Oi vai vender todas as torres de celular e mais imóveis

Na tentativa de seduzir o mercado e prepará-lo para que acolha seu plano de capitalização de R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões até o fim do segundo trimestre, a direção da Oi tentou mostrar ontem que é uma companhia mais transparente. Mas, por conta de cláusulas de silêncio, não revelou informações importantes, alvo de cobiça dos investidores. Se o aumento de capital é fundamental para o processo de fusão com a Portugal Telecom, melhorar os resultados da empresa também é essencial.

Em busca desse objetivo, uma das iniciativas da Oi é dar continuidade à venda de ativos neste ano. Deverão ser vendidas de 1,5 mil a 2 mil torres de celular, as últimas ainda em poder da tele. Significa que a Oi será uma operadora praticamente sem torre celular. O plano é terceirizar a infraestrutura e alugar o serviço dos novos donos, o que foi garantido também em relação aos cabos submarinos da GlobeNet, que está entre os ativos vendidos em 2013, por R$ 1,7 bilhão.

Também serão avaliados para venda edifícios que não façam parte dos bens reversíveis, que terão de ser devolvidos ao governo ao fim do contrato de concessão.

A empresa tem um custo de dívida de 11,5%. Quando vende os ativos, o custo cai para 6% a 7%. Então, poupa de quatro a cinco pontos percentuais. Desde junho do ano passado, vendeu o equivalente a R$ 4,5 bilhões de ativos. A iniciativa teria rendido uma poupança de R$ 200 milhões.

Desde dezembro de 2012, a Oi vem se desfazendo de ativos. Em 2013, o valor dessas transações somou R$ 5,28 bilhões. Segundo a empresa, a venda de 2.007 torres móveis, em dezembro, deve gerar caixa de R$ 1,52 bilhão até o fim do primeiro trimestre.

Durante teleconferência para analistas do setor ontem, o presidente da Oi, Zeinal Bava, disse que os recursos da venda da GlobeNet entraram no caixa da Oi em de janeiro. Isso reduziu a dívida líquida proforma para R$ 29 bilhões. No quarto trimestre, a dívida cresceu 3,8%, para R$ 30,4 bilhões. As vendas de ativos - torres e a GlobeNet - devem gerar caixa de R$ 3,3 bilhões no primeiro trimestre de 2014, com impacto estimado no Opex (despesas operacionais) de todo o ano de R$ 650 milhões, disse Bava.

A estratégia é vender ativos para gerar caixa e reduzir o custo da dívida. A ideia é mostrar que a tele tem flexibilidade financeira para continuar a investir, com planejamento para dois a três anos, e não apenas com retorno imediato.

No Brasil, TIM e Telefônica também venderam torres, enquanto a Claro ainda resiste.

A Oi é vista no mercado como empresa com viés financeiro, mas na apresentação dos resultados, Bava procurou passar uma imagem de companhia de telecomunicações, operacional.

Bava atribuiu o crescimento da dívida ao pagamento de R$ 476 milhões em dividendos e à adesão ao programa de refinanciamento fiscal do governo (Refis), com pagamento de R$ 709 milhões. A empresa também pagou em janeiro uma parcela de R$ 24 milhões da licença de 3G à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que tinha postergado, a juros de 18%.

Como os analistas não esperavam esses pagamentos, ficaram desconfiados, questionando se haveria outras pendências tributárias. No caso de 3G, o entendimento era que se a empresa estava disposta a pagar 18% ao ano de juros para não registrar a licença como dívida, o que mais seria revelado? Para a Oi, o argumento não faz sentido.

Ainda com o foco na redução da dívida, a Oi decidiu manter a política de dividendos iniciada no ano passado e pagar R$ 500 milhões por ano até 2016. "Queremos que vire caixa positivo o quanto antes", disse o executivo. No quarto trimestre, o caixa foi negativo em R$ 600 milhões.

Os analistas receberam com reserva os resultados. Alguns consideram que o crescimento operacional foi moderado, o que a Oi discorda, pelo relatório apresentado. Em alguns serviços, a opção foi vender menos, para garantir a qualidade. Em TV por assinatura, por exemplo, teve queda de 8,8% no número de clientes, para 829 mil no quarto trimestre, mas a justificativa é que vendeu menos porque precisa realinhar o novo satélite que distribuirá o serviço.

Além disso, a falta de detalhes sobre a capitalização criou frustrações. A previsão do mercado é que além dos 12 bancos envolvidas, entre brasileiros e estrangeiros, poderão entrar mais um ou dois na operação. "Ficamos com o pé atrás por causa do resultado ruim da Portugal Telecom", informou a Corretora Ativa. A pergunta é se a criação da CorpCo pelas duas empresas trará um resultado melhor ou pior. Por isso, a queda das ações da Oi PN em 5,5% ontem, para R$ 3,78 na BM&FBovespa. A ação da Vivo PN caiu 0,87%, para R$ 42,95; e a da TIM ON caiu 1,93%, para R$ 12,14.



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