcelo Kura

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Não sei você, mas quando eu vi oAndroid pela primeira vez, fiquei pensando: "Isso aí numa carcaça com estilão de iPhone faria o maior estrago". Agora o competente, porém desengonçado, HTC G1 ganhou um irmão fininho e sem teclado físico para estragar sua elegância. O nome dele é Magic, mas pode chamar de G2. Afinal, a evolução não ficou só no design. Mais rápido e com mudanças drásticas no software, o smartphone com sistema do Google está pronto para desembarcar no Brasil daqui a duas semanas, estreando a interface HTC Sense por aqui. Veja o resultado da minha brincadeira no INFOLAB.

Muitas alterações aconteceram em relação ao protótipo que eu já andei testando. A começar pelo visual: os botões frontais possuem formatos diferentes, maiores e mais fáceis de mexer. Mas as funções deles são exatamente as mesmas. A grande novidade está mesmo nos aplicativos do Sense, desenvolvidos pela HTC para dar aquela maquiada no Android. É a mesma cara do Hero, o smartphone topo de linha da fabricante no exterior. Além de ferramentas de personalização, há novos widgets para facilitar o acesso às redes sociais. Em segundos, eu estava tuitando pela tela inicial.

Detalhe: tomei um susto quando liguei o aparelho. É que estava escrito "Hero" na animação de entrada. Outra coisa: no AndroidMarket, a loja de aplicativos do Google, o software se referia ao aparelho como Sapphire. A última bizarrice é a marca d'água "Confidential" cruzando a tela. Coisas de modelo feito exclusivamente para teste... Mas a HTC garante que mais nada mudará na versão final.



Para quem usa o smartphone no trabalho e no lazer, dá para configurar uma interface para os dias da semana e outra para sábados e domingos. Cada "cena" pode receber um papel de parede e mostrar os ícones em posições personalizadas nas sete áreas de trabalho disponíveis. Mas a novidade mais útil é a possibilidade de juntar na tela de um contato o número de telefone, as atualizações no Facebook, as fotos no Flickr e as mensagens que o indivíduo trocou com você recentemente por SMS. Algo parecido com o que o Palm Pre faz com maestria.


Android com cara de HTC



Quem está acostumado a usar a interface da HTC para Windows Mobile, em aparelhos como oTouch Diamond, vai gostar do Magic. Todas as frescurinhas estão bem parecidas com o antigo padrão: relógio, indicador de temperatura, visualizador de imagens e até caixa de entrada do e-mail. Foi um esquema mais prático do que o usado noAndroid padrão para mexer no meu álbum de fotos e nas músicas do meu playlist, deslizando o dedo para cima e para baixo pela boa tela de 3,2 polegadas.



Uma coisa é fato: embora a interface seja bonita, ela deixou o aparelho mais lento do que o protótipo testado em julho. Segundo o anúncio do produto, ele teria memória de 288 MB. Mas, no programa que verifica o hardware (já instalado no aparelho), aparece a informação de que o modelo tem 196 MB. Na prova dos nove, foi batata: enquanto o Magic "beta" ligou-se em 53 segundos, a versão final demorou um minuto e 15 segundos. Pelo menos a duração de bateria foi praticamente a mesma – 378 minutos. Veja, no gráfico abaixo, o desempenho de alguns concorrentes:

Duração da bateria (em minutos)
Barras maiores indicam melhor desempenho

Samsung Jét
448

HTC Magic
378

Apple iPhone 3GS
336

LG Arena KM900
215

Tecladinho do bom



Confesso que senti falta do belo QWERTY do G1. Mas, para compensar isso, o teclado virtual do HTC Magic ficou mais espaçoso, com inspiração noiPhone. O método para predição de palavras, do qual não sou muito adepto, aqui também ganhou em eficiência. Os cinco botões físicos na base do aparelho continuam fundamentais para a navegação, pois os menus não possuem opção para voltar à tela anterior, por exemplo.

Quando bati o olho no aparelho, pensei que a tela dele era idêntica à do G1. Mas, além de ganhar no brilho e na nitidez, o display do Magic exibe 16 milhões de cores, contra 65 mil do modelo anterior. Não vi diferença na sensibilidade, que continua ótima, e as funções também são iguais em ambos. Ou seja, nada de comandos de pinça para dar zoom no navegador ou nas fotos. O tamanho de 3,2 polegadas garante liberdade para arrastar e soltar atalhos na tela.

Alguns dos aplicativos mais usados no dia a dia, como calendário, agenda e contatos, ficaram mais acessíveis. No G1, era preciso apertar várias vezes um botão físico para abrir os menus contextuais que deslizam sobre a tela. No G2, eles continuam existindo, mas a página principal desses programas já exibe algumas informações, praticamente eliminando a necessidade dos submenus. Um exemplo: a opção "sincronizar contatos do Exchange" fica na página dos contatos, e não escondida numa aba.
O aplicativo de e-mail também ganhou um upgrade. Agora, além de aceitar contas POP3 e IMAP, ele suporta o Microsoft Exchange, permitindo a sincronização de mensagens e contatos com o Outlook. Ponto para o Android no ambiente corporativo. Outra coisa que faz diferença para esse público é o Quickoffice nativo, para visualizar documentos do Office. Porém, não é possível editar planilhas, documentos de texto e apresentações. A navegação pela web não teve nenhum avanço, mas continua com diversos recursos, como bloqueio de janelas pop-up e cookies.

Agora cabe no bolso



Tudo bem, já era possível carregar o G1 no bolso da calça jeans. Mas ele ficava desconfortável. O Magic é mais arredondado e menor que o iPhone, fininho o suficiente para não incomodar. Uma pequena curvatura na base deixa a boca próxima do microfone usado nas chamadas de voz. Certamente não é só por isso, mas a qualidade das chamadas me surpreendeu. Nos testes com um chip da Claro, não ouvi eco excessivo, nem chiado ou ligações cortadas. Outra novidade nessa carcaça é a entrada para cartão microSD (um modelo de 1 GB vem junto) na parte de dentro, e não na lateral. Mesmo assim, o acesso a ele é facílimo, pois basta arrastar a tampa traseira para abri-la.

Terminado o teste, concluí que a maior limitação do Androidcontinua sendo o quesito multimídia. A câmera de 3,2 megapixels até possui boa qualidade, mas não tem flash. O aparelho também não é capaz de gravar vídeos. Ou seja, ele apenas toca arquivos de música e filmes – e ainda leva um banho do iPhone. Para o público que curte MP3 no smartphone, no qual me incluo, o acesso fácil ao YouTube é uma maravilha. E o tocador criado pelaHTC para deixar na área de trabalho resolveu o problema da interface multimídia do Android, um tanto pobre.

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