União com GVT faz ação da Vivo registrar alta do Ibovespa

O valor de € 7,5 bilhões oferecido pela Telefónica à Vivendi para comprar a GVT pode ter parecido alto demais quando o negócio foi anunciado, na quinta-feira. Mas no dia seguinte a percepção mudou, após a espanhola divulgar a expectativa de sinergias a alcançar unindo as operações de sua controlada Vivo e a GVT: € 4,7 bilhões.


As ações da Vivo, que haviam caído 2,17% na quinta-feira, subira, 9% no dia seguinte, a maior alta do Ibovespa.

"Se este ganho realmente ocorrer, o valor total do investimento na aquisição da GVT cairia de € 7,45 bilhões para € 2,75 bilhões, o que torna o negócio bem mais atrativo", disse o analista Alex Pardellas, da CGD Securities.

A Telefónica espera obter 20% das sinergias em receita, por meio da venda cruzada de planos e melhorando o atendimento ao consumidor. Custos e investimentos corresponderiam a 49%, com o aproveitamento da rede de fibra da GVT e ganhos de escala. Sinergias financeiras, fiscais e outras seriam 31% do total.

Pela baixa rentabilidade do setor no Brasil, a sinergia proposta pela Telefónica com a aquisição da unidade de telefonia móvel e banda larga da Vivendi pode ser considerada bastante alta.

A Telefônica, por meio da marca Vivo, vai conseguir encostar nas líderes de mercado dos segmentos em que ainda não era tão forte com a integração da GVT. Na área de voz em telefonia fixa, por exemplo, vai saltar do terceiro para o segundo lugar, ultrapassando as controladas da mexicana América Móvil, dona da Claro, Embratel e Net no Brasil. Em banda larga o movimento será o mesmo, ao deixar a Oi para trás.

Nas atividades em banda larga, a nova empresa ficaria com 6,6 mil acessos, empatada tecnicamente com a Oi no segundo lugar, e chegaria bem próxima à América Móvil, com 6,8 mil acessos. Em televisão, a Telefônica ainda controlaria parcela pequena do mercado, com 1,4 mil acessos - contra 9,9 mil da líder América Móvil. Os dados foram levantados pela própria Telefônica, com base nas informações divulgadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no primeiro trimestre.

A compra da GVT estava há tempos nos planos da Telefónica. Em 2009 a empresa perdeu a disputa para a Vivendi, que pagou R$ 7,2 bilhões pelo negócio. Cinco anos depois e pelo triplo do valor, a GVT vai para as mãos da espanhola, que derrotou a Telecom Italia, que queria juntar a TIM com a GVT.

Não é a primeira vez que a Telefónica paga um preço salgado caro para diversificar operações no Brasil. Em 2010, pagou € 7,5 bilhões à Portugal Telecom para comprar o controle da Vivo.

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