Celular inteligente deve ter venda recorde




Gordinho, da Abradisti: "Smartphone foi o carro-chefe dos negócios neste ano"


O consumidor antecipou para a primeira metade do ano a compra de televisores, na expectativa pela Copa do Mundo, e, no segundo semestre, a demanda por smartphones (celulares que acessam a web e podem ser usados como um computador) deve ajudar na retomada das vendas de eletrônicos, projetam associações ligadas ao varejo e fabricantes do setor. Os tablets, porém, devem terminar o ano com desempenho abaixo do esperado.

"O movimento de popularização de smartphones no país é tão forte desde 2013, que mesmo a desaceleração econômica e o evento esportivo não atrapalharam seu desempenho", diz o analista Leonardo Munin, da consultoria IDC Brasil, que espera recorde de vendas neste semestre, fechando o ano com 70 milhões de unidades vendidas, um aumento de 96,6% sobre 2013.

Já os tablets, que costumam ser o segundo dispositivo móvel adquirido, perdem com o fim da aquisição de equipamentos para projetos do governo e devido à crescente competição com os smartphones de tela grande.

Após dois trimestres consecutivos de fraca demanda, a IDC revisou para baixo a projeção de vendas mundiais de tablets em 2014. A consultoria calcula uma expansão de 6,5%, ante o avanço de 12,1% previsto inicialmente. No Brasil, de janeiro a agosto, as vendas de tablets cresceram 20%, para 5,4 milhões unidades, informa a consultoria, mas a tendência é de enfraquecimento depois de um grande ciclo de lançamentos, afirma o analista Pedro Hagge. As vendas de smartphones somaram 23,9 milhões no primeiro semestre, alta de 74,5% na comparação anual. A IDC não divulgou resultado para esses aparelhos até agosto.

"O varejo mostra que os smartphones foram o carro-chefe dos negócios neste ano. Já o tablet era uma grande aposta, que não se concretizou na intensidade prometida em 2013", afirma Mariano Gordinho, presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação (Abradisti).

Camila Rabelo, diretora comercial da distribuidora de equipamentos e serviços de informática Agis, diz que a tendência é de massificação do smartphone e de estabilidade ou declínio do tablet, mais sensível a diferenças de preços.

Segundo o presidente da Abradisti, 2014 foi um período bastante difícil" para os negócios de tecnologia e de distribuição. Além da Copa do Mundo, em junho, e da disputa eleitoral, encerrada em outubro, que esfriaram os ânimos de consumidores e empresários, o comportamento do dólar não ajudou. Por isso, a expectativa é de um ano estável ante 2013.

Desde o início do ano, o dólar acumula valorização de 7,55% sobre o real, para R$ 2,52. Se a intensidade de variação diminuir, pode ser possível alcançar preços mais competitivos no fim de ano, nas contas de Fellipe Aversa, gerente da Fourserv, comércio eletrônico focado em produtos de TI. Segundo ele, a recuperação da demanda começou no terceiro trimestre, com alta de 18% nas vendas de smartphones e tablets, e a expectativa é de crescimento de 30% nos três meses seguintes.

Se o câmbio atrapalha, o décimo terceiro salário dos trabalhadores ajuda. E o fim de ano é temporada de promoções e troca de modelos, atraindo mais consumidores às lojas. "A Black Friday e o Natal são grandes datas para o varejo. O último trimestre é decisivo", diz Camila, da Agis.

Entre as fabricantes, a sul-coreana Samsung vê sinais de expansão do consumo. João Pedro Flecha de Lima, vice-presidente da área de dispositivos móveis da empresa no país, afirma que a Copa do Mundo levou consumidores a postergar os planos de compra para a segunda metade do ano. "Como ainda existe uma forte demanda por smartphones e tablets, acredito em crescimento neste quarto trimestre."

A chinesa Lenovo prepara ações de divulgação em conjunto com varejistas e garante que os eletrônicos ganharam mais espaço nas prateleiras físicas e on-line nos últimos meses. As encomendas indicam vendas superiores de outubro a dezembro deste ano, sobre igual período de 2013, afirma Paulo Fernandes, diretor de desenvolvimento de negócios na América Latina.

A fabricante de chips Intel também toma por base os pedidos da indústria e estima um aumento superior a 10% nas vendas de dispositivos móveis nos três últimos meses do ano. "A expectativa é de resultados fortes em smartphones e tablets e uma melhora em computadores, compensando parte da queda do primeiro semestre", afirmou David González, diretor-geral da Intel no Brasil.

A brasileira Digital Life (DL) Tecnologia, especializada em tablets, afirma que o mercado se normalizou desde agosto e é capaz de sustentar a meta de vendas da companhia neste ano - ao contrário da tendência geral. "Setembro e outubro foram muito positivos. Nossa projeção para o quarto trimestre é de um aumento nas vendas de 70% a 100% em relação ao mesmo período do ano passado", afirmou Francisco Hagmeyer, diretor comercial e de marketing da DL. Em 2013, a empresa comercializou 1,5 milhão de unidades e respondeu por 17,9% do mercado.

Em nome da esperada recuperação, Lenovo e DL evitam fazer repasses de preços, apesar da valorização do dólar ante o real, acima do esperado. "A empresa manteve os preços praticados ao longo do ano. Mas pode haver algum reajuste em novembro ou dezembro, se o dólar continuar a se valorizar. Tem sido sacrificante manter os preços", diz Hagmeyer, da DL.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

4 celulares para curtir TV digital

Android Pie chega ao LG G7 ThinQ.

Driver leadership 0091 - Receptor de TV Digital.zip